Fifteen

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Não sou de escrever aqui no comecinho, mas é só pra pedir pra que vocês por favor leiam as notas finais, obrigada.

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  O coração de Nash se apertou a cada hora que ele passou longe de Emma nos dias seguintes. E se apertou ainda mais a cada noite em que ela não apareceu na igreja com seus pais. Faziam cinco dias desde que ele a vira pela última vez. Desde que ele cometera o pior erro de sua vida. E quando o pai de Emma o abordou no final de um culto para dizer que não poderia ter aula no sábado, ele soube que algo estava errado. Errado demais. E no fundo, talvez ele já soubesse o que tinha acontecido. 

 Seu coração parecia estar prestes a sair pela boca enquanto ele cortava com o carro as ruas agitadas de Chicago. Ele não sabia quando tinha decorado tão bem o caminho para o colégio de Emma, mas isso lhe servia bem agora. Quando ele estacionou o carro em frente ao colégio, uma gota de suor frio percorreu a nuca do garoto. Ele sabia que Emma poderia sair pelos portões, ou não. Mas em qualquer uma das opções, ele teria que encara-la e reparar seu erro.

 Sua postura se tornou rígida quando um grupo de pessoas saiu pelo portão, mas nenhuma cabeleira ruiva andava entre eles. Quando todas as pessoas saíram e os portões se fecharam, uma brisa fria parecia ter o atingido por dentro, pois todos seus músculos pareciam gelo agora. E tudo pareceu piorar quando ele encarou o outro lado da rua e viu Taylor Caniff encostado em seu carro branco, o encarando com uma expressão nada boa. 

 Caniff andou em paços pesados, e o ódio dentro de si parecia aumentar a cada um deles. Sua agressividade pareceu rasgar no momento em que ele alcançou o colarinho de Nash, o agarrando por ali, como se tivesse força o suficiente para o matar ali mesmo.

 - O que você fez com ela? - Sua voz agressiva soou entre os dentes cerrados.

 - Por que você acha que eu fiz alguma coisa? - Nash rosnou enquanto empurrava Taylor com brutalidade.

 - Por que da última vez em que vi Emma, ela estava chorando por você! - Taylor cuspiu as palavras, como se elas tivessem gosto de bile.

 A raiva continuava gritando no peito de Nash, mas quando ele imaginou Emma chorando, sua garganta secou mais ainda.

 - Chorando? - Ele forçou o melhor tom que podia.- É, idiota. Chorando. Quando lágrimas saem dos olhos. Você é burro ou o que? - Cada palavra que Taylor sibilava continha profundo ódio. 

 Nash passou a mão nervosamente pelos cabelos. Tudo dentro dele se encontrava em intenso ódio por si mesmo. Emma era a única coisa boa em sua vida, e a ideia de machuca-la antes mesmo de dizer que a amava, o aterrorizava mais que qualquer coisa. Naquele momento, ele se encontrava disposto a perder qualquer coisa, menos Emma, menos seu anjo. 

 - Você precisa ir até a casa dela. - Taylor voltou a falar, um pouco mais calmo, mas ainda com raiva.Nash ergueu seus olhos azuis para o outro garoto, e entortou os lábios em uma careta.

 - Por que eu preciso ir lá?

 - Porque você a ama. E eu também. - Taylor fez uma careta, como se fosse a primeira vez que admitisse isso para si mesmo. - Eu deixei ela ir, Grier. E se você não for atrás dela, você vai perder ela também

 Quando terminou, lançou um olhar triste encoberto pelo ódio para Nash. Soltou o ar dos pulmões, deu meia volta e foi embora. Deixando para trás a atmosfera mais confusa que Nash Grier já tinha presenciado.

 [...]  

As mãos soadas de Nash envolviam o volante enquanto ele se aproximava da casa de Emma. Ele não costumava ficar nervoso. Ele não costumava temer muitas coisas. E essa era uma das muitas coisas que Emma Gale tinha mudado em sua vida. Ele sorria mais, sentia mais, vivia mais quando estava com ela. Como se ela fosse o ar puro que seus pulmões buscaram todo esse tempo em meio a tanta poluição. Chicago é cheia de almas perdidas que precisam se encontrar, ou encontrar alguém disposto a se perder ainda mais em conjunto. O fato é que uma alma perdida reconhece outra, pois anceia que alguma alma que cruze seu caminho seja seu vício e sua salvação. Nash tinha encontrado a sua, e agora sabia que não poderia deixa-la simplesmente ir. Nesse caso, almas perdidas envolviam mais amor do que almas gêmeas.

LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora