Eleven

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Todos os músculos do corpo de Emma pareciam ter sido congelados e triturados. Ela não sabia como estava de pé, pois não sentia suas pernas. Ela não precisava se virar para saber quem era o dono da voz, e também não queria faze-lo. Ela engoliu seco e fechou os olhos com força, como se quisesse espantar um pesadelo, mas ela sabia que era real e que ele continuava ali, colado ao corpo dela. Ela não sabia o que fazer, não sabia que reação deveria ter, apesar ter imaginado algumas vezes como seria o reencontro dos dois, não sabia que seria tão estranho assim.

- Ué, ruivinha, ficou muda agora? Arrancaram sua língua? Ah não cara você fazia coisas maravilhosas com ela. - A voz de Taylor suou, sarcástica e fria como sempre, talvez até mais um pouco sagaz.

Emma não se virou, mas não se afastou, não se moveu, apenas deixou sua voz soar.

- O que você quer?- Toda frieza possível concentrada no seu tom de voz.

- Eu não consigo entender Emma, você vai ter que chegar mais perto e falar no meu ouvido, como nos velhos tempos.- Emma conseguiu sentir que ele estava sorrindo em seu pescoço. 

Então um filme passou em sua cabeça. As noites com Taylor, os rachas, os beijos, o acidente, ele indo embora e a deixando lá. Então sua temperatura pareceu subir, como se o sangue estivesse borbulhando em suas veias. Então com certa rapidez ela se virou, encarando pela primeira vez nos últimos quase sete meses, o rosto de Taylor Caniff. Aquilo aumentou ainda mais sua raiva.

- O que você quer?- ela disse rispidamente, os os dentes cerrados e os punhos fechados, apertando a ponta das unhas na palma de sua mão.

- Que tal um beijo? - Taylor sorriu.

A raiva pareceu aumentar ainda mais em Emma, e quando ela se deu conta sua mão já estava indo em direção ao rosto do garoto. Mas como sempre, ele foi mais rápido. Parecia que qualquer um conseguia ser mais rápido que ela. Ele agarrou com certa força o punho da garota, aproveitando para puxa-la para mais perto, fazendo com que seu halito de álcool e menta batesse na bochecha de Emma.

- Ficou mais agressiva, irmã? Me pergunto como deve estar na cama. - ele riu - Isso é, se você teve chance de treinar suas habilidades na cama. - seu tom sarcástico que causava humor apenas nele mesmo continuava presente.

- Me solta. - Emma continuou com a mesma expressão fria de antes.

- Nós vamos conversar. - Taylor apertou ainda mais o pulso de Emma, começando a puxa-la para fora do centro da pista de dança.

- Não, não vamos. - Emma puxou seu pulso com força fazendo com que Taylor o soltasse.

Ele umedeceu os lábios, e deu uma risada fria em seguida.

- Qual é ruivinha, eu estou realmente curioso em saber como você ainda consegue escapar de casa. Sabe, pensei que depois do acidente de carro, depois que seus pais foram te buscar no hospital e descobriram que a filinha perfeita deles não tinha nada de santa, você nunca sairia de casa de novo. - ele realmente achava graças, pois sorria enquanto pronunciava cada palavra - Como você conseguiu? Sabe a maioria das pessoas seriam presas se fossem encontradas em um carro de corrida ilegal cheio de drogas. Deve ter sido seu charme não é? - Ele colocou uma mecha do cabelo de Emma para tráas e desceu seus dedos pelo pescoço da garota, que permaneceu intacta.- Ou sera que você teve que chupar o pau do delegado igual chupava o meu?- ele deu um sorrio sarcástico quando terminou.

Emma estava parada. Intacta. Embora estivesse fervendo por dentro sua pele estava completamente  gelada. Era estranho, e ela se sentia ameaçada. Não fisicamente. Ele já tinha a machucado fisicamente quando bateu  o carro e a deixou la, com um braço e uma costela quebrada, e um corte fundo na cabeça. Emma estava com medo de ele conseguir machucar ela de outro jeito. Psicologicamente. Sentimentalmente Apesar da garota já ser bem abalada nesses dois pontos, ela tinha certeza que Taylor conseguiria arruiná-la ainda mais se ela baixasse a guarda. Emma Gale nunca foi nenhuma santa, e isso ela reconhecia, mas ela também nunca foi uma vadia. E nunca pareceu ser. Ela tinha sua própria personalidade e seu jeito nada fácil, mas nunca foi uma megera. Sabia como seduzir alguém e como satisfaze-lo na questão sexual, mas nunca foi uma vadia. E Taylor sabia disso. Tanto que a protegia, não deixava que a olhassem, quem a desejassem, porque ela não era uma garota que você encontraria em qualquer esquina, como uma vadia. E agora justamente ele estava na sua frente tentando atingi-la com aquilo.

LúciferOnde histórias criam vida. Descubra agora