Sem saber o porque

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O dia de terça estava passando muito devagar aos olhos de Amy. Ela queria que a quarta chegasse e havia prometido a si mesma que iria saber mais sobre a vida daquela mulher.

O que ela fez com você Amy?

Essa pergunta rondava a cabeça de Amy várias e várias vezes. Amy nunca tinha tido uma atração por alguma mulher antes, pelo contrário, ficava com vários garotos sem gostar realmente de nenhum. E era o que Bruna mais falava, que quando ela se apaixonasse iria sofrer, porque realmente iria gostar.

Por um momento Amy parou para pensar.
"Eu não podia gostar de uma mulher, ninguém me aceitaria. "
Após seu corpo vibrar com a nova sensação, ela sentiu que as consequências estavam chegando e que aquilo não podia acontecer. Ela não poderia se apaixonar por uma mulher e além do mais, aquela mulher.

"Jesus, eu não posso gostar dela. Ela é uma mulher, eu não gosto de garotas."

Agora os pensamentos negativos tomavam conta da cabeça da menina. Ela tinha amigas lésbicas e amigos gays, porém nada teria acontecido com ela. Amy se divertia ao escutar as grandes histórias que eles sempre tinham para contar.

....

Quarta - feira , 12:40.

-Amy, desça logo. Irei te esperar no carro. - o pai da garota gritava do pé da escada na chance de apressar a filha.

- Já estou indo!!! - a menina gritou do seu quarto. Ela pegou suas coisas e em segundos já estava dentro do carro do pai.

-Se chegarmos atrasados, sabemos que a culpa foi sua. - o homem falou antes de dar partida. Amy deu um leve sorriso.

Amy bateu na porta, a aula já tinha começado. A sala era com escadas, onde as bancas ficavam mais altas na última fileira. Ao pedir permissão para entrar, a garota avistou a colega Mari na última fileira. Ela passou pela menina de cabelos longos e ruivos e soltou um sorriso.

A aula estava indo muito bem, até aquela doce voz tomar conta do lugar. Amy fechou os olhos e pediu pelo amor de Deus que não fosse sua professora. Ela abriu e lá estava ela. Mais linda que o normal. O salto combinava com sua calça jeans colada, e mesmo com a blusa do curso, ela vestia um casaco tipo blazer, que caia perfeitamente nela.

Amy estava perdida naqueles olhos, quando sentiu a leve tapa no seu braço esquerdo.

-Cuidado para não babar! - Mari sorriu em minha direção - Fecha a boca! - a mão da menina fechou a minha boca e continuou rindo , chamando atenção da professora.

-Algum problema aí atrás garotas? - a voz da mulher foi diretamente para elas com sua voz fria. Amy congelou.

-Não senhora. - ela respondeu sem graça e logo em seguida olhou para a garota do seu lado.

- Ótimo, então prestem atenção aqui na frente. - elas confirmaram e olharam fixamente para a frente.

-Pensamentos Amy-
Eu não sei se poderia dizer ao certo o que ela estava falando, porque além de não entender tão bem de inglês, pensava nela fazendo outras coisas.
Poderia imaginar como seria seu corpo por debaixo daquela roupa, tocar sua pele, tirar suas roupas, beijar aquela boca.

-Amy! Anda, vamos! A aula terminou. - Amy piscou algumas vezes e viu a imagem de Mariana a sua frente. - Não me diz que você estava sonhando acordada. - Amy arrumou suas coisas sem responder nada. - Você estava pensando na professora? - Mari alterou a voz e viu os olhos arregalados de Amy e riu.

-Dá pra você calar a boca? Porque você é assim ? - a garota pegou sua bolsa e desceu em direção a porta, e percebeu que a colega fazia a mesma coisa. Elas caminharam juntas até a saída.

-Vem, te dou uma carona. - Mari destravou seu carro e Amy ficou parada apenas observando.

- Você tem um carro? - ela parecia surpresa.

-Bem, contando que sou mais velha que você, meus pais tem dinheiro, sim, tenho um carro.

-Não sei se é boa ideia. Mal te conheço, seria estranho.

-O que acha que vou fazer com você? Te sequestrar? Quantos anos você tem? 11? - ela abriu a porta do carro - Vai, entra de uma vez. - Amy sorriu e obedeceu.

No carro, ambas perguntavam coisas para se conhecerem melhor, enquanto Mari seguia a rota que a Amy deu até sua casa.

- Há quanto tempo você curte mulheres? - a pergunta de Mariana parecia ter deixado Amy vermelha.

- Não curto! - Mari a olhou confusa. - É, a primeira vez que acontece isso comigo. Eu saio com garotos, já namorei alguns, nunca senti atração por mulher alguma.

- Então será apenas curiosidade?

- Curiosidade justo com ela? Não sei. Me diz você, pensei que você saberia mais do assunto.

- O que te faz pensar que sei sobre isso?

- Você também olhou diferente para a professora, olhar de desejo, eu percebi. E também suas tatuagens, seu jeito de se vestir.

- Você está me julgando pela aparência?

- Hum, talvez. Desculpe.

-Tudo bem, acho que já chegamos. Até sexta! - o carro parou em frente a casa de Amy.

- Obrigado Mari. E desculpe se te ofendi de alguma forma. - Amy deu um beijo na bochecha de Mari e saiu do carro.

- Pensamento Mari -
Eu gostava da Amy, ela era uma garota doce e bastante confiável. Após sentir seu beijo , senti que algo a mais foi depositado em meu rosto. Pude sentir que ela realmente se arrependera de me julgar pela aparência, mesmo estando correta. Segui o caminho para minha casa, onde de costume meus pais não estavam. Deitei sobre o sofá, e pensei na possibilidade de gostar de Amy. Não podia, ela estava se tornando minha amiga e ela gostava da professora.

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