Dormimos juntos, um em cima do outro. A sua capacidade de ocupar espaço era tão grande que quase caí da cama algumas vezes essa noite, mas não me importo. Estava com ela e isso bastava pra mim.
No começo não me importava com ninguém, muito menos com ela. Minha diversão era poder enfrentar quem eu quisesse e quando quisesse, tinha o poder para tal. Uma das únicas vantagens de ser filho de quem eu era.Na minha estadia no exterior minha vida se baseava em acabar com a vida de todos, inclusive a minha. Vim pra cá depois de ter arrumado tanta confusão que estava arriscando a reputação do meu pai, por qual motivo mais ele se importaria comigo? Minha cabeça não havia mudado em nada depois que cheguei aqui, pode ter até piorado.
Nova escola, novas oportunidades para arrumar confusão com pessoas que não conhecia e nem queria conhecer. Até que ela apareceu, me enfrentou, me desafiou de uma maneira que ninguém jamais fez. Fiquei me perguntando se ela ao menos sabia quem eu era para estar agindo assim, mas era óbvio que ela não sabia. E a ideia era continuar sem saber, os planos iniciais eram esses.
E eu fui me envolvendo, aquilo era um jogo pra mim, eu só tinha uma missão. Era divertido irritá-la, estava tudo indo bem. Mas foi quando percebi que eu queria estar ao lado dela, mesmo que para a irritar. Que não tinha mais uma missão, que não era só um jogo. Meu coração acelerava toda vez que a via. No começo quis acreditar que era só físico, não podia ter nada além disso. Mas não era isso, eu sabia que não.
Tudo isso se confirmou quando ela me ajudou no beco depois do meu pai ter me espancado, isso é o que acontece quando ele não é obedecido. Ela mal me conhecia e, mesmo depois de a ter tratado mal, ela estava lá, me levou pra casa, cuidou de mim. Mas não fazia sentido me permitir sentir aquilo, não podia.
Fiquei alguns dias afastado, precisava do meu tempo, do álcool na minha corrente sanguínea. Eu sabia que se me permitisse as coisas iriam mudar, eu não estava preparado, minha família jamais aceitaria. Eu tinha que protegê-la, mas todas as vezes que me afastei ela veio até mim. E dessa vez, ela passou a noite aqui e não importava o que eu dissesse, ela não iria embora.
Então ela disse o quanto gostava de mim, mesmo que não pudesse entender o motivo. Confessei meus sentimentos naquela manhã, tudo o que eu disse era verdade. Mas não podia contar sobre minha família, não agora.
A partir daquele dia ela passou a confiar mais em mim e eu nela, pude entender o que sentia por ela aos poucos, era tudo verdade e sentia a necessidade de mostrá-la todos os dias. Além disso, nossa química era maravilhosa, nossos corpos tinham uma ótima sincronia. E, por mais que eu quisesse, não poderia fazer nada. Então planejei algo especial pra ela, do jeito que ela merece.
E não tinham pessoas melhores pra me ajudar do que os meninos. Meus amigos de infância que reencontrei pessoalmente esse ano, estavam dispostos a me ajudarem já que era a primeira garota que eu apresentava para o grupo. Mas eu não escapava das brincadeiras de mau gosto, óbvio.
Agora, aqui estava eu, o filho de papai, mimado e delinquente, deitado com a pessoa que eu deveria estar longe. A observando enquanto dorme, minha Yona. Minha não, ainda não.
Yn.: Jin? ~Ela me desperta de meus pensamentos, seus olhos ainda fechados mas um leve sorriso em seus lábios.
Passo meus dedos por sua bochecha, seu rosto de move em direção a minha mão, seu nariz procura o cheiro da minha pele. Deposito um beijo em sua testa enquanto ela se aconchega para mais perto de mim, se isso é possível.
J.: Não vai acordar, bela adormecida? ~ela nega com a cabeça e solta uma risada fraca de sono. Ela me arranca sorrisos nas coisas mais simples.
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Danger- Jin
De TodoEnquanto minha tia viaja para Los Angeles minha vida vira de ponta cabeça e meus pais, então falecidos, entram na minha história da forma mais estranha que poderia ser.