Danger- Jin

Não era um sonho

A notícia boa? Estava em um hospital. A ruim? Jin não estava ali, a única pessoa visível era Suga. Ele estava no que parecia um sono pesado, deitado em um pequeno sofá branco ao fundo da sala, o que nao era muita novidade.

Minha cabeça doía, tinha uma agulha em meu braço e uma faixa enrolada na minha cabeça. Não me lembro do que aconteceu. Olhei para os lados, a porta estava encostada, nenhum sinal de enfermeiras por ali.

Me levantei, minha cabeça ainda girando, a visão embaçada e o corpo fraco. A pequena janela da sala me informou que estávamos no meio da noite, algumas estrelas já estavam a vista. Olhei para a porta e ainda não havia sinal de nenhuma alma naquele lugar.

Lembrei que tinha que tirar aquela agulha incômoda se quisesse ir a algum lugar, então coloquei minhas mãos trêmulas em cima dela e a puxei, fazendo algumas gotas de sangue saírem daquele pequeno furo em meu braço, começando a arder.

Minha cabeça começou a doer mais ainda, olhei para o chão e tentei respirar, como se aquilo fosse me ajudar a melhorar. Apoiei um braço na cama para não cair no chão, eu tinha que conseguir me arrastar para fora dali antes que Suga acordasse.

" Vocês são irmãos... irmãos... irmãos... "

Irmãos?... essa palavra ecoava em minha cabeça, como se quisesse me atingir de alguma forma, mas eu não sabia de onde estavam saindo. Soltei um grito que por incrível que pareça não soou tão alto, mas tirei Yoongi de seus sonhos profundos.

Em segundos ele estava ali, ao meu lado, segurando minha cintura, falando coisas que foram abafadas por mais gritos saindo da minha boca. Minha cabeça explodia de dor, eu implorava por ajuda. Em pouco tempo senti mais mãos ao meu redor e meus pés já não estavam mais no chão. Ouvia vozes rápidas mas não conseguia entender o que estavam querendo dizer.

Via borrões de pessoas se mexendo de um lado para o outro, mas tinha um que nao saia do meu lado. E mesmo não conseguindo ver os detalhes de seu rosto eu sabia quem era, aquela pele branca e os labios vermelhos eram inesquecíveis.

Ao mesmo tempo em que minha visão voltava meu corpo ficava mole, eu não sabia se era bom ou ruim. Senti uma mão sobre a minha, o olhei e vi sua expressão preocupada, tentei dar um sorriso mas percebi o quanto isso seria difícil. Ele percebendo minha tentativa deu um sorriso sem graça.

Sg: Então você finalmente esta bem. Mas me conta, o que foi aquilo a minutos atrás? Uma tentativa absurda de fugir ou algo do tipo?

Yn: Eu.... ~Minha garganta estava seca demais para poder dizer algo, o que me levou a tossir~ Água...

Sg: Água? ~Ele se levantou rápido~ Claro, certo. É... eu vou lá. Vê se não tenta fazer nenhuma besteira enquanto isso.

Ele sai da sala mais rápido do que uma lebre batendo a porta atrás dele. Observo a sala, pequena e branca, como a maioria das salas de um hospital é. Eu não tinha muita coisa para fazer, então comecei a olhar para o teto esperando ele chegar. Podia ouvir os passos apressados de pessoas do lado de fora da sala, alguns falavam alto outros sussurravam, mas ainda não conseguia ver nada. Ate que, alguém começou a gritar alto: "Socorro! Meu filho... Socorro!". Meu coração começou a acelerar, comecei a entrar em desespero, e ela não parava de gritar. Coloquei as mãos em meus ouvidos, tentei conter o máximo os gritos vindos do corredor ao lado de fora.