The Hangover

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Mabelle acordou no dia seguinte com o seu telefone tocando. Não fazia ideia de como tinha chegado em casa ou mesmo em sua cama. Seu corpo doía como se estivesse sido pisoteada por bois na noite anterior.

Fez um esforço pra se acostumar com a luz do quarto,abrindo aos poucos os olhos.
Gemeu, tentando encontrar o aparelho em sua bolsa. Quando finalmente o pegou de lá, ele parou de tocar.

Diversas notificações apareciam no visor, entre elas as cinco chamadas perdidas de Sophia. Mabelle até pensou em retornar, mas seu lado maligno queria deixar Sophia preocupada. Ela era a culpada por sua ressaca. E outra pessoa também...

Mabelle imediatamente afastou esse pensamento. Ainda não estava preparada para reviver as cenas da festa. Só Deus para saber o que ela pôde ter falado para Marco. Quando bebia, esta ficava com a língua solta.

Levantou da cama, e o mundo girou à sua volta. Acabou caindo novamente no colchão, sentiu sua barriga se contrair e só teve tempo de pôr a mão na boca e correr pro banheiro.

É, começar o dia vomitando não era nada legal.

•••••••

Depois de um banho e uma aspirina, passou a se sentir um pouco melhor.
Pegou seu celular que ainda estava largado em cima da cama. Esse era o momento de culpar Sophia por sua " doença ". Mas antes, uma olhadinha no whats app, né?

Sophia, vinte mensagens. Ops. Pula essa.
Mamãe, Vivian, Sra. Casnoff da faculdade, Levi, Uz' Crazy ( seus amigos do Brasil) e no finalzinho... Um número desconhecido.

E, claro, esse foi o primeiro que ela visualizou.

" Bom dia, má chère...".
" E antes que fique se perguntando como consegui seu número, sua amiga me deu esse pequeno presente."
" E antes de você realmente acordar, tá afim de dar uma volta por aí? "
" Em caso afirmativo, digite sim. Em caso negativo, finja que eu escrevi isso ainda dormindo. Por que, óbvio, eu estava sonhando com você! "

Emojis de sorrisos envergonhados completavam a mensagem.

O sorriso de Mabelle entregava tudo. Que fofo. Que vontade de apertar e morder... Respira. Inspira, expira.
Precisava se concentrar e ler as entrelinhas. Mas os saltos que seu coração dava não a permitiam.

Ele lembrou que o nome dela era de descendência francesa. Que meigo.
Ele queria realmente manter contato, e ainda chamou aquilo de presente. Como se fosse algo que o tivesse deixado feliz... No fim da noite, Mabelle estava tão agitada que nem lembrara desse detalhe.

Ele queria sair. Com ela. Por aí. OMG.
Mabelle correu para o espelho, e o reflexo nele a fez soltar um grito de terror. Ela estava acabada. Não podia vê-lo por aí daquele jeito.

As mensagens tinham sido enviadas entre dez e onze da manhã, e ele ainda estava on line. Esperando uma resposta dela. Será? Já passava de meio-dia... E agora ela tinha que responder, ele ia saber que ela visualizou. Argh.

Ele não podia estar falando sério. Como assim sonhando com ela? Que tipo de sonho? Será que era um sonho erótico?

Foco. Foco, Mabelle. Ela precisava de alguém sensato no momento. Alguém que não estivesse com os hormônios inflamados como os de uma adolescente. Sophia, claro. E era tudo culpa dela.

Digitou freneticamente sem realmente pensar no que estava fazendo. Pronto. Ela estava fodida agora. E mais uma vez precisava de Sophia.

" Bom dia, ou será boa tarde? Desde ontem vivo em mundo paralelo chamado ressaca, não sei mais o que é o quê!"

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