On My Mind

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- Já vou! - Mabelle grita de seu quarto ao ouvir as batidas insistentes na porta de seu apartamento.

Estava atolada de artigos em cima de sua cama há horas e o notebook pronto pra digitar sua pesquisa que não saíra do primeiro parágrafo.
Tinha a visita pra fazer ao clube de Dortmund, mas não concluíra ainda a metodologia do estudo.

Levantou da cama resmungando que ainda teria uma conversa com Dom, o porteiro, já que qualquer pessoa podia subir sem sua autorização.

Não esperava ninguém aquela hora da noite. Sophia tinha viajado pra visitar a mãe que estava doente em Londres. Nunca tinha visto a amiga tão abalada, e ainda se ofereceu pra ir com ela, que negou veementemente, porque Mabelle tinha que terminar esse trabalho.

Mabelle concordou, mas a obrigou a dar notícias assim que pisasse os pés na terra da rainha. Sem se surpreender, Sophia ligou depois de visitar a mãe e ver que não era nada grave.

E estaria de volta no fim de semana.

Ver a preocupação de Sophia a fez se sentir mal com sua relação à distância com a própria família.

Nos dias seguintes passou horas e horas no telefone com a mãe, contando tudo - nem tudo - sobre sua estadia em Dortmund.

E Marco estava à não se sabe quantos metros do chão, em seu vôo de volta, e só chegaria pela manhã.

A semana havia sido um tédio imenso. Seus dias foram preenchidos pela ansiedade. E assistir a partida do BVB contra o Porto com certeza fez sua pressão baixar.

Mas seu coração se extasiava sempre que via o branquelo correr com a bola.

Ele realmente era bom. E era gracioso.

Enquanto assistia à partida, suas unhas já inexistentes eram cuspidas à toda pela sala. Gritos com o árbitro, com Mkhitaryan, com Reus.

Não sabia explicar como uma equipe que mal conhecia a encantou tão fácil.

Mas era assim com tudo que se relacionava à Dortmund ultimamente.

Encantador.

Abriu a porta com flashes de flores amarelas em sua mente.

E deu de cara com Marco, todo sorridente, segurando uma garrafa de vinho em uma mão e uma caixa de pizza em outra.

– Espero que não esteja ocupada, mà chérie. Tenho algo planejado pra nós dois esta noite. – Ele deu uma piscadela.

Mabelle sorriu e correu para os seus braços. Sem lembrar que ele estava com as mãos ocupados, ele permaneceu parado enquanto ela absorvia o seu cheiro.

– Calma aí, sei que sou bonito demais pra ser verdade, mas sou real. – Brincou ele.

Ela se afastou pra olhar em seu rosto. O cabelo estava desgrenhado nas pontas, e um pouco mais grandes. Havia também olheiras mais escuras que antes. Com certeza estava cansado.

Vestia uma calça preta, uma camisa social azul e gravata.

Ali, sorrindo pra ela, ele parecia um anjo.

–Sempre modesto! – Mabelle revirou os olhos.– Acho que você leu minha mente – Apontou pra pizza.

— É o que eu faço com garotas lindas. Leio suas mentes, descubro o que querem e as faço feliz – Ele disse enquanto entrava e colocava o vinho e a pizza no balcão da cozinha. Em seguida se voltou pra Mabelle, a puxou pela cintura e colou seus lábios aos dela.

Em pouco tempo, Mabelle já não conseguia pensar direito. E os dois arfavam, buscando ar. Mabelle o afastou tentando clarear a mente.

— Sério, sem essa cantada idiota. O que você está fazendo aqui? Pensei que você só chegaria amanhã –Mabelle perguntou pegando duas taças no armário. Reus seguia seus passos e abriu o vinho.

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