Capítulo Dez

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Então, mais um capítulo! E com notícias boas: eu terminei de reescrever/revisar Sacerdotisa de Landar! O que significa que ele está prontinho, em um arquivo do word, e seguro, apenas esperando ser postado. A versão final ficou com "prólogo + 18 capítulos + epílogo" e isso tudo vocês verão ao longo desses meses em que postarei a história por aqui.

Sobre esse capítulo... fugas apenas. Boa leitura!


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Quase um minuto depois e meu pobre corpo ainda jazia sufocado entre o peso terrível de meu algoz e a terra fria e úmida. Debati-me sob o desconhecido ― porque pesado daquele jeito provavelmente era um homem ― e acotovelei as costelas com toda a minha classe; eu não queria morrer, ainda mais asfixiada, tão próxima de finalmente ser livre. Então, um gemido escapou da pessoa, que não tardou muito a se afastar, rastejando-se no chão e permitindo que eu respirasse normalmente.

Ainda assim, não havia virado para encará-lo.

Tinha coisas mais importantes, como me erguer e me ajoelhar, para então cuspir as folhas que haviam entrado na minha boca. E, claro, xingá-lo de todo os nomes possíveis que conseguia lembrar no momento; comecei a bater a terra que se alojara nas roupas que vestia e por fim, lembrei de que ainda havia uma identidade a ser revelada. Com o meu fogo, fiz luz. Bastou enfim, virar e dar uma olhada na pessoa que havia me capturado em minha ― quase ― perfeita fuga. Com absoluta certeza, minha expressão inicial não foi nada agradável.

Lucien.

O nome ressoou como um rugido animalesco dentro de minha caixa craniana; não era nem preciso dizer que eu estava louca para vê-lo virando pó, certo? Não só louca, todavia, eu definitivamente poderia realizar tal vontade.

― Eu vou matar você. Quem te deu a permissão para me seguir? ― trinquei o maxilar e aquilo ocasionou uma reação vinda do rapaz; ele pareceu bastante amedrontado. ― Por que veio atrás de mim, ein?

Ainda teve a audácia de sorrir ao ouvir a minha pergunta.

― Você estava fugindo.

Sequer pensei: num piscar de olhos já estava voando no pescoço dele, disposta a estrangula-lo sem remorso. Claro que minha reatividade se ligava ao fato de que eu precisava expressar minha raiva e angustia em relação a Peter de alguma forma ― no caso, tentando matar Lucien. Não era a melhor escolha para o momento, mas o que eu podia fazer? Se não explodisse agora, ficaria bem pior depois. De qualquer modo, sorte a minha e a dele que daquela vez eu não levei a melhor ― o rapaz conseguiu me dominar e eu acabei, mais uma vez, comendo folhas... E com seu joelho em minhas costas.

Furiosa, tentei me contorcer e me livrar daquilo, porém de nada adiantava.

Isso que acontecia quando não se prestava atenção nas aulas de Harmonização.

― Calma, Kate, eu sou seu amigo, esqueceu por acaso? ― a voz dele parecia suave, já seu joelho... era como aço.

― Grande amigo você, que acha que eu devo seguir uma dieta herbívora ― falei, enquanto tossia pedaços de folha. Ao menos aquilo fez com que ele se tocasse de que ficarmos daquele jeito não ajudaria em nada e saísse de cima. A ideia de atacá-lo novamente passou a ser então algo próximo de... intragável. ― O que você pensa que está fazendo? Por que me seguiu até aqui?

― Eu te vi correndo até o estábulo. Estava com cara de quem ia cometer um erro.

― E veio me impedir? ― sorvi o máximo de ar que pode, tentando pensar em formas de escapar antes mesmo que ele dissesse que voltaríamos para Academia. Contudo, sequer precisei disso.

Sacerdotisa de Landar - Livro Um (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora