DE VOLTA AO RIO DE JANEIRO

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Volto dos Estados Unidos para Copacabana. Meu pai preferiu ficar com a nojenta da noivinha dele. Então eu disse que viria morar novamente com a minha mãe no Rio. Eu sempre morei no Rio, mas foi em 2012 que fui obrigada a ir pro E.U.A. porque meus pais se separaram. Minha mãe nunca gostou muito de mim, ela diz que eu sou a culpada pelo motivo do divórcio.
Chego na rodoviária e sou recebida pelos meus avós. Minha mãe não teve um pingo de vontade de vir me ver.

- Oi querida! Seja bem vinda, novamente ! - Diz a Dona Célia, minha avó.
- Oi vó. Oi vô. Eu estava morrendo de saudades! - Eu digo, abraçando-os.
- Sua mãe não pôde vir porque ela estava muito ocupada com assuntos do trabalho.. - Diz o meu avô Cícero, olhando para o chão.
- Tudo bem, vovô. Eu entendo as desculpas dela.. - Eu digo triste.

Entramos no carro e fomos direto para casa. Mamãe nunca quis sair dessa casa, ela sempre morou aqui. Meus avós moraram aqui. Meus pais só fizeram algumas mudanças como ampliar a casa e colocar coisas mais novas e chiques. Depois que ganharam na loteria, decidiram que não iriam mudar de casa, então investiram tudo arrumando a casa. Dizem que a nossa casa é a mais bonita do bairro, por ser um casarão de três andares. O meu quarto nunca foi reformado. Quando meus pais disseram que iriam reformar eu implorei pra que não reformassem. Eu gosto muito do meu quarto, porque ele tem uma passagem secreta, e ninguém mais sabe disso. Foi o meu avô que me mostrou essa passagem. Ela fica embaixo da minha cama. No meu quarto tem um segundo andar que fica minha cama e minha mesinha. A passagem fica embaixo da escada que sobe para a minha cama. Toda vez que meus pais brigavam eu sempre me escondia lá. Conforme eu fui crescendo, meu avô foi adaptando minha passagem secreta, ele colocou uns forros anti-som. Eu adorava tocar guitarra, mas meus pais sempre brigavam comigo pelo barulho que saía. Com o tempo, o meu avô foi se esquecendo das coisas. Ele caiu e bateu a cabeça e só se lembra dos últimos dois anos de vida dele. A cada dois anos temos que explicar tudo para ele. Ele tem que aprender a dirigir novamente, e tem que aprender várias outras coisas. Depois desse acidente eu nunca mais comentei com ele sobre a passagem secreta.

- Chegamos ! - Diz minha avó, com animação.

Eles deixam eu abrir a porta.

- Nossa! Que saudades que eu estava dessa casa... - Eu digo, jogando tudo pro chão e me esparramando no sofá.
- Pode tirar essas patinhas de cima do meu sofá de couro branco! - Diz minha mãe, com as mãos na cintura.
- Oi pra você também, Irene.. - Eu digo e pego minhas coisas e subo pro meu quarto.

Quando eu chego no meu quarto a porta está trancada. Eu começo a dar socos para tentar abri-la.

- Quer fazer o favor de sair daí? Não percebeu ainda que está trancada ou está se fazendo de cega? - Diz minha mãe, com cara de brava.
- É que estou fingindo que é você aqui, por isso estou dando vários socos ! - Eu digo e começo a rir.
- Além de ser enxerida, é mal educada ! - Minha mãe diz.
- Pois é, acho que puxei isso de você. Cade a chave do meu quarto? - Eu digo.
- Que quarto? Você não tem quarto aqui não, flor. Esse quarto aí é meu, eu guardo minhas lembranças nele! -
- Como assim é o teu quarto? Você pirou, foi? Esse quarto é muito meu! Pode me dar as chaves dele agora!
- Eu não vou dar coisa nenhuma.. Você vai dormir no quarto dos empregados. Suas coisas já estão lá!
- Ah, mas eu não vou mesmo!

Eu desço e vou falar com os meus avós. Eu não os encontro, então pergunto para uma das empregadas.

  -Você sabe a onde está a chave do quarto da esquerda ?
- Não Dona Lara. Somente a Dona Irene sabe a onde está..
Lara - Obrigada, Felipa.

São 19:00. Vou esperar todos dormirem e vou procurar a chave daquele quarto. Eu vou voltar pro meu quarto, nem que eu tenha que revirar a casa toda para achar essa chave !
Eu deixo minhas malas no quarto dos empregados, mas não desfaço nenhuma.

O IRMÃO DA MINHA MELHOR AMIGAOnde histórias criam vida. Descubra agora