- Não, não tem necessidade disso... S-sim... Claro... Não sei...
Abro os olhos lentamente, desperta pelo barulho. Olho ao meu redor. Ainda estamos em Los Angeles. E Shawn está ao telefone. Sua postura corporal está tensa como uma corda esticada. Mantenho-me deitada na cama, na esperança de que ele não me veja. Mas ele se vira e me encara.
- Sim... Não, senhora... Quando for o tempo certo... Sim, eu a farei feliz.
Ergui as sobrancelhas.
- Claro, pode passar para ele... Oi, senhor Grace.
Pai? Fico em pé na hora, parando ao seu lado. Espera... Ele estava falando com a minha mãe! Sobre o que eles estavam conversando às nove horas da manhã?
- Não, ela ainda está dormindo - ele mentiu. No momento instante, suas costas ficaram retas - Sim, nós estamos dormindo junto.
Caralho, Shawn, sua anta!, quis gritar. Meu pai é extremamente protetor. Ele nunca pegou no pé em relação a namorados, mas ele é curioso: fará perguntas como "vocês estão usando camisinha?" ou "já tiveram a primeira vez?".
- Sim, senhor... Sim, nós usamos.
Coloco meu rosto sob o travesseiro, abafando um grito. Deus, que vergonha! Posso imaginar meu pai vermelho como um pimentão, enquanto minha mãe se controla para não ir atrás de Karen contar as novidades. Posso imaginar Ryan, meu irmão, lendo "Mil Formas de Matar o Namorado da Minha Irmã", se é que este livro existe.
- Sim, senhor... Não, eu nunca farei isso... Sim, eu a levarei para casa em segurança no Natal.
O Natal. Meus pais já estão pensando no recesso. Creio que, agora, com a notícia de que eu e Shawn estamos juntos, eles estarão mais ansiosos ainda. Posso imaginar o turbilhão de perguntas que serão despejadas sob mim.
- Oh, sim, tudo bem. Ela já sabe, sim, mas é claro que pode... Tudo bem... Até logo.
Ainda estou com o rosto no travesseiro quando ele desliga. Não quero mostrar o quão rosada estou. Sinto o colchão afundar quando ele se senta ao meu lado. Sua mão afaga minhas costas e viro o rosto para olhá-lo. Ele está olhando para o nada, mas me observa assim que o olho. O telefone toca de novo. Solto um pequeno gemido apenas de imaginar passar por outra humilhação. Porém, a pessoa que liga é outra.
- Hey! Quanto tempo! Parece que alguém se esqueceu dos velhos amigos.
Há um sorriso travesso em seu rosto e ele ri ao ouvir algo.
- Não nos encontramos desde a minha festa... Katherine e eu tivemos que sair às pressas
Ele gargalha dessa vez. Arregalo os olhos. Ele está rindo abertamente agora.
- Sim, imaginei que você tivesse visto as fotos... Sim... Não... Talvez. Ei, você está em Los Angeles?
Quem está em Los Angeles?
- Que tal se almoçarmos juntos hoje? Aí você pode conhecê-la... No mesmo lugar de sempre?... Sim, mandarei um beijo para John - ele sorri. - Outro para você, eu te amo.
Eu te amo? Mas que merda é essa? Sento na cama e cruzo os braços. Ele se vira empolgado em minha direção, exalando felicidade. Ao ver minha expressão séria, seu sorriso diminui. Ah, mas eu merecia uma explicação! Pelo fato de ter mandando um beijo para John, imaginei que fosse uma garota. O segurança não aturaria outro homem lhe mandando beijos. Então, para qual garota ele estava dizendo "eu te amo"?
Não que eu estivesse com ciúmes...
- Era a Camila - disse.
Tudo o que eu digo é "hm". Ele abre um sorriso ainda maior do que o anterior.
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Love Assistant
FanfictionKatherine Grace não queria ter deixado a Itália. Porém, ao mudar-se para Toronto, a garota se vê presa. Sua única escolha é trabalhar como assistente para seu amigo de infância. Shawn a leva em turnê e Katherine tem o prazer de não conhecer só cidad...