Capítulo 8 - Memórias de NY

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(Capitulo atualizado)

New York, 1 month later.

Uma brisa gelada bateu contra meu rosto, fazendo com que me aconchegasse ao meu sobretudo. Apesar do barulho do trânsito, pude ouvir meu próprio salto batendo contra o asfalto enquanto caminhava, o que me proporcionava uma sensação acolhedora: saber que o mundo ainda estava inteiro debaixo de meus pés.

Abri a porta do Starbucks à minha frente; o pequeno sino acima da porta anunciando minha chegada. O lugar estava vazio, apesar do vento soprar friamente do lado de fora. Soltei um pouco o laço de meu cachecol e inspirei o cheiro familiar de café.

A atendente havia me reconhecido, pois tentava — em vão, devo dizer — tirar fotos sem ser notada. Meu celular vibrou, anunciando a chegada de uma nova mensagem.

Já está voltando? Xx, Ed.

Merda!, ele queria que eu estivesse voltando quando eu havia acabado de chegar.

— Próximo — disse a balconista, olhando em minha direção.

— Olá — respondi, esboçando meu melhor sorriso — Três expressos, por favor. Sem açúcar.

— Vinte dólares ao total, senhora.

Observei-a. Senhora? Entreguei-lhe uma nota de cinquenta e, descaradamente, continuei encarando-a enquanto separava meu troco.

— Seu nome? — perguntou, entregando-me três notas de dez.

— Katherine.

Aguardei no balcão ao lado, mexendo no meu celular. Abri o Twitter e cliquei nas mentions, onde mendesarmys reinavam, pedindo para saber se sairiam mais músicas entre Shawn e Ed. Cliquei em um dos tweets, decidida a respondê-lo.

@actlikeulovesg yeah! Enquanto isso, curta o som de You Didn't Mean To Break My Heart. (;

Shawn havia escrito esta música em minha homenagem. A sugestão do nome foi minha e a letra retratava tudo o que eu tinha passado com Cameron. Através da letra, muitas pessoas descobriram o que se passava entre meu "relacionamento" e o porquê de ele ter acabado. Elas — incluindo S. — só não poderiam imaginar que eu também era compositora no meu tempo livre. Disso somente Ed tinha conhecimento.

Juntos, os dois alcançaram o topo das paradas em menos de uma hora. O single foi número um nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Brasil e entre outros países. Ele dizia dever todo esse sucesso a mim, o que eu sabia que não era verdade. Ele era o merecedor de tamanha repercussão.

— Katherine?

Ergui minha cabeça e percebi que um rapaz esticava suas mãos para mim, entregando-me os copos de café. Sorri, pegando-os delicadamente. Ele deu uma leve piscada e, ao girar um dos copos, percebi que havia um número escrito nele. Observei-o uma última vez antes de sair. Seus cabelos loiros caíam na testa, apesar de sua bandana de trabalho. Ele tinha grandes olhos verdes e cílios tão longos quanto nunca vistos antes. Seu rosto era coberto por milhares de sardas, dando-lhe um ar jovial.

Fiz o trajeto de volta ao estúdio, tentando lembrar-me do caminho. Na porta, John montava guarda. Ao me ver, ele sorriu. Pegou um dos cafés em minha mão e deu um longo gole.

— Essa era o meu — resmunguei, dando-lhe um soco no braço.

— Releve esta e vou relevar aquele atendente flertando com você.

Estávamos a um quarteirão da cafeteria. Mas como diabos...?

— Você me seguiu — deduzi.

— Ordens do chefe, gatinha, ordens do chefe...

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