És fã de Arrow? Então imagina se ele não tivesse voltado sozinho da ilha onde passou 5 anos! E se esse outro alguém que estivesse com ele se pudesse transformar em algo? E se fosse um lobo?...
S: O meu nome é Sarah Carter. O nome da ilha onde nos...
O desafio que ela lançou tinha muito mais significado para mim do que para ela, o contacto visual para ela poderia ser apenas uma forma de comunicação não verbal de grande impacto sobre o comportamento social, proporcionando valiosas informações sociais e emocionais, uma vez que inconscientemente, as pessoas examinam mutuamente os olhos e rosto da outra pessoa à procura de sinais positivos ou negativos sobre o seu estado espírito. Para ela poderia ser apenas isso, mas em muitas espécies, o contacto visual é interpretado frequentemente como uma ameaça e eu não era exceção. Olhei bem fundo nos olhos dela, como se lhe pudesse ler a alma, e ela, para minha surpresa, ripostou. Se fosse a pequena Sarah que chegou à Ilha, talvez desviasse os olhos, mas naquele momento por muito que quisesse voltar atrás era tarde de mais.....
- POV-
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A Ilha sempre foi um lugar perigoso, mortal para quem não sabe os segredos que ela esconde, mas para mim... bem era apenas um lugar incompreendido, talvez seja suspeita na matéria, já que também não salto à regra mas naquele dia senti-me perdida sem saber mais o que pensar. Ao vê-lo de cócoras com as calças já rotas, dobradas até meio do joelho e encharcado dos respingos rebeldes da cascata, só para tentar apanhar uma truta, não me consegui conter, ri-me a bandeiras despregadas. Ele que estava a tentar, já pelas minhas contas, à 15 minutos encontrar uma posição onde nem o movimento da sua respiração nem a sua sombra o denuncia-se, ao ver as trutas esgueirarem-se por entre os pedregulhos em busca de abrigo, olhou-me com tal feição que me fez arrepiar. Petrifiquei no sítio onde estava e ou ver a imensidão dos seus olhos, tive que me concentrar em não baixar os olhos como sinal de rendição, desta vez... pelo menos desta vez ele não ia levar a sua avante.
- Oh, vá lá era só um trutinha....- disse-lhe com ar de desafio sempre a fitá-lo
-UMA TRUTINHA!?! FOI O QUE LHE CHAMAS-TE?- bradou ele
Não respondi, o ataque de raiva em breve passaria e ele iria concentrar-se nos meus olhos. Vi-o franzir o sob-olho e olhar para mim e além de mim ao mesmo tempo e durante uns minuto ficamos assim um a olhar o outro , até que ele simplesmente baixou-os, na altura fiquei atónica sem saber o que fazer, apesar de querer muito ganhar-lhe nos jogos de dominância nunca pensei que ele se quer me deixasse fazer tal proeza.
-Então vens ou não??- questionou ele mal acabando a frase para correr sobre quatro patas
-Já vou!!- disse apenas para trotar atrás dele sob a minha loba e quando consegui coordenar os meus passos com os dele perguntei- Ryan? Porque é que me deixas-te ganhar?
- Não te deixei ganhar Sarah, tu estas a ficar forte e a tornar-te naquilo que nasceste para ser, apenas ainda não o sabes. Eu estou aqui há muito tempo, e preciso de ti para me ancorar ao que resta da minha humanidade... desculpa o que se passou à pouco, ás vezes já não me consigo controlar tão bem como antes e pequenas coisas para mim tornam-se uma imensidão...
Nada, um silêncio instalou-se entre nós de tal forma que conseguia ouvir tanto o que acontecia à nossa volta como o baque-baque coordenado das nossas patas no solo. Ele estava realmente a falar DAQUILO?...
-Sarah?
-Sim?
-Diz-me que...-engole em seco- promete-me que... se eu me descontrolar, não como à bocado ou igual às outras vezes, mesmo a sério, se o lobo tomar conta de mim, promete-me que não hesitas. Eu sei que é pedir muito, mas se eu deixar de ser eu, quero ao menos saber que estás bem, longe daqui, num lugar seguro com alguém que se importe contigo da mesma maneira que eu.
Ao longo da nossa pequena conversa fomos abrandando e acabamos por parar junto à praia da enseada que nos separava do resto do mundo. Olhei-o, não nos olhos, na alma e percebi... a partir daquele momento nada foi igual.......
-POV Off-
Quando pensava que ela não os iria baixar, ela sorriu.
-Sou a Thea, a caçula dos Queen, anda comigo vamos trocar-te de roupa, agora que vais aparecer na TV tens mesmo que te por apresentável.- levantou uma das delicadas sobrancelhas- A não ser que gostes desse estilo?
Olhando de revés para mim reparei que realmente tinha vestida uma sweatshirt cinza XL que me dava pelas coxas e com umas calças de ganga que seriam de Oliver, só as botas se conseguia aproveitar daquele estilo desleixado, mas bem fiquei numa ilha durante 6 anos não eram aquelas roupas que me iriam intimidar, eram de um tom escuro, quase preto e não me ficavam nem apertadas nem largas, serviam na perfeição. Senti-me corar, sobre o olhar expectante de todos, mas assenti à irmãzinha de Oliver.
- Olá sou a Sarah.- estendi-lhe a mão mas ela limitou-se a olhá-la- Sim, estive na Ilha com o teu irmão, acho que nos vamos dar bem, gosto da tua personalidade.
Ao ouvir isso, puxando-me pela mão que deixara estendida, levou-me degraus acima, porém, olhando para o chão para não tropeçar, ainda consegui ouvir um quase inaudível: " Não a deixes mudar quem és." Ao qual respondi, mesmo sabendo que ao contrário de mim ele não ouviria, com um "Jamais." sussurrado.
No Quarto de Thea Queen:
- Olha, vais ver, sais daqui e vais deixar todos de boca aberta, principalmente o Ollie.- comentou Thea
- Ollie?... - perguntei enquanto vestia o 4º top a que a Thea parecia chamar " suficiente-antigo-para-mim-mas-não-para-ti" na casa de banho privada do seu quarto.
- Sim,é assim que nós por cá por casa o tratamos,o que é que tem?- inquiriu curiosa
- Não, nada...- respondi enquanto saía de dentro da casa de banho- Sabes, nós não somos aquilo que pensas.- disse-lhe tendo em conta o duplo sentido
Ela estava da mesma maneira que a tinha deixado desde que experimentei as primeiras calças, sentada na cama King-size com o joelho cruzado e de vez em quando a olhar para o telemóvel.
- Uhau... Olha para ti, eu não dizia?- disse-me orgulhosa do trabalho- Seja lá o que forem, então, eu garanto-te que não lhe passas despercebida nem a ele, nem a todos os outros que vires por aí.
- Como queiras, - dirigi-me ao seu espelho de corpo e suspirei, afinal eu só tenho umas calças jeans justas azuis clara que suspeito que tenham custado uma fortuna, um top preto de alcinhas de algodão que combinava com um par de lingeri da mesma cor, e eu tenho que admitir aquele look não só firmava as minhas curvas como tornava os meus subtis músculos em algo que dizia: " Vou todos os dias ao ginásio", e as botas que por muito que a Thea teimasse para as tirar não conseguiu.
Olhei-me ao espelho e ainda por muito que diferente, desde a última vez que me tenha visto num, ainda me conseguia distinguir. Ainda sou eu. Ou pelo menos aquilo que resta...
