Valentina veio apenas para dizer que não poderia ficar.
Ela me arrastou para a varanda do meu apartamento e começou a gesticular sobre o quanto estava triste de não poder participar da festinha de boas vindas por que estava fazendo um trabalho importante para a faculdade, mas que estava feliz de saber que eu tive alta hospitalar. E mandou que eu tomasse todas as medidas medicas necessárias e melhorasse logo. Eu sorri para sua preocupação e a abracei antes dela falar que precisava ir embora. Antes mesmo dela tentar me beijar e eu falar algo sobre ela esperar mais tempo, ate eu me acostumar, ela me roubou um selinho e se afastou sorrido, retribui o sorriso e a acompanhei ate a porta.
Me liguei que meus amigos e alguns pais deles - Todos me pediram para eu chama-los de tio mais o seu nome ou apelido - a mandavam olhares fatais, mas ignorei. Afinal, eu não sabia qual o problema dela com eles, nem visse versa, já que ninguém me contava e eu também não procurei saber.
Depois disso o clima de paz "voltou" e voltamos a nos reunir em um mesmo cômodo e cantar e tocar algumas músicas. Bem, quer dizer, o Caio, o Finn, o Matheus - Pai da Karina - e o Tiago - Pai da Ana - tocavam violões e o Tobias estava sentado em uma caixa de madeira e dava ritmo de percussão às musicas. Todos cantavam, dependendo do conhecimento da musica escolhida, menos eu. Não lembrava a letra de nenhuma musica, e admito que fiquei meio aperreado por não conseguir lembrar de nenhuma e por isso não consegui me divertir como eles, mas ria das gaiatices de alguns nos refrões.
Até que encontraram uma musica legal - que falaram que foi a primeira musica que eu toquei no violão - e me falaram a letra do refrão, e com isso e cantei o refrão junto com eles, e me senti bem por isso. O fato de cantar e de por o sentimento transmitido pela música para fora.
Depois de um tempo, me peguei me perguntando onde era o banheiro e quando perguntei a Chelly, ela caiu na real e lembrou que era a "primeira" vez que eu entrava neste apartamento com minha mente 'limpa'. Ri do que ela falou.
Chelly então ordenou meus amigos a me "apresentar" a casa. E assim foi feito. O apartamento era enorme e perguntei para os que me acompanhavam por que eu morava aqui sozinho.
- Você morava aqui com a tia Chelly, mas ai ela precisou se mudar para três cidades de distancia dessa, para cuidar da empresa, e você não quis ir, então ela te deixou aqui. - Respondeu Karina que andava do meu lado observando as fotografias do corredor.
Parei para prestar atenção também e logo nós seis estávamos parados no corredor vendo as fotos. A maior parte delas eu estava junto deles, seja fazendo uma palhaçada, tocando violão ao lado de Caio e Flynn em uma praia ao amanhecer, um show em uma escola onde eu tinha uns, prováveis, 13 anos, em outra estávamos fazendo uma guerra de farinha em uma cozinha que não conheço, uma que fazia pouco tempo em uma praia com a Clara e o Flynn ao meu lado. Em outra, eu, mais novo, estava do lado de Chelly e de um homem alto, loiro e de olhos castanho claro - muito parecido comigo - sentados num banco de uma praça, sorrindo para a câmera.
Cocei a nuca quando percebi que eu tinha cabelo, e muito. Era um corte meio despojado e mais ou menos curto, já que ele parecia cair em meus olhos, mas me disseram também que eu sempre deixava ele em um topete.
- Um topete de vários salários mínimos. - Brincou Ana e nos rimos.
Suspirei e falei:
- Então parte da popularidade da banda era o meu cabelo, então vamos perder alguns pontos de popularidade, já que não tenho mais.
Era verdade, se o que as fotos penduradas diziam, eu estava horrível agora. Ninguém tinha falado da minha aparecia, mas eu sabia que pensavam.
- Pietro, sua aparência é o de menos agora. - Falou Karina abraçando o meu braço e olhando nos meus olhos. - Você está vivo! Esses cortes e feridas vão cicatrizar e seu cabelo vai crescer novamente. E você viu os comentários daquela foto, você não precisa parecer perfeito para ser perfeito.
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"Memorias"
JugendliteraturPietro Marques vivia muito bem namorando o amor da sua vida. Karina Ferrari fazia o loiro enlouquecer apenas de pensar. Musico prodígio, querido por todos e, inegavelmente, atraente, Pietro fazia todas as garotas de sua faculdade suspirarem, porem t...