Quando Flynn começou a discuti com o Caio, eu me dei conta de duas coisas: 1- Essa discursão não iria dar em nada, e 2- Eles nem lembravam mais o que estavam fazendo.
Ana prestava atenção/ria na/da "briga" deles, mas quando voltou a prestar atenção em mim, eu pedi o caderno que estava com ela, que me entregou e voltou a rir dos meninos.
Deixei uma ultima frase perguntando se eles iriam continuar mesmo com aquela conversinha, mas eles me ignoraram, então comecei a ignorar eles também.
Dei uma olhada na musica e reproduzi os acordes que os garotos tocaram no inicio, e continuei a tocar a segunda parte. Apenas trocando as notas, mas nada de tocar com o ritmo.
- Pelo que percebi, Pietro. – Falou o Lauro, me chamando atenção – Você sabe as notas, tanto que troca e faz umas com facilidade, mas não se lembra do nome delas.
- Posso me lembrar... Eu acho. – Falei confuso.
- Tem um bom ouvido para notas também, consegue reproduzir um som com perfeição.
- Dizem que toco desde os 10 anos, se não me engano. Não acho que é uma coisa que eu vá esquecer durante um tempo.
- Realmente. – Falou o psicólogo – a algumas coisas que as pessoas não esquecem. Como falar ou andar de bicicleta. No seu caso foi o violão, vamos começar por ele, depois vamos para outros instrumentos que você sabe, ou sabia, tocar.
- Certo. – Sorri concordando.
- Você tocou duas musicas consideradas fáceis, vamos dificultar? - Perguntou e eu assenti – Tenho um Ipod aqui com umas músicas acústicas, e essa é a lista de musicas que tem no aparelho – Me mostrou uma lista com vários nomes no computador dele – Você vai fazer o seguinte, vai escolher uma dessas e vai acompanhar vendo as cifras.
Concordei e dei uma olhada nas musicas que estavam no caderno e encontrei uma que tinha no Ipod do Lauro.
- Beautiful Day, do U2. – Ele olhou rapidamente para mim, para uma parte das cifras que tinha no caderno e para o computador.
- Podemos trabalhar o seu inglês também, sabe se você falava inglês antes do acidente?
Concordei.
- Tenho um certificado que passei longos anos em um cursinho de inglês, o básico pelo menos eu devo saber. – sorri – Já que, como o senhor falou, que algumas coisas são como falar ou andar de bicicleta. – ele balançou a cabeça na afirmativa e me estendeu um Ipod pequeno e branco com um fone de ouvido, também branco.
- Escute a musica uma vez, depois de replay e acompanhe, olhando as cifras do caderno.
Apertei o play e comecei a escutar a musica, e, sem que eu percebesse, fazia as notas da musica, sem olhar para o caderno. Fazia apenas o que imaginava que iria sair o som. Mas não chegava a tocar de verdade. Quando a musica voltou a tocar, eu comecei a acompanhar. Parei de prestar atenção em tudo a minha volta e olhava para as cifras e as letras no caderno. Sentia que já conhecia essa musica, mas não lembrava se tinha mesmo tocado. De repente, meus dedos sabiam exatamente quais notas pressionar e quais cordas tocar, para aparecer o som certo. Eu nem prestava atenção direto a onde estava minha mão esquerda. A música que tocava em meus ouvidos não era alto o suficiente para eu não escutar o que estava tocando, e ambas se misturavam e tornavam a melodia gostosa de ouvir.
Quando vi, eu estava apenas lendo a letra e repetindo o que o cantor falava, e no ultimo verso, comecei a escutar palmas, que não tinha escutado na musica. Ergui os olhos e vi meus amigos batendo palmas – todos três pareciam ter lagrimas nos olhos.
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"Memorias"
Dla nastolatkówPietro Marques vivia muito bem namorando o amor da sua vida. Karina Ferrari fazia o loiro enlouquecer apenas de pensar. Musico prodígio, querido por todos e, inegavelmente, atraente, Pietro fazia todas as garotas de sua faculdade suspirarem, porem t...