Eu me senti extasiado.
O show, toda a adrenalina, as pessoas gritando as músicas e dançando em alguns momentos. E a recepção que Diga teve com a galera. Pude jurar que vi pelo menos dez pessoas chorando.
E a reação da Valentina. O beijo que ela me deu, quase desesperado, e suas promessa de que não iria mesmo sair da minha vida.
E agora - jogado na cama do quarto de hospedes - vendo-a se arrumar para ir embora, eu considerava a última promessa.
- Tem mesmo que ir embora? - Perguntei meio manhoso, coberto pelo lençol de tecido grosso, que nós esquentou quando nossos corpos começaram a perder o calor graças ao ar condicionado, que já foi desligado há essa hora.
- São 9hrs da manha, Pietro. - Falou colocando os saltos e ajeitando sua franja loira pela decima vez desde que saiu do banheiro.
- É sábado. - Murmurei.
- Vou almoçar com minhas irmãs e cunhada, e eu acho que com umas amigas da Leticia, para falarmos sobre o casamento. - Contou enviando uma mensagem de texto.
- Você vai mesmo me deixar sozinho nesse apartamento? - Fiz um biquinho muito gay, mas não me importei no momento.
- Pie, eu só vou almoçar com umas garotas... Não é como se eu fosse te trair. - Falou se aproximando de mim e se inclinando para me beijar.
- Não estou falando de traição, estou falando de ficar o dia todo agarrada a mim nessa cama, ou na minha... É mais confortável. - Falei me sentando e segurando seu braço para que não se afastasse.
- Sabe que eu queria muito. - Fez um sorriso malicioso e mordeu a ponta do lábio inferior. - Mas não posso deixar de ir... Se eu não tiver lá para organizar, no dia do casamento as cores vão ser vinho e verde limão, os vestido serão berrantes e nada vai combinar com nada.
- Que exagero. - Falei sem emoção.
- É verdade Pie. - Falou seriamente. Valen se inclinou mais uma vez para plantar um beijo nos meus lábios. - Hoje à tarde ou amanha eu venho. Mando um Whats.
- Ok. - Suspirei dando mais um beijo nela e a soltando.
- Não vai me levar até a porta? - Perguntou erguendo as duas sobrancelhas, já que ela não conseguia subir só uma.
- Que horas você disse que era mesmo. - Falei quase dormindo novamente.
- Céus, Pietro. - resmungou - Ah, esqueci que fomos dormir muito tarde ontem. - Murmurou - Bem, eu já vou. Depois nos vemos Pie. E mais uma vez, obrigada pela música. - Falou em tom doce, mas eu mal conseguia escutar as palavras, quanto mais formular uma resposta coerente.
Mas mesmo assim respondi alguma coisa que eu não sei o que significa.
Talvez só signifique "mhufnim" mesmo.
Acordei depois com o calor. Nenhum barulho era escutado. De duas uma: ou estavam fazendo uma festa surpresa para mim na sala, ou eu estava absolutamente sozinho.
Descartei a primeira hipótese, já que não era meu aniversario nem nada do tipo, então conclui que estava sozinho, mas mesmo assim coloquei minha cueca antes de sair do quarto. Só por precaução.
Então escutei um chiado baixinho, de plástico contra alguma superfície. Fui atrás do som e encontrei meu celular e uma chamada do Flynn.
- Oi? - Falei assim que atendi a ligação. Só então notei a bagunça que minha sala de estar estava.
- Dormiu bem, ou a adrenalina não deixou? - Perguntou meu amigo sorridente.
- Dormi bem... Depois da adrenalina sair do meu corpo. - Murmurei a ultima parte. - Mas não me lembro do por que minha sala está lotada de instrumentos...?
VOCÊ ESTÁ LENDO
"Memorias"
Novela JuvenilPietro Marques vivia muito bem namorando o amor da sua vida. Karina Ferrari fazia o loiro enlouquecer apenas de pensar. Musico prodígio, querido por todos e, inegavelmente, atraente, Pietro fazia todas as garotas de sua faculdade suspirarem, porem t...