"Memorias"

Capítulo 5 - Flynn

Esse é um daqueles capítulos que tem música, mas não é obrigatório escutar e as poucas frases delas que usei, estão devidamente traduzidas na historia.

Link: https://www.youtube.com/playlist?list=PLVJpVQD6Pfj_5GWpbDK905yf2D6E3NVMd

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- Vocês acham que eu vou voltar a tocar? - Pergunta Pietro jogado no chão próximo a mim, ele estava no chão desde que entramos no estúdio. - Ou que eu ainda sei?

Não sei o que responder. Olho para Caio, que estava jogado em um pufe - meio no chão, meio no pufe - e ele também não sabe o que falar.

Desde que Pietro recebeu alta medica, tenho pensado muito em como deve está sua mente. Ele parece tão confuso em alguns momentos e calado demais em outros. Às vezes está parado olhando para uma foto com as testas fincadas, tentando se lembrar de como foi que estava acontecendo alguma coisa na memoria eternizada que ele tem em mãos.

Ele anda também muito quieto, participa de nossas conversas, mas sempre sai do assunto de fininho, e só entra se pedimos a opinião dele. Antes do acidente, Pietro já era uma pessoa calma, sabia se controlar e permanecer calmo e calado em diversas situações. Ele só se soltava quando estava com a Karina ou quando estávamos nos seis reunidos. Sinto falta do antigo Pietro, esse de agora parece tão deslocado.

Mas desde que ele foi na faculdade e falou sobre a banda, ele parece excepcionalmente pensativo, e parece que agora, finalmente, revelou para a gente o que tanto pensa.

- Vocês estão pensando no que falar ou vão me deixar no vácuo mesmo? - Perguntou o loiro jogado no chão.

Suspirei.

- Eu não sei o que te responder Pietro. - Falei - Mas tipo se você não souber mais tocar nos te ensinamos novamente.

- Sim. - Caio confirmou o que eu falei.

- Você viram a cara daquelas pessoas da nossa turma? Ficaram decepcionadas quando souberam que não tenho um futuro definido da banda...

- Não seja depressivo homem. - Falou Caio rodando uma de suas baquetas na mão. - Você escutou o que o Finn disse, se não se lembrar de como toca, nos te ensinamos de novo.

- E se eu não lembrar como se canta, ou se não cantar bem como antes...? - Deixou a pergunta no ar.

- Ai depois de um tempo você se lembra como e volta a cantar. - Falei lembrando que ele iria sim ter sua memoria de volta.

- Mas não podem ficar três meses sem se apresentar em nada. - Ele se virou a cabeça em nossa direção.

- Nos vamos dar um jeito, bro. - Fala Caio tentando despreocupar ele. - Nem que tocamos só instrumental.

Pietro bufa e antes dele retrucar com mais alguma frase desmotivacional, alguém bate na porta do estúdio e abre em seguida. Lá estão o Lauro, psicólogo do Pietro, e Tia Chelly.

- Boa tarde a todos. - Nos cumprimenta entrando no nosso espaço.

- Boa tarde. - Caio e eu repetimos, mas Pietro para no 'boa'.

- Estão todos confortáveis? Precisão de alguma coisa? - Pergunta tia Chelly e nós quatro negamos. - Ótimo. Preciso ir ao mercado, não sei se vou demorar ou não. Meninos, vocês podem ficar com o Pietro até eu voltar? - Assentimos - Certo. Tem comida na cozinha caso fiquem com fome. Fique a vontade Dr. Lauro. - Fala a mãe do meu amigo e depois vai embora do cômodo.

- Ela me trata como criança. - Resmunga Pietro ainda deitado no chão.

Eu levanto do pufe que estava e o ajudo a levantar.