Cap XVI: O obscuro - Parte 1

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Ao abrir os olhos, notei que estava curada e minha alma estava em paz. Não lembrava de absolutamente nada, era como se um branco estivesse tomando conta de toda a minha memória... Será que estava morta? O lugar ao qual eu me encontrava era lindo, tinha várias flores coloridas, árvores, animais... Fadas, pixies, uma árvore ao centro. O clima era agradável, era tudo perfeito e mágico. Uma pequena fada pousou perto de mim e transformou-se, ficando do meu tamanho. Ela possuía grandes asas num tom de rosa, combinando com seu vestido curto e brilhante, rosa também, assim como seus sapatos pontiagudos. Tinha cabelos brancos presos num coque, com uma tiara rosa.

- Eu conheço você. – Disse, num tom fraco.

- Sim, sou a Elsa. A última vez que nos vimos disse para vocês não voltarem aqui. – Tudo estava uma confusão, eu não conseguia compreender nada.

- Vocês? Aqui? – Pus a mão em minha cabeça, estava morrendo de dor.

- Você sabe onde está? – Neguei. – Deixe-me te lembrar. – Ela tocou em mim com sua varinha, e todas as minhas memórias voltaram. Até a parte que supostamente fui atacada por Henry.

- Estou no coração de WoofLine, e não estou morta, não é? – Precisava ter certeza.

- Exatamente. – Pisquei duas vezes, agora ela usava um vestido longo, com mangas compridas e transparentes, cheias de brilhos prateados. – Você estava desmaiada, próxima a barreira, assim como ele, o que fez com que vocês entrassem aqui novamente.

- Ele?

- O garoto ao qual você veio da última vez.

- Henry está aqui? – Ela assentiu. – Eu vou mata-lo! – Gritei e completei. - Antes que ele me mate...

- Por que? Está maluca?

- Ele me atacou, por isso fiquei desmaiada. – Me alterei. Aquela lembrança estupida rondava minha mente.

- Acha mesmo que eu faria algo com você? – Ele disse, logo atrás de mim.

- Ah! Você está aí... – Estava cega de ódio.

Virei-me rapidamente, puxei minha faca de dentro da roupa, ao qual guardava para emergências. Fui em sua direção, e o empurrei com força até o encostar na árvore. Coloquei minha faca em seu pescoço, enquanto o prendia com o outro braço.

- Vamos Henry! Não vai nem ao menos se defender? – Ironizei.

- Melanie não estou reconhecendo você. – Chutei sua perna, o que o fez gemer de dor.

- Dói, não é? Doeu também quando você fez aquilo comigo.

- Aquilo?

- Agora diga-me o porquê? Por que me atacou? – Ignorei sua pergunta. Meu coração pulsava, meus olhos exalavam escuridão.

- Melanie! – Ele gritou. – O que está acontecendo? – Henry queria fingir que nada aconteceu... Ele estava ferrado.

Eu estava prestes a cortar seu pescoço, quando olhei bem no fundo do seus olhos e vi inocência. Nesse momento divide-me em duas. Parte de mim queria mata-lo sem dó, era como se aquilo fosse me fazer sentir-me melhor, já por outro lado eu queria acreditar que tudo aquilo não passou de uma confusão na minha cabeça, e que ele não teve nada a ver... O lado do amor sempre vence.

Woofline - Primavera sem cor (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora