Cap XI: Perigosa Aventura - Parte 1

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Emma e eu seguimos em direção a uma cidade chamada "Silber". Não fazia ideia do que me esperava, nem do porquê Emma me trouxe até aqui. Ela acredita que irei mudar de opinião e passar a acreditar em mim, e lutar pelo povo, sinceramente, não acho que exista algo que vá me convencer... Durante o caminho não conversamos nada, ela apenas me guiou. Chegando lá, descemos dos cavalos e um rapaz gentil os guardou. A cidade era incrivelmente bela, lá tudo era azul e prateado. Ao centro havia uma fonte que jorrava águas cristalinas, as casas tinham tons diferentes de azuis, porém todas as portas, telhados, janelas, cercas, e outras coisas eram pratas. Tinham bandeiras penduradas em todas as casas também, elas eram azul-marinho e tinham uma lua enorme e a letra M bordadas... Não sei porquê, mas sinto que já estive aqui.

- Está pronta? - Emma interrompeu meus pensamentos.

- Creio que sim. - Ela sorriu, juntas adentramos mais a cidade. - Esse lugar não é estranho pra mim. - Olhei em minha volta e encontrei um lago. - Este lago... - Várias coisas se passaram em minha cabeça, era como se as cenas do meu sonho estivessem diante de mim.

- Você já veio aqui?

- Não, eu... - Agora eu me via correndo das névoas, mas era cercada por elas.

- Mel? - Emma me despertou.

- Vamos, siga seu trajeto! - Ela tinha uma expressão preocupada, mas logo voltou a caminhar.

Tudo ali era muito exuberante, tinha muito brilho, como se demonstrasse riqueza. No chão algumas luzes azuis piscavam, a noite deveria ficar perfeito. Em meus sonhos eu não adentrava a cidade, só a via de longe, por isso fiquei tão encantada. Emma me levou a uma rua onde todos estavam alegres e dançando.

- Qual o motivo da festa? - Perguntei.

- Você! - A olhei espantada.

- Acreditam mesmo que sou a salvação deles? - Ela assentiu. - Coitados! - Emma fez uma careta, e dei ombros. Todos dançavam em uma grande roda, faziam movimentos com os braços e as pernas, completamente sincronizados. Aos poucos eles puxavam as pessoas para dentro da roda, não demorou muito para nos puxarem. - Emma eu não sei dançar.

- Não se preocupe, é só se divertir e se deixar levar. - Fiz uma cara feia, preferia ter ficado no castelo.

Mas, já que a única coisa que me restava era isso... Rodopiei assim como todos, depois passamos a entrelaçar os braços, de forma que todos participavam e saiam de seus lugares. Após voltarmos para a posição de antes passamos a bater palmas e um moça foi para o meio e fez uns passos, até puxar outra pessoa e assim sucessivamente. Todos riam e saltitavam. Emma me puxou para o meio, não gostei nenhum pouco da ideia, mas estava tão contagiada, que nem liguei. Girei duas vezes seguidas, pus as mãos na cintura, levantei uma perna, depois cruzei a mesma, e a levantei de novo; fiz o mesmo movimento com a outra.

De repente, todos pararam e mudaram suas expressões. Os sorrisos sumiram, a alegria de antes se tornou medo, algo tenso estava acontecendo.

- Socorro! - Uma mulher gritou.

- O que houve Mary? Por que estás chorando? - Um homem a perguntou.

- Meu filho, ele... - Desviei meu olhar da conversa, algo estava me incomodando. Olhei ao meu redor, todos cochichavam algo. A uma grande distância vi um garotinho jogado no chão.

- Emma! - A chamei. - Emma! - Ela não tinha me escutado. - Olhe aquilo. - Assim que sua visão o alcançou corremos para lá.

- Oh meu deus! Quanto sangue. O que aconteceu? - Emma parecia assustada.

Woofline - Primavera sem cor (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora