Cap IX: Destino Cruel - Parte 2

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Ao sairmos dali, notei que tudo estava destruído. Olhando bem, não era nem destruído, era obscuro. As árvores estavam negras e balançavam de forma lenta. Os animais pareciam congelados, assim como o vento. Uma forte névoa circulava pela floresta e os guardas da noite anterior estavam mortos!

- Oh meu deus! - Exclamei, ao ver aquilo. Coloquei as mãos nos lábios, e senti Henry me abraçar por trás e de repente uma forte tempestade tomou conta do lugar. - De novo não!

- Isso já aconteceu antes? - Ele perguntou como se não soubesse de nada.

- Na escola, você não lem... - Emma não havia mentido. Nada daquilo no baile tinha acontecido, eu apenas havia sido levada para cá. Mas o monstro dos meus sonhos resolveu brincar com meus pensamentos. Um raio atingiu uma árvore, fazendo me saltar para longe de Henry.

- Não se afaste por favor. - Ele me puxou e demos um beijo, mesmo eu tendo convicção de que aquilo iria dar em problema, e foi o que aconteceu, as coisas só pioraram. Um forte vento passou a arrastá-lo para longe de mim.

- Henry! - Disse gritando. Nossas mãos foram separadas a força, ele estava do outro lado. Tinha uma linha que marcava o limite de tudo. Tentei ir para seu lado, mas uma barreira invisível me impedia. Uma lágrima se formou em meu olho.

Toquei-a de todas as maneiras e ele fez o mesmo, nada!

- Eu amo você! - Disse, entre choros. Ele com certeza não tinha ouvido, mas tinha lido meus lábios. "Vai ficar tudo bem!" Ele disse, concordei. Após alguns minutos, ele se afastou e acabei por ficar completamente só. Virei-me e dei de cara com ele.

- Ora, ora, ora... A quanto tempo! - Um arrepio percorreu por todo meu corpo, meu sangue passou a pulsar em minhas veias. E ele lançou-me um sorriso malicioso. - Oh! Perdoe-me... Alteza! - Fez uma reverência.

- O que faz aqui? Quem é você? - Perguntei confusa.

- Eu... Hum, vejamos, não tenho uma definição concreta. Mas, digamos que sou o mal deste mundo. As trevas, como aquele elfo lhe disse. - Um pavor tomou conta de mim. "Como ele sabia da minha conversa com Acace?"

- Então você não é apenas um monstro que me assombra em meus sonhos?

- Você é muito curiosa! - Ele estava a uma grande distância de mim, mas num piscar de olhos ele estava tão próximo que chegou a sussurrar em meu ouvido. - Eu gosto disso. - Novamente me arrepiei, meu peito arfava, devido a respiração ofegante. - Não tenha medo querida. - Ele passava sua mão gélida em meu braço. Dei um passo para trás.

- Vai me responder, ou não? - Perguntei.

- Eu sou real Melanie. - Ele afastou-se de mim, suspirei forte, aliviada. - Os seus sonhos eram reais, na verdade, eram como uma ponte entre nós dois... - Ele passou a andar em círculos. - Você é minha ruína, meu ponto fraco, a luz em meio as trevas. E eu não gosto nada disso! - Seus olhos ficaram vermelhos por um momento, engoli em seco. - Sabia que um dia você voltaria, e eu poderia acertar minhas contas. - Acertar as contas? O que ele queria dizer com aquilo.

- Isso significa que você vai me matar? - Ele sorriu.

- Não! - Baixei a cabeça. - Ainda não. - Arquejei.

- Não entendo, como posso te destruir?

- Você é mais forte do que imagina, querida. - Queria tanto poder acreditar naquilo. - E além de tudo você tem a droga do amor. - "Amor" Sussurrei a mim mesma. - O amor é a coisa mais forte do universo.

- Por isso você não me quer com Henry! Fico mais forte quando estou com ele. - Não deveria ter dito isso, o monstro pareceu não gostar.

- Afaste-se dele ou irei te matar! - Ameaçou-me.

Woofline - Primavera sem cor (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora