Cap XV: Caminho mortal - Parte 1

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Sem rumo, novamente. Estou cansada de andar perdida, sem ter para onde ir. Há dias que vago pela floresta, não quero voltar para casa e não faço ideia para onde posso ir. Esperava passar mais tempo na Terra Zwerge, mas como sempre aquele demônio deu um jeito de estragar os meus planos. Precisava pôr um fim nisso, de algum modo, por mais que fosse arriscado.

As noites estavam casa vez mais frias, e cada vez estava mais difícil de encontrar comida. Meu cavalo precisava descansar, assim como eu. Paramos no meio de algumas árvores, e tentei subir numa delas, para garantir minha segurança e para tentar encontrar comida. Como estava fraca e abalada, devido aos últimos acontecimentos, não conseguia praticar magia muito bem. Estava praticamente no topo, quando ouço meu cavalo uivar e vejo que dois leopardos o cercam.

Dei um pulo, e quase caí no chão. Eles avançaram em minha direção, e no mesmo momento imaginei uma espada em minhas mãos e ataquei. Mal tive forças, lutei do jeito que pude. Um deles lutou contra meu cavalo e o outro comigo. Ele mostrou suas garras afiadas e as lançou sobre mim, fazendo-me ganhar um arranhão no rosto. Cortei sua pata de forma cruel. O que o fez derrubar-me no chão, rolei e levantei rapidamente. O deixo vim novamente, e após isso enfio a espada sobre seu corpo.

Corri para ajudar o pobre animal, que estava sendo atacado, e vejo que ele está quase morto. Avanço vagarosamente, para que o leopardo não me note. Levantei a espada e iria ataca-lo, porém fui derrubada no chão. Não havia matado o outro leopardo. Iria morrer, porém o meu cavalo deu um coice em ambos. O que deu tempo de me recuperar. Avancei na direção deles, e ataquei sem piedade. Um a menos. Estava feliz com minha habilidade, fiquei a observar aquele animal morto e sem perceber fui atacada. O outro bicho me jogou parede, o que me fez desmaiar.

***

Acordei completamente sem noção de alguma coisa. Minha cabeça latejava, meu corpo ardia em febre. Porém, não sentia dor alguma, o que era estranho, pois com a queda que havia levado eu devia estar no mínimo com três ossos quebrados. Mexi em minhas costelas, para ter certeza que tudo estava em seu devido lugar. Notei que uma atadura estava em volta de mim, assim como no meu pé. Como não lembrava-me de nada, fiquei assustada ao saber que alguém cuidou de mim, pois tenho certeza de que meu cavalo não foi.

- Quem fez isso? – Ouvi umas risadas num tom baixo. Levantei vagarosamente e segui o som. – Quem está aí? – Ouvi mais sons.

Andei lentamente e aproximei-me de onde estava ouvindo os barulhos. E de repente, meu cavalo saltou dentre as árvores.

- Que susto! Max, não faça mais isso. – Disse, finalmente havia escolhido um nome para ele.

- Desculpe, não sabia que você iria se recuperar tão rápido. – Ele disse.

- O que? Você fala? – Perguntei abismada.

- Na verdade, não. Antigamente, nós animais podíamos nos comunicar, mas com o passar do tempo isso foi retirado de nós... Quando acordei, eles me deram um tônico que me fez voltar ao normal.

- Eles quem?

- Nós! – Armei-me no mesmo instante, porém não vi ninguém. – Aqui embaixo! – Eles eram tão pequenos, usavam gorros vermelhos, e camisas azuis. Tinham orelhas enormes e pontudas.

- São gnomos. – Max disse.

- Aqui tem de tudo, não é mesmo? – Disse e lancei um sorriso, não muito sincero e suspirei.

- Não tenha medo de nós, somos amigos, viemos em paz. – Abaixei-me e o peguei na mão.

- Nós quem? – Ele apontou para as folhas e gritou. Vários gnomos saíram debaixo delas, eram incontáveis. - O que querem comigo?

Woofline - Primavera sem cor (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora