Cáp XX: Sacrifícios Irreparáveis

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Não sabia se me aliançar a Violette seria uma boa escolha, mas eu não tinha opções. Nós nunca nos demos bem, na verdade, eu a odiava, por motivos toscos, mas ainda assim a odiava. Ter que se aliançar ao "inimigo" significa que tudo está na pior condição, e realmente, eu estava na pior condição possível.

- O que você propõe? – Perguntei e não baixei a guarda por precaução.

- Não precisa se prevenir, eu não vou te fazer mal.

- Vamos Violette, direto ao ponto.

- Tudo bem! – Soou rude, como de costume. – Eu sei que você quer que o Henry volte a viver, e eu também quero, juntas podemos trabalhar.

- Tem algum plano?

- Essa parte é com você. Não sou muito de pensar, já na hora de agir... – Ela sorriu e aquilo pareceu o início de uma aliança.

- Tudo bem, mas quero deixar claro que quem dar as ordens aqui sou eu! – Disse de maneira autoritária.

- Mas...

- Violette! É isso ou nada.

- Tudo bem, qualquer coisa pelo Henry. – Aquele desejo dela por salva-lo era suspeito.

- Por que quer tanto trazê-lo de volta? – Não poderia deixar passar. Ela respirou fundo e sentou na minha cama.

- Não sei se você sabe, mas assim como você tinha um "prometido", ele também tinha.

- Você era noiva dele? – Afirmou.

- Ele não gostava de mim. – Admitiu tristemente, o que me fez ficar menos infeliz. – No começo... Depois que ele passou a se dedicar a guerra e ao reino, nos aproximamos e... – Milhões de coisas se passaram na minha cabeça. O que Henry poderia ter feito com a Violette?

- E? – Estava impaciente.

- Foi tudo muito rápido, foi inevitável...

- Violette, o que aconteceu? – Minha respiração estava desregulada, assim como meus batimentos cardíacos.

- Eu estou grávida. – Suspirou. – Estou esperando um filho do Henry. – Minha visão escureceu, quase tombei naquele instante, meu mundo desabou.

Quantas e quantas vezes me senti um lixo por dar uns beijos no Charlie? Enquanto o Henry estava lá fazendo filhos com a outra. Me sentia traída, suja. Como ele pôde? O pior, trazê-lo de volta ia aumentar meus problemas, ele não seria meu, seria da Violette e do seu filho com ela. Ele teria sua família e eu não estava configurada nela. Porém, não posso ser egoísta, a pobre criança não tem culpa e merece crescer com um pai.

- Por favor, diga-me que vai me ajudar! Eu sei que pra você deve ser difícil, mas eu não vou conseguir criar essa criança sozinha. – Ela parecia desesperada.

- Sua mãe sabe? – Negou.

- Ela já teria matado a criança. – Disse entre prantos. Não contive as lágrimas. Por que fez isso comigo, Henry?

- Tem uma forma de fazê-lo voltar.

- Qual?

- Iremos descobrir... Primeiro precisamos encontrar o Enrico, ele está com o corpo de Henry.

Woofline - Primavera sem cor (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora