Charmed |Camren|

Capítulo X

Puta que pariu. Meu Deus, se eu ainda pudesse matar esse menino com as minhas mãos usando o cortador de grama do Brad, eu trituraria cada parte do corpo dele e iria enterrá-lo no quintal mandando explodirem uma bomba em cima, eu ficaria eternamente feliz. Eu nunca tinha odiado tanto alguém na minha vida.

Droga, eu sou a conselheira real e estava a poucos minutos atrás quase fazendo coisas com a princesa na piscina e o futuro noivo dela viu, oh, que maravilha, parabéns pra nós. Mergulhei também para ir até a borda.

- Olá meninas. – ele disse ao voltarmos. Parecia que Camila queria bater em alguém. Ela subiu pela borda, agitando o cabelo. – Vocês estão loucas de entrar aí nesse inverno?

- A gente caiu. – ela resmungou, respirando fundo e abraçando o próprio corpo. Eu a conhecia bem demais para saber como ela ficava quando não conseguia o que queria.

Fiquei de costas para a borda e impulsionei o corpo para cima, recebendo o choque elétrico do vento frio que me envolveu, fazendo meus dentes trincarem.

- O senhor agendou uma visita aqui? – disse entre dentes ao encará-lo.

Grande garoto estúpido e enxerido. Eu tinha certeza do que ele ia fazer agora.

- Não, não. É que a rainha me chamou de última hora pra me mostrar a mansão. – Camila deu uma seqüência de espirros baixos, abraçando-se mais forte. – Camila, não é melhor você ir se secar? Você disse que tem baixa resistência...

Ela emburrou adoravelmente a cara, lançando-me um olhar sugestivo e dando um sorriso 'amistoso' para ele. Saiu pisando duro.

Eu poderia matá-lo agora?

- Sim, e o que o senhor quer? – o encarei, retirando o casaco para torcê-lo e tirar o excesso de água. – A Camila acabou de passar pra lá... – apontei o caminho que ela havia seguido, sorrindo falsamente.

- Eu queria conversar com a senhora.

Oh, você quer conversar e eu quero matá-lo, que coincidência.

- Diga senhor, o que deseja?

- É que a Camila fala tanto de você e eu gostaria de conhecê-la melhor, se pudesse.

Arqueei as sobrancelhas, novamente encarando-o. Austin me encarava de volta e mesmo que eu tentasse me convencer que eu só não gostava dele porque sentia ciúmes, algo me dizia que ele ainda faria coisas horríveis. Nunca me convenci por carinhas angelicais como a dele.

- Eu sou a conselheira real, senhor. O que há para conhecer mais a fundo? – disse um tanto trêmula pelo frio. Sem Camz ali para me esquentar com seu corpo, o ar parecia muito mais congelante.

- Não sei... É que, como eu disse, ela fala muito de você. Vocês são bem amigas, não é? – suas mãos pararam nas costas e ele se aproximou um pouco.

- Sim, mas nem sempre foi assim. – respondi controlando um sorriso pelas lembranças. Encarei duramente seus olhos claros. – E o senhor não precisa ficar preocupado em me conhecer por que quando vocês casarem, eu não vou estar mais com ela.

Com aquelas palavras, meu coração parecia se quebrar em vários pedaços. Engoli em seco, ficando em silêncio e olhando para o chão.

- Com a sua licença, eu preciso me secar. – fiz uma semi reverência e saí, meus passos começando a ecoar nos degraus de pedra conforme eu andava.

E eu tinha certeza que aquilo só havia começado.