Capítulo XXI

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Tô ocupada que só depois de uma semana consegui um tempinho pra ligar o pc e postar. 


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Alguém me abraçou fortemente por trás, os braços firmes quase me erguendo do chão pela intensidade que me apertavam. Eu já estava desorientada, agora então, as árvores não passavam de borrões verdes girando e girando sem parar.

- Eu não acredito que é você, Lauren!

- Brad, por favor, não me aperta. Eu vou morrer. – sussurrei, imaginando que minha cor estava até se tornando esverdeada de tão enjoada.

- O que aconteceu com você? – ele perguntou com seu tom de voz se modificando para um extremamente preocupado enquanto me virava. Os olhos cor de mel estavam brilhando por estarem me vendo, mas nada havia mudado em seu rosto, só os seus cabelos que cresceram um pouco. – Que ressaca, hein, amiga!

Dei um sorriso torto que mais parecia uma careta, mas ele pareceu entender porque o retribuiu.

- Senti sua falta.

- Eu também, Lauren! Saudades de você dar brilho ao jardim com seu corpo gostoso e agora, com ressaca. - Brad riu e quando fiz uma expressão de dor pelo barulho de sua risada estridente, ele começou a sussurrar. – Desculpe.

- Não posso ficar muito, aliás, eu estou indo embora.

- Mas a rainha disse que...

- Esquece o que a maldita rainha disse. Pensar em Camila vai me fazer desmaiar de tanta dor de cabeça. – retruquei mal humorada, agarrando a alça de minha mala de viagens com mais força que o necessário voltando a caminhar

- Lauren, ela não te esqueceu.

- Eu não quero saber.

Brad me seguia e eu parecia febril a cada passo mais próximo do carro.

- Por que você está fazendo isso?

Assim que o motorista abriu a porta eu finalmente joguei a mala no banco traseiro do carro, virando-me para ele.

- Porque eu deveria ter feito isso há muito tempo. Olhe à sua volta, Brad! Olha o que ela se tornou e olha o que eu me tornei. Ela é a rainha, com a sua vidinha perfeita, e eu uma ninguém escondida no sul da Inglaterra sem meu irmão e sem meu melhor amigo. Olha o que eu me tornei! – abri meus braços, toda minha frustração fluindo como um veneno. - Um nada. Ela se importa?! Mas é claro que não. Eu realmente deveria tê-la usado como a querida mamãe dela sugeriu que eu tivesse feito. – bati a porta do carro com força e dei a volta, me sentando no banco da frente e vendo Brad apoiado na janela, sua expressão desolada. – Pra mim já chega, eu cansei. – coloquei o cinto e suspirei, voltando a esfregar minha testa pela dor de cabeça estar definitivamente piorando a cada segundo. – Enfim, senti sua falta. Se cuida.

- Você também, Lauren, você também...

O caminho todo eu permaneci em silêncio com meus olhos voltados para a paisagem. Deus, como eu sentia falta desse lugar. Eu sempre tinha vivido aqui, toda minha vida construída e moldada, para acabar assim. Dois anos de saudade, solidão e mágoa. Para quê? Eu me faço essa pergunta repetidas vezes agora que minha dor de cabeça havia parado de latejar com tanta força. Para quê?

Desci do carro, agradecendo mudamente ao motorista por ter me trazido sem muitas perguntas, adentrando no aeroporto internacional lentamente. Eu deveria deixar tudo para trás dessa vez. Apalpei os bolsos e peguei a passagem indo em direção ao portão de embarque. Exatamente como dois anos atrás.

Charmed |Camren|Onde histórias criam vida. Descubra agora