Uma festa nada festiva!

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Já fazia dois dias que eu estava trabalhando na casa de Samira e o eclipse da lua com o sol estava próximo e isso era mau, eu tinha que mantê-la longe dos que queriam lhe fazer mal. Eu ia a todo canto que ela ia como um carrapato, isso a deixava muita vezes irritada comigo, mas aquilo não me incomodava.

Sempre estava inventando algum serviço para mim só para não segui-la, e isso me irritava mais ainda.

Garota mimada, eu ia botar ela no seu lugar.

Estava uma noite agradável e parecia que ia haver uma festa na casa dela, desde muito cedo tinha pessoas decorando, fazendo comida, limpando e meu papel era deixar o jardim deslumbrante e foi o que fiz, aparei a grama e regando a deixando mais verde, e me pediram que recolhesse algumas rosas brancas e vermelhas para a decoração, mas o que percebi que eram rosas demais para uma decoração.

Da janela do meu quartinho vi os convidados chegarem, os empregados foram dispensados nessa noite para irem para casa e como eu não tinha casa fiquei no quarto proibido de sair, o que estranhei porque naquele dia não vi nem a sombra de Samira.

Aí tem! E eu vou descobrir.

Desci a escadaria e fui dar uma espiada de perto, já tinha esse costume de xeretar tudo mesmo. Me escondi para ver quem entrava na casa, e pelo que percebi eram pessoas importantes na sociedade, políticos, militares, bam bam bans da música e entre outros.

Senti um cheiro forte de morte no ar, aquelas pessoas exalavam mal e isso não me agradava nada, nada e Samira estava na casa e sim era um maldito mau sinal.

Fui mais para perto da casa e espiei a janela, e tinha toda razão, aquilo não era uma festa qualquer, era uma reunião daquelas ceitas que adoram o príncipe das trevas, ou seja, meu irmão. Não podia deixar Samira sozinha com aquela gente que pretendia trazer o mal através dela, então dei a volta na casa rumo a janela do quarto dela, escalei até a janela sem ser visto.

Quase caí de lá com a força do feitiço maligno que estava em volta do seu quarto, me segurei firme e apoiei no peitoril da varanda, subi discretamente para não ser visto pelas duas mulheres que estavam no quarto, eram bruxas e com certeza haviam sido elas a envocar o maldito feitiço que me mantinha fora.

Dei uma olhada e Samira estava deitada em sua cama dormindo com as mãos juntas ao peito, ela usava um vestido totalmente branco liso com um decote que descia até seu umbigo sem mangas e estava descalças, vestiram ela como uma meretriz para que seu corpo fosse sacrificado.

Ela estava muito pálida quase um cadáver, eu tinha que tirá-la de lá a qualquer custo, eles iam apresentar ela como a progenitora e a fariam beber o sangue condenado para levar sua alma para a escuridão, isso era o ritual inicial de preparação.

Eu tinha que pensar como faria para tirar ela dali, e ouvir as malditas bruxas rindo me deixava mais possesso ainda.
__ Ela nem imagina o que a aguarda. _a mais velha com aparência de maracujá azedo disse.
__ O que eu não entendi como ela conseguiu se livrar das trevas, seu corpo erradiava luz. Como é possível? _a mais nova com cara que fez tanto botox que nem tinha expressão. __ Senhora será que ela tem outro anjo guardando sua alma?
__ Se tivesse estaria segura, ao invés disso está aqui conosco para o pré ritual. _as duas gargalharam. __ Com o feitiço que fizemos nenhum anjo da luz pode passar. _e riram mais ainda, meus nervos se agitaram quando a mais nova ousou tocar no rosto de Samira afastando uma mecha de seu cabelo já indo com a boca direto nos lábios dela.

Ela que não beije ela!

Peguei minha caneta espada e destravei deixando ela em chamas e com toda raiva que senti naquele momento investi no rumo das bruxas, então elas me notaram.
__ Ora o que temos aqui?! _disse a mais velha. __ Um anjinho da guarda. _ela e a outra riram. __ Nunca vai atravessar a barreira mágica garoto. _eu vi quando um homem apareceu avisando que já estava na hora e a velha se virou para mim. __ Tarde demais garoto, depois dessa noite ela será dele. _virou para o homem. __ Chame os feiticeiros, temos um intruso na festa. _depois que ela disse isso o homem falou em um alkitoki e outros homens apareceram para levar Samira.

Outros homens apareceram, mas desta vez eram bruxos que iam me deter, pulei da sacada e corri direto para a porta dos fundos que dava acesso a cozinha que ia direto para o salão onde a cerimônia seria realizada. Corri o mais rápido que pude desviando de feitiços e logo na minha frente surgiu os guardas roupas dos seguranças que quando olhei em seus olhos eram amarelos.

Droga! Mestiços!

Eles eram os piores e não podiamos matar aqueles desgraçados, puxei minha espada e investi contra eles, como distração acendi ela ao ponto de cegá-los. Passei entre as pernas de um e corri mais ainda alcançando a porta da cozinha dando de cara com mais mestiços.

Meu dia está uma maravilha! Oba! Mais mestiços.

Tive a ideia mais estúpida do mundo, resolvi incendiar a cozinha e foi o que fiz, com a espada em chamas comecei a passar pelas coisas da cozinha e tudo pegou fogo, tinha mestiço correndo para tudo que era canto gritando.

Atravessei a cozinha, cheguei no salão e lá estava ela deitada em um tipo de altar onde um tipo de sacerdote usando um grande manto vermelho de capuz dizia umas palavras sem sentido e eu sabia que ele estava começando o ritual.

Ao redor todos os homens e mulheres usavam o mesmo manto, só que preto, e ao lado do sacerdote estavam dois homens fortes segurando um rapaz que reconheci como o Hamim o amigo de Samira que a traiu, eles iam dar o sangue dele para ela beber e eu não ia permitir.
__ NÃO VAI MESMO VELHOTE! _gritei e todos olharam para mim, então notaram que saía fumaça da cozinha.
__ Senhor é o anjo guardião dela. _a bruxa velha falou. __ Como conseguiu escapar dos feitiçeiros? _eu dei um meio sorriso de deboche.
__ Você acha mesmo que podia derrotar um anjo da luz?
__ Então eu mesma acabo com você moleque. _ela ralhou e voou em cima de mim, como estava preparado contra ataquei e ela caiu em chamas se debatendo.

Todos me olhavam assustados e eu apenas ri sem humor encarando o sacerdote que me olhava com espanto e raiva, de repente a bruxa nova jogou um feitiço e eu fui lançado, mas caí de pé, ela correu na minha direção furiosa, levantei a espada e num giro cravei ela na barriga da bruxa que caiu agonizando.

Andei em direção ao salão com minha Anaklumuns em mãos pegando fogo, eu estava furioso e nada ia me deter, quando cheguei próximo do altar o velhote nem se moveu e isso me deixou intrigado, as pessoas ao redor murmuravam, mas não reagiam, até mesmo os pais de Samira pareciam paralisados, quando peguei ela no colo o velho me encarou.
__ Você devia está do nosso lado, do lado do nosso mestre. _eu o encarei mais ainda.
__ Eu sou um filho da luz, e nunca cederia as trevas. _quando virei haviam vários seguranças, mas para meu espanto o velho me deixou ir.
__ Deixem ele ir, não podemos tocar na cria do mestre. _todos me deram passagem e eu saí daquela casa de loucos, nunca mais voltaria e nem deixaria Samira voltar também, só deu tempo de ouvir ele falar. __ Sua hora vai chegar cria de Lúcifer. _eu abri minhas asas e voei dali para um lugar seguro.

Dinael_ Entre Anjos e DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora