É hora de morfar! Efésios 6

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As palavras de Samira foi como um choque que faltava para que eu lutasse contra aquele que não era eu. Samira me amava e eu a amava também e não podia mais esconder isso.

Meu subconsciente começou a lutar e a se debater dentro do meu corpo, usando todas as forças para libertar-se. Antes que eu pudesse fazer qualquer mal para Samira, meu corpo começou a entrar em choque, entrou em convulsão e caí no chão me debatendo.

Espumei pela boca, as trevas e a luz lutavam ferozmente para manter o controle, meus amigos olhavam assustados com a cena, nunca um anjo entrou em um estado em que a mente luta com o corpo visivelmente.

Eu já estava fraco, mente e corpo, a morte vinha ao meu encontro e dessa vez não tinha solução, eu seria destruído. Estava morrendo, meus sentidos se esfaleciam, a morte era eminente, e então senti a escuridão me rodeando, meu corpo parou de convulsionar, meus olhos apagaram e eu morri.

Lá estava eu no fim do túnel, o famoso fim do túnel que todo mundo fala quando está morrendo, no meu caso eu já estava morto. Caminhei rumo a luz, descalços e usando uma veste branca, minhas asas se foram, morri como um humano, mas não me sentia digno de voltar para o céu.

De repente vi uma figura familiar, que brilhava mais que o sol, ele sorria pra mim de braços abertos, não sei o que houve comigo, senti a necessidade de correr e o abraçar e foi o que eu fiz, corri até ele e caí nos seus pés abraçando suas pernas.

Chorei como uma criança aos seus pés e ele simplesmente me ergueu e me aconchegou nos seus braços, que eram quentes e reconfortantes.
__ Não chore meu filho, estou aqui.
__ Eu falhei Mestre, sou um monstro, nem sequer sou um anjo. _eu soluçava e ele apenas acaraciava meu cabelo.
__ E quem disse que você não é? A partir do dia que apareceu e nós o acolhemos você tornou-se um ser de luz.
__ Mas Senhor, Lúcifer falou que sou uma parte dele.
__ Você era, mas agora é um ser individual, não pertence mais a ele, o caminho que vai seguir é sua escolha e ninguém pode decidir por você. _levantei a cabeça e o olhei espantado. __ Então filho, que caminho irá seguir? A luz ou as trevas? _eu não tinha dúvidas e sabia exatamente o que queria.
__ Sou um filho da luz, e permanecerei nela. _estava decidido, Lúcifer não tinha poder sobre mim, eu era livre. __ Senhor estou morto não posso fazer nada, fracassei na minha missão.
__ E quem é o dono da vida e da morte?
__ Está pronto Dinael? _olhei para trás e lá estava Anubis.
__ O quê?_fiquei boquiaberto com a presença dele.
__ Vim levar você de volta, eu decido quem vive e quem morre e você nem devia estar morto ainda. _ele deu um sorriso maléfico e puxou sua foice. __ Não era sua hora garoto.
__ Quem você está chamando de garoto? Sou mais velho que você.
__ A morte pode ter a forma que quiser. Vamos garoto, a morte tem a agenda cheia. _quando pensei que ele me levaria de volta, simplesmente levantou a foice e atravessou ela pelo meu corpo me cortando ao meio.

Caramba e como isso dói, será que agora eu morri?

Meus olhos se abriram lentamente, a luz no ambiente era fraca, mas pude ouvi um choro desesperado de alguém, era de Samira, ela precisava da minha ajuda. Tentei me levantar, mas meu corpo estava pesado, eu estava de volta porém fraco demais para lutar, então ouvi a voz do Mestre, me dando forças.
__ "Lembre-se de quem você é, estou ao teu lado. Use a espada, ela te ajudará, pois vocês são um só. _senti a Anaklumuns esquentar na minha mão, só que era um fogo diferente, era poderoso e sem explicação, meu corpo queimava mais e mais.

Um clarão surgiu diante dos meus olhos, eu havia explodido e estava pegando fogo, mas ele não me machucava, ele me dava forças, poder, me modificou. Então começou a transformação, minhas roupas se tornaram uma armadura dourada, estava vestido com a couraça da justiça, o cinto da verdade, o capacete da salvação, o escudo da fé e por fim segurava Anaklumuns a espada do Espírito.

Estava pronto para a batalha e dessa vez não ia perder

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Estava pronto para a batalha e dessa vez não ia perder. Fiquei diante de todos, brilhando mais que a luz, preparado para guerrear contra os principados e potestades. Os olhos de todos se arregalaram, inclusive do próprio Lúcifer, então ele deu uma ordem e surgiram da escuridão demônios para lutar comigo.

Saquei a espada que imediatamente pegou fogo e investi contra os demônios, alguns tinham asas e sobrevoavam contra mim, também abri as minhas e para minha surpresa elas também eram douradas e estavam maiores e mais imponentes.

Abri vôo contra as criaturas das trevas partindo-as ao meio com minha espada, voei perto dos meus amigos e os soltei de suas amarras, agora eles também podiam lutar e foi o que fizeram. Cada um lutava com garra contra os inimigos, as pessoas que estavam no salão que assistiam a tudo saíram correndo de medo e ficaram somente nós e os demônios lutando até a a morte.

A batalha estava árdua e Lúcifer apenas olhava enquanto mantinha Samira nos seus braços. Eliminamos todos os demônios que nos atacavam, apenas um estava vivo e esse seria o próximo a morrer.
__ Larga ela seu infeliz, ou eu... _fui interrompido.
__ Você o quê Dinael? Não pode fazer nada garoto, eu tenho ela ainda. _ele segurava Samira pelo pescoço e ela se contorcia de dor.

Eu tinha que planejar bem meus próximos movimentos para não machucar ela e foi aí que tive a brilhante ideia que as mulheres costumam ter quando estão diante de um pervertido.
__ Samira acerta entre as pernas dele. _gritei e ela não perdeu tempo, antes que ele pudesse a impedir suas partes baixas foram nocauteadas.

Lúcifer gritou de dor, pois mesmo que fosse um imortal, estava no corpo de um simples mortal e este sentia dor. Ele urrou de dor e soltou Samira que tratou de correr para bem longe e eu sem perca de tempo arremessei minha espada que voou de encontro ao peito dele, mas ele conseguiu desviar-se do golpe e segurar a espada, porém fui mais rápido e me lancei a ele com toda força com um soco que pegava fogo, ele caiu gemendo no chão.
__ Não pode me machucar, você é uma parte de mim, você sou eu. _ergui minha espada para dar o golpe final.
__ Não sou você, sou Dinael um anjo celestial, filho da luz e guerreiro de Deus, volte para o inferno demônio, porque lá é seu lugar. _baixei a espada e cravei em seu peito o transformando em uma névoa negra.
__ Ele se foi? _Samira saiu de trás de uma coluna.
__ Sim, ele se foi! _respondi, ela correu e me abraçou forte.
__ Você voltou por mim, você voltou. _ela chorava e soluçava.
__ É claro Samira, eu sempre volto por você. _retribui o abraço e vi meus amigos se aproximando.
__ Muito bem Dinael! Estou orgulhoso de você. _disse Gabriel, e essa declaração me surpreendeu. __ Não me peça para repetir. _ele sorriu e bateu no meu ombro.
__ Cara isso foi irado, essa sua armadura é incrível. _Tobias veio correndo me abraçando também.
__ Finalmente acabou, formamos uma ótima equipe. _disse Daniel sorrindo.

Todos os meus amigos estavam ali vivos e salvos e isso me aliviava, tudo acabou, não era permanente, Lúcifer tentaria de novo, mas dessa vez eu estava pronto para tudo. Acabamos com uma seita maligna, mas outras surgiriam, precisávamos estar prontos para a batalha que se seguiria. Só que no momento eu desejava voltar para casa, mas aí lembrei de Samira, a missão acabou, eu ia embora e apenas em pensar em deixá-la fazia meu coração doer.

Por que dói tanto? Ela era só minha missão, por quê deixá-lá me destrói por dentro?

__ Está apaixonado garoto.
__ Não Gabriel, não posso!
__ Poder pode, mas não deve. Você a ama, mas precisa deixar ela ir para que você possa voltar pra casa. _respirei fundo, Gabriel decidiamos nossa partida no terraço do prédio do Meia Noite.

Dinael_ Entre Anjos e DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora