Dinael_ Entre Anjos e Demônios

Gabriel vem me ajudar

A ambulância levou o Meia Noite desacordado, ele estava todo ferido e eu senti cheiro de magia negra no ar, com certeza haviam bruxas lutando com ele e pelo visto acabou perdendo.
__ COMO DEIXARAM ISSO ACONTECER? _eu gritava com meus amigos inconformado com o sequestro de Samira.
__ E você queria que fizéssemos o quê? Não somos guerreiros e tinha muitos deles, quase morremos. _falou Daniel.
__ Ele tem razão Dinael, não deu tempo para formular um plano de defesa e pensamos que ela estava com você. _disse Tobias.
__ E onde você estava? _ perguntou Daniel, então contei tudo a eles, da pressa de Samira em ver Abadias e da minha conversa com Anubis. __ Então tudo se encaixa!
__ O que se encaixa Daniel? _perguntei.
__ Esse Abadias estava aqui quando o bar foi atacado e você levado, quem garante que não foi uma armadilha pra encontrar ela? Ele é um caído, depois que abandona, não pode mais voltar. _aquela revelação me deixou um pouco assustado.

Se Abadias está trabalhando para os caras maus ele ia se ver com o fio da minha espada.

__ Então o que faremos? _eu perguntei. __ Não sabemos onde Samira está.
__ Eu posso ajudá-los. _atrás apareceu a Sorriso ela ainda sorria mesmo diante da tragédia com seu chefe, mas sua expressão havia dor. __ Eu sei onde a senhorita Samira está.
__ Onde ela está Sorriso? Quer dizer... moça... quer dizer ... _gaguegei.
__ Meu nome é Alina, não sorriso. _respondeu ríspida, deixando ela assustadora com aquele sorriso. __ Ela provavelmente está no prédio Mombai interprise, lá é o maior ponto de bruxaria e rituais demoníacos. O mestre disse que tudo acontece lá, que a empresa é uma fachada e o poder maligno que tem ao redor corrompe uma alma pura. Se foram sacrificar a menina para carregar o anti Cristo esse seria o local ideal. _ouvimos atentamente e peguei o endereço do lugar com Alina.

Partiríamos naquela mesma hora, Samira faria aniversário algumas horas e eu precisava me apressar o quanto antes para salvá-la. Reunimos nossas armas, eu peguei a Anaklumuns em forma de caneta e coloquei no bolso, vesti uma blusa branca e uma calça preta com minhas botas de combate e coloquei o casaco, abrimos vôo direto para esse tal de Mombai.

Sobrevoamos durante uns quinze minutos, até que avistamos um enorme prédio todo no vidro negro, ele era o mais alto da cidade e o mais deslumbrante que me fez lembrar da torre de Babel, um lugar onde o Senhor não se agrada. Eu dei uma rápida olhada para ter certeza que não haviam guardas vigiando o terraço e descemos lá.

Meu coração estava acelerado, pois naquele dia eu cumpriria meu dever de guardião e salvaria Samira. Eu estava tão preocupado com ela, e sentia que se ela morresse eu morreria junto e esse não era um pensamento típico da minha pessoa.

Já fazia alguns dias que meus sentimentos por Samira eram confusos para mim, não era um simples dever, ou uma prova de lealdade com os anjos, era muito mais que isso e simplesmente eu não conseguia explicar.

Descemos a escada de emergência e chegamos ao andar administrativo, estava tudo vazio, não havia um só funcionário.

Em plena luz do dia não haver gente trabalhando? Estranho!

O corredor estava claro apenas com algumas luzes o que deixava o lugar mais bizarro, as portas estavam trancadas, não se ouvia nenhum ruído, somente nossas respirações. Caminhamos um pouco mais e de repente a campanhinha do elevador tocou, nos escondemos numa sala que graças a Deus estava aberta. De dentro do elevador saiu um homem que falava ao telefone.
__ Sim! Ela já se encontra no prédio e todos os anciãos estão presentes, eu só vou pegar uns documentos que esqueci. _era do ritual que ele falava, Alina estava certa, aquele era o local do ritual. __ Já começou o processo de purificação do corpo e ainda os homens não chegaram. Cadê eles? Era sua obrigação! _ ele parecia bravo com alguém do outro lado da linha, eu olhava pela fresta da porta até que ele entrou em uma das salas.
__ Vocês ouviram isso? _perguntei.
__ Dinael esse ritual de purificação é um ritual de estupro, vão destruí-la por dentro para que esteja pronta para acomodar o feto. _respondeu Tobias.
__ ELE VÃO O QUÊ? _gritei.
__ Silêncio cara vão nos ouvir. _disse Daniel.
__ Não quero saber, vou pegar Samira agora, nem que seja à força. _eu já estava saindo da sala, ia direto naquele homem e faria ele falar onde ela estava, mesmo que usasse força bruta, quando Daniel segurou no meu braço me impedindo.
__ Enlouqueceu? Temos que usar a cabeça, vamos segui o homem e descobri onde senhorita Samira está.
__ Como faremos isso sem ele nos ver? _perguntei.
__ Com isso! _Tobias tirou de dentro dos bolsos um pózinho dourado. __ Névoa! Ficaremos invisíveis para humanos. _ele jogou sobre nossas cabeças, nada aconteceu.

Quando saímos demos de cara com o homem, mas ele pareceu não notar nossa presença e seguiu pelo corredor e o seguimos. Ao chegar no quarto andar como indicava o elevador, percorremos mais um pouco em um corredor meio escuro, então uma das portas se abriu e meu sangue gelou total, Abadias saiu de dentro da sala e olhou em nossa direção.

Desgraçado! Esse infeliz estava mesmo envolvido nisso.

__ Você foi seguido. _ele disse ao homem e o homem olhou pra trás e não via nada.
__ Está louco? Não tem ninguém aqui além de você e eu. _ele respondeu.
__ Você foi sim! Sinto cheiro de anjos, eles estão aqui.
__ Que tipo de anjos?
__ Celestiais! E já imagino quem seja. _ele deu um sorriso cruel e jogou um pózinho preto e toda névoa que nos cercava dissipou nos fazendo visíveis. __ Ora, ora, ora se não é o anjinho da guarda. _ele riu alto. __ GUARDAS! _ele gritou, da escuridão surgiu demônios e caídos por toda parte.

Não perdemos tempo e sacamos nossas armas, com minha espada em punho deixei em modo fogo e ataquei, enquanto Daniel usava suas flechas para atacar alguns caídos, eu e Tobias usávamos a espada e adagas contra os demônios. O meu principal alvo era Abadias, aquele traidor infeliz iria pagar caro!

Abri minhas asas, mesmo o corredor sendo pequeno consegui desviar dos demônios e fui em direção à Abadias, mas ele foi mais rápido, me acertou com um soco e eu caí, ele tomou minha espada e a olhava com luxúria.
__ Bela espada! Mas você não merece empunhar uma lâmina sagrada. _ele apontou para mim. __ Você é fraco e vai morrer logo. _ele levantou a espada para me golpear, mas do nada surgiu uma luz tão forte que quase me cegou.

Todos foram arremessados longe e os demônios viraram cinzas, ao abrir meus olhos me dei conta de onde vinha a luz, era poderosa e celestial.

Gabriel!

__ Vim buscar você garoto!