Dinael_ Entre Anjos e Demônios

Sou um anjo do mal

Os corpos dos pais de Samira jogados no chão sangrando com um tiro na cabeça me aterrorizou, meu estado de choque piorou mais ainda, Samira abriu os olhos e viu o que tinha acontecido com seus pais, começou a gritar .
__ NÃO! _voltou a se debater e a gritar. __ Você prometeu que não ia machucá-los, mentiu pra mim. _Lúcifer segurou seus punhos com mais força prendendo ela.
__ Nunca ouviu falar que sou o pai da mentira? _ele deu uma gargalhada e a segurou à força.

Naquele momento eu realmente estava irritado e pela primeira vez sentia uma vontade avassaladora de matar alguém e esse alguém seria meu próprio irmão. Aquele desgraçado não ia conseguir o que queria, estava decido que não ia fraquejar e nem me abater mais, se ele queria morte eu a daria de graça.

Reunir minhas forças e me concentrei na Anaklumuns, ela era uma espada celestial inquebrável, feita pelos maiores ferreiros do céu, com certeza voltaria ao seu estado normal. Me concentrei o máximo que podia, e fiz minha prece:

Eu sei que falhei na minha missão e não sou digno de nenhuma glória, mas quero uma nova chance de mudar as coisas e vencer essa batalha.

Um calor inexplicável eu pude sentir entre meus dedos, todo poder, toda força e toda glória emanavam do meu corpo e de repente senti o cabo da espada em minha mão, ela pulsava poder, um poder triplicado envolto dos quatro elementos e todos eles eu controlava, e não era mais a raiva que me impulsionava, eu estava em paz, pela primeira vez eu sentia paz.

Meu corpo começou a brilhar, era uma luz dourada e celestial, eu cheguei ao ápice do meu poder, em um impulso as correntes que me seguravam arrebentaram, Lúcifer notou e deu uma gargalhada.
__ Ora, ora, ora o que temos aqui, Ele renovou suas forças? Que gentil. _ele soltou Samira com brutalidade fazendo com que ela batesse com a cabeça no altar de pedra. __ Ele sabe que vai traí-lo por mim? _ele só podia está brincando, nunca nessa vida eu trairia meu mestre por um irmão do mal.
__ Você que pensa! Não é porque somos irmãos que trairei meu Senhor. _o respondi ríspido e de pé em sua frente segurando minha nova e melhorada Anaklumuns.
__ Irmãos? Eles te disseram que somos irmãos? _ele deu uma gargalhada maior ainda, sentou no altar e cruzou os braços. __ Você não passa de uma escória moleque, um defeito de fábrica, o câncer infeccioso que eu tratei de eliminar.

Do que ele estava falando?

__ Deve se perguntar, "o que ele está falando?" _eu me assustei. __ Eu pensei que naquele dia da batalha eles levariam você para Ele e te eliminariam, mas como sempre o filhinho querido se meteu. _ele levantou os braços em deboche. __ Em vez de se livrarem de você, deram uma chance e ainda te deram aos cuidados de Gabriel. _apontou para Gabriel que estava ainda de joelhos, mas olhava fixamente para nós. __ Eu mesmo tinha que ter dado cabo de você, mas fui um estúpido, só que desta vez não. _apontou para mim e chamas negras surgiram de seus dedos.
__ Não tenho medo de você, os céus estão ao meu lado. _apontei a espada.
__ Não até você se fundi ao poder maligno e possuir essa garota. _ele virou-se para Samira, mas esta tinha se esgueirado e silenciosamente engantinhava rumo aos rapazes. __ Tentando fugir querida? _ele pulou em frente a ela agarrando-a pelo pescoço e virando para mim. __ Humanos são tão fracos, não acha? _eu avancei para atacá-lo. __ Nem ouse ou eu quebro seu lindo pescocinho. _apertou mais ainda.
__ Me mata seu desgraçado, assim você não terá nenhuma progenitora. _Samira gritava, tentando respirar.
__ Você é bem esperta, mas eu sou mais. _ele apertou mais forte.
__ Solte ela agora! _ele a arremessou para o X de madeira que o Hamin estava amarrado, fazendo com que caísse inconsciente. __ Vai pagar por isso. _ele sorriu com escárnio e avançou contra mim.

Me desviei do seu ataque, mas ele era mais rápido e conseguiu me socar no estômago, senti gosto de sangue. Investi contra seu ataque e levantei a espada para acertá-lo e mais uma vez desviou e com o pulso me desarmou, Anaklumuns foi jogada para longe, então nossa luta ficou corpo a corpo.

Lúcifer era muito bom, mas eu não desistiria tão fácil assim, dei alguns socos de direita e chutes, mas Lúcifer desvenciava de todos.
__ Por que ainda luta contra mim? _ele falou quando segurava uma perna e um braço meu e me arremessou longe como se eu fosse um saco de batatas. __ Já chega moleque, cansei de você, essa palhaçada acaba agora. _ele caminha até onde Samira está e a segura pelos cabelos a deixando suspensa no ar. __ Sabe por que te mandaram aqui moleque? Porque te querem morto, depois que o ritual acabar vou te destruir, você nem deveria existir, você não existe. É apenas um fragmento que pertence a mim. _me olha com nojo, estava no chão sem forças e cuspindo sangue, me lembrei de Tânatos me dizendo que eu nem devia está vivo. __ A morte não pode te levar, mas eu posso te destruir, porque você é só minha consciência, meu lado bom que tomou forma, nem sequer é um anjo. _deu uma risada, largou Samira no chão e se moveu como uma sombra ao meu encontro. __ Você sou eu.
__ Mentira! Você é um mentiroso. _ olhei para Gabriel procurando apoio, mas este baixou a cabeça me deixando perplexo.

Como puderam fazer isso comigo? Mentiram sobre minha origem?

Minha mente começou a embaralhar, minha visão ficou turva, estava tendo um colapso nervoso com toda essa história, toda a verdade nua e crua foi jogada na minha cara, aquilo não podia ser verdade, eu não era uma sombra, uma simples consciência, eu era real, eu existia e estava muito vivo.

Lúcifer tocou minha espada e do nada ela perdeu o controle transformando o fogo dela em sombras que me envolveram, sufocando-me, fazendo eu perder os sentidos e de repente entrei na escuridão. Quando acordei estava diferente, mais forte, mais poderoso e muito mau.

Meu corpo estava maior e cheio de tatuagens que não sabia o significado delas, meus olhos estava de um vermelho intenso, meu cabelo loiro pegava fogo, minhas asas perderam as belas penas brancas dando lugar a asas negras de morcego, estava apenas de calça e sem minhas botas, meu rosto ganhou um ar de maldade e um sorriso cruel surgiu no meu rosto.

O que houve comigo? Esse não sou eu.

Minha mente gritava, mas meu corpo não obedecia, me tornei um demônio e só o que faltava eram os chifres. Ao meu redor as sombras cintilavam, obedeciam meu comando, eu agora estava poderoso, minha áurea era negra.

Lúcifer me olhava com admiração, como se eu fosse uma obra de arte criada por ele, me virei para o rumo dos meus amigos e caminhei até eles, seus rostos haviam pânico, agarrei Daniel pela gola da blusa e o levantei como se fosse um boneco de pano, ele se debatia tentando se soltar, enquanto os outros gritavam para que eu o largasse.

Solta ele sua aberração!

Meu subconsciente gritava, mas nada acontecia, meu eu do mal era mais forte e logo, logo mataria meus amigos. Até que de repente ouvi uma voz delicada e feminina que sussurrava fracamente e eu sabia exatamente quem era.
__ Não faça isso Dinael! Ele é seu amigo. _Samira se arrastava toda ensanguentada de tanta surra que levou. __ Não escute o demônio, ele mente, você é bom, é meu anjo guardião. _meu eu do mal soltou Daniel e voou ao encontro de Samira e por um curto período de tempo eu fiquei no controle, peguei ela nos braços, estava tão frágil e machucada e tudo isso era minha culpa.
__ Ela é sua Dinael, a possua agora! _a voz de Lúcifer ecoou nos meus ouvidos e perdi novamente o controle.

Coloquei Samira na pedra de sacrifício, rasguei seu vestido completamente a deixando despida, somente com a roupa íntima, ela não tinha forças para me deter e não fez questão de me deter, com as forças acabando ela só pôde dizer quatro palavras.
__ Eu te amo Dinael.

Esse capítulo foi um pouco maior que os outros, passei dias pensando em como elaborar ele para que fosse incrível e mostrar um pouco da história sombria de Dinael. Espero que gostem😘