Dinael_ Entre Anjos e Demônios

Que mundo é esse Senhor?

Eu sobrevoei toda cidade fugindo de demônios voadores que queriam impedir minha passagem para a crosta terrestre. Voei em zigzag entre as nuvens tentando despistá-los, um deles conseguiu me agarrar e em um ato de me libertar procurei Anaklumuns no bolso da minha  jaqueta.

Achei.

Cliquei na ponta da caneta e voilá, lá estava ela, minha espada. Atingi o bicho cortando seus braços para me soltar e ele transformou-se em pó, que demais, minha espada era de ouro celestial que dominava os quatro elementos, só precisava imaginar qual escolher e escolhi fogo. Ergui a espada e ela se incendiou, voei direto para os demônios e pulverizei todos.

Consegui me livrar dos demônios e continuei meu percurso para encontrar a progenitora. Seu nome era Samira, tinha quinze anos, morava com seus pais em Jerusalém, Israel, eles participavam de uma ceita que propagava a Nova Era.

A garota tinha sérios problemas com a justiça, estava sempre se metendo em encrencas com um namorado que os pais desaprovavam, seu anjo guardião teve dificuldades com ela e acabou abandonando-a.

Agora sei porque, a garota é um caso perdido que eu tenho que cuidar, Deus me ajude.

Sobrevoei baixinho e percebi que o mundo dos humanos era uma bagunça, que mundo é esse? Carros buzinavam impacientimentes, pessoas apressadas com celulares nos ouvidos tratando seus assuntos, barracas de todos os tipos de coisas sendo vendidas, crianças correndo na calçada, uma bagunça sem fim, estava pra ficar louco.

Um pipe me despertou, era o tablet que anunciava a localização de Samira.
"Ela está em um prédio antigo duas ruas à direita."
__ Vamos lá Dinael, é só uma humana adolescente e mimada.

Quando cheguei ao meu destino já era noite, aquela rua era escura e abandonada, a única iluminação era a do prédio antigo.

Se é um prédio velho, por que estou ouvindo música e está todo iluminado?

Coloquei a mão no bolso e segurei minha caneta espada bem firme, porque se fosse uma armadilha eu estaria preparado. Nunca lutei na vida, mas naquele dia tinha me surpreendido com meu desempenho.

Caminhei lentamente até o prédio e empurrei a porta, a partir que me aproximava mais sentia um mau precentimento. Então avistei uma porta que dava acesso a um salão onde saía a música, tinha um cara bem alto e forte guardando a porta e recebendo os convidados que por sinal pareciam um bando de viciados, passei pelo guarda sem ser visto.

Claro, quem podia ver um anjo?

A música era insurdecedora, haviam muitos jovens dançando, bebendo, se prostituindo e usando drogas.
__ Não acredito que uma menina tão nova está em um lugar com esse. _eu falei só pra mim, já que ninguém podia me ver, ainda, então caminhei mais um pouco e encontrei minha garota.

Não minha garota, minha protegida.

Fui em sua direção e vi sua alma dentro das sombras sufocando, Samira não passava de uma menina querendo ser mulher, seu corpo era magro e pálido diferente das fotos que mostrava uma menina alegre de bochechas rosadas, as sombras estavam tirando sua força vital, preparando seu corpo para o ritual.

Seus cabelos eram castanhos, mas também estavam apagados como sua pele, tinha os olhos bem pretos e ao redor haviam olheiras horríveis que transparecia que se passaram dias que não havia dormido. Vestia uma calça legue de um verde horripilante, uma camiseta que dizia: odeio minha vida, um casaco ridículo de pele e botas de combate como as minhas.

Sinceramente essa garota se veste muito mal, é a judia mais estravagante que conheci.

Fiquei parado observando-a, e agora? Faço o que? Pensei por uns minutos e lembrei que eu era a luz e tinha o poder de afastar a escuridão, então peguei minha espada, ela pegou fogo e gritei:
__ Espíritos malignos saem dessa garota agora, porque ela já tem um guardião. _no mesmo momento as trevas simbilaram e me atacaram, minha espada estava em chamas e começamos uma batalha pela alma de Samira.

A luz afastava as trevas, mas eu não era o suficientemente forte para ela, as chamas da espada aumentavam enquanto eu tentava conter o mal, cambaleei para trás e caí de bumbum no chão, foi aí que ouvi um grito:
__ Fogo!!!