Capitulo VIII - Skin.

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Pai, é o Harry de novo, por favor, assim que você pegar essa mensagem me liga de volta. Eu... Nós precisamos de você.

Sentado ao lado de Gemma, Harry discou o número do pai pela milésima vez naquele dia, mas a caixa de mensagens estava cheia e ele não conseguiu gravar uma nova, só então se deu conta de que havia ligado demais. Deixou o aparelho de lado, sobre o criado-mudo e levou as duas mãos ao rosto, pressionando a palma sobre os olhos fechados e suspirando pesadamente.

Sentiu o colchão se mover e voltou sua atenção imediatamente para a irmã, mas ela ainda dormia profundamente. Levou uma das mãos ao rosto de Gemma e afastou alguns fios de cabelo, exibindo com mais nitidez as bochechas coradas. Sentia nas pontas dos dedos que ela já não ardia em febre, apesar de sua pele parecer alguns graus mais quente do que o normal.

Harry percebeu que a irmã parecia estranhamente saudável, os cabelos pareciam mais longos e com mais brilho, os fios loiros antes amarelados agora exibiam uma tonalidade quase branca, que lembrava e muito a pelagem de sua versão híbrida e espalhava-se sobre o travesseiro feito uma cascata. O alfa segurou a mão de Gemma, tocou-lhe os nós dos dedos em busca de qualquer sinal das garras do animal, mas não havia nada, a pele estava macia e branca, imaculada como se nada tivesse acontecido.

— O que aconteceu com você, Gem? – Harry sussurrou, mais para si mesmo do que para ela, a loira se moveu e grunhiu baixinho, mas permaneceu dormindo.

Suaves batidas na porta chamaram sua atenção, seu olhar encontrou com o do ômega que entrava no quarto trazendo consigo uma bandeja cheia de comida. Alguns sanduíches, um pedaço de bolo, um copo razoavelmente grande de suco e uma xícara de café.

— Sem a Cecil aqui eu fico meio perdido. – Disse Louis baixinho referindo-se a bandeja, Harry percebeu o rubor nas bochechas do ômega. – Ela não acordou.

— Não. – Harry respondeu, mesmo que Louis não tivesse perguntado nada.

— Desde aquela hora? – Louis perguntou enquanto colocava a bandeja sobre o divã aos pés da cama e Harry fez que sim, ainda olhando na direção de Gemma. – Eu achei que ela estivesse acordada e imaginei que podia estar com fome, como não sabia o que ela preferia, trouxe tudo.

— Ela apagou, começou a me contar o que se lembrava e simplesmente apagou.

— Conseguiu falar com seu pai? – Louis quis saber.

Harry fez que não. – Mas deixei várias mensagens na caixa-postal, em algum momento ele vai ouvir.

O alfa estava visivelmente cansado. Sob os olhos inchados e pequenos, profundas e escuras olheiras denunciavam a noite em claro e as muitas lágrimas derramadas. Louis se aproximou e tocou o ombro de Harry que relaxou quase instantaneamente.

— Você ficaria mais tranquilo se eu pedisse a Zayn que voltasse e desse uma olhada nela? – Harry assentiu e ergueu o rosto na direção de Louis, em pé diante dele.

Instintivamente, Harry envolveu o corpo do ômega num abraço apertado, prendeu os braços na altura do quadril avantajado e deitou o rosto em sua barriga. O ômega retesou minimamente, surpreso com o contato, mas mas não deteve suas mãos que foram diretamente para o topo da cabeça do alfa, seus dedos sumindo por entre os cachos cor de chocolate enquanto ele sentia o aperto firme em seu corpo.

— Vai ficar tudo bem, Harry. – Louis tentou confortar, mas Harry não disse nada.

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Six days of heat ~ l.s (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora