VIII

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[N/I]: Sim, resolvi juntar o oitavo e nono capítulo senão ficaria bem curto.

Votem e comentem!

boa leitura, amores!

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Eu realmente odeio estar sóbrio.

É esquisito e fora do normal para mim, isso realmente dói, como se estivessem tentando moldar e refazer todos meus ossos por debaixo de minha pele.

Estou a duas semanas sem usar nada, isso está me matando.

Meu pai morreu a uns 4 dias atrás, e por mais que eu tentasse, não consegui sentir nada, porquê todas as vezes que eu fechava meus olhos, eu apenas lembrava das discussões e ofenças trocadas entre ele minha mãe quando eu era menor, até eu descobrir que fones altos demais machucam seus ouvidos e só te evitam de ouvir o mundo real por alguns minutos. Até eu perceber que as letras das músicas que eu ouvia, passaram a parecer melancólicas e perderam o verdadeiro significado.

Até eu notar que eu poderia fazer mais que apenas não escutar, eu poderia ir para fora dele sem me mover, e mesmo assim ainda achar graça de tudo.

Meu pai morreu e eu estou pensando em uma droga de metáfora.

Mas eu não podia evitar isso, certo? Eu não podia lutar contra o câncer em seu lugar, eu mal sabia que ele realmente tinha isso, achava que ele apenas estava doente, que iria se curar a qualquer minuto e voltar para sua, não tão feliz assim, casa.

Mas parece que finalmente temos algo em comum: Estamos ambos mortos, por causa de algo que achavamos que, uma hora ou outra, iríamos nos livrar.

Talvez eu tenha mesmo morrido, e ninguém ainda percebeu.

Sinceramente, não suporto mais ver minha mãe andar de um lado para o outro, atendendo visitas e forçando um sorriso que aparenta estar congelado em seu rosto a um bom tempo. Um sorriso frio e distante, que sussurra algo como "vá embora, por favor." a cada vez que ela abre a porta.

Ela parece realmente cansada, como se houvesse envelhecido 10 anos em uma semana.

Por que as pessoas cismam de visitar alguém quando seu parente morre? Elas nem se importavam em aparecer para dizer um simples "Olá" quando ele estava bem.

Metade dessa gente nem mesmo gosta de nós, são apenas sorrisos e pêsames falsos, escondendo desprezo por debaixo de seus olhos.

Quero gritar, socar alguém ou fazer alguma coisa que os faça não querer mais ficar aqui, pois o filho problemático dos Collins está tendo um ataque que apenas os viciados têm.

Porém apenas fico parado, sentado na mesma posição que estava a duas horas atrás no sofá da minha casa, observando um casal passar a mão pelo cabelo do meu irmão e dizer que meu pai está em um lugar melhor e mais bonito agora.

_ você sabe o que é o céu, não é? - a senhora pergunta a ele.

Meu irmão me olha sério por um tempo, até eu fazer ele dizer que sim com a cabeça. Ele acena positivamente para a senhora e depois se levanta, indo em direção ao lado de fora.

On Drugs (L.S.) #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora