XIV

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[N/I]: queria fazer um trailer pra essa versão, ficaria maravilhoso. E não sejam leitores invisíveis, digam o que acham ;(

Boa leitura!

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É como um flashback vindo repetidamente em minha cabeça: Harry correndo até onde eu estava, eu não conseguia ouvir o que ele dizia, mas pela sua expressão posso dizer que ele estava totalmente assustado.

Lembro-me dele ter se livrado do moletom cinza com emblema da escola e o jogado no chão enquanto estava correndo rápido até onde eu me encontrava.

Me lembro também de nossos professores de educação física terem juntado nossas turmas nesse dia, por todos estarmos no último ano e porquê seria muito mais útil, já que sairíamos mais cedo para aproveitar o feriado.

Lembro que nenhuma outra pessoa notou que eu estava no canto, com a mão sobre a barriga, tentando respirar direito e enxergar enquanto minha visão ficava turva e eu escorregava pelo chão;

Estava uma gritaria pelos alunos estarem jogando na quadra e algumas líderes de torcida estarem tentando fazer novos passos.

Mas o Harry estava na pista de corrida, e eu estava perto dos bebedouros, não sei como ele me viu ou como pude distinguir ele gritando meu nome mesmo sem escutar, apenas vendo sua boca se mover quase em câmera lenta.

E é isso, é tudo o que eu lembro antes de ter outro desmaio, não acordando na enfermaria, mas sim em um quarto de hospital com aparência morta.

         (...)

Na cadeira ao lado da cama, alguém de cabelos claros me encara, mas com certeza não é quem eu esperava. Meu irmão não deveria estar na escola?

Seu semblante está confuso enquanto ele roe as unhas, ainda me fitando.

_ você está bem. - seus olhos brilham quando ele percebe que estou acordado.

_ como você veio parar aqui? - minha garganta está tão seca que parece machucar enquanto falo.

Ele aponta para o lado mais distante do quarto, onde minha mãe me encara, sentada no sofá.

Ela não parece saber o que fazer agora.

Apenas abrindo e fechando a boca como se lutasse consigo mesma para dizer o que estava pensando.

Volto minha atenção para o meu irmão.

_ é claro que eu estou bem, por que não estaria? - tento usar um tom brincalhão, mas perco o tom assim que reparo minha mão inchada e com pontinhos roxos, perto de onde uma agulha estava enfiada em minha veia, com soro.

_ eu acho que devo chamar a enfermeira. - minha mãe hesita na porta, um pouco antes de deixar meu irmão comigo e sair.

_ ela não sabe o que fazer, chorou a manhã inteira. - Nick sacode os ombros, como se fosse normal ele presenciar esta cena.

_ não é mais manhã? - o olho confuso.

_ não, - ele vira a cabeça e encara um relógio na parede. - são 22:50 agora.

_ você deveria estar dormindo. - resmungo, o fazendo sorrir sem felicidade alguma.

_ seu amigo também, ele está aqui desde manhã. - Nicholas responde.

Meu Deus, esse garoto consegue ser um boca grande quando quer.

_ como você sabe disso? - pergunto em curiosidade.

_ escutei a enfermeira falar com a mamãe.

Nesse exato momento minha mãe entra no quarto com uma mulher uniformizada de branco. Ela traz uma prancheta na mão e vem diretamente até a mim, medindo minha pressão, checando o soro e anotando coisas no papel, sem me dirigir uma palavra sequer.

On Drugs (L.S.) #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora