VI

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[N/I]: tardei, mas não falhei!

Não se esqueçam de votar, pôr na biblioteca e comentarem hahaha.

Boa leitura ;)

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_ para onde você quer ir? - o taxista pergunta, tirando-me de meu desvaneio momentaneo.

_ eu... eu não sei. - pisco meus olhos com força, tentando enxergar alguma coisa da rua escura e nada movimentada a nossa frente. - Não lembro de ter vindo aqui alguma vez antes.

_ como não lembra? - ele da uma risada baixa e nervosa - você pediu para eu lhe trazer aqui.

_ Pedi? - encosto minha cabeça no vidro. Meus olhos pesam e sei que minha voz sai rouca.

_ garoto, você está bem? - o Sr. me olha pelo espelho retrovisor um instante antes de voltar e manter seu foco na rua.

_ claro. - respondo sem muita certeza. - eu já paguei?

_ sim... tem certeza que está bem? - ele insiste e ponho a cabeça entre minhas mãos, tentando não gritar.

_ para o carro. - ele continua a dirigir. - para o carro, agora. - digo com mais firmeza, levantando a cabeça.

O Sr. para o veículo e eu desço rápido, me afastando sem entender exatamente o que ele falou.

Ando por algumas ruas até chegar a uma mais iluminada e um pouco movimentada.

Todo meu corpo dói, como se eu houvesse apanhado por horas seguidas.

Meu estômago aperta e revira, sinto minha garganta arder enquanto o vômito sobe por ela.

Abaixo-me na calçada, sentindo como se fosse colocar meus órgãos para fora por conta da falta de comida em meu estômago. Termino de fazer isso e permaneço agachado no chão, meus cabelos cobrem uma boa parte de meu rosto agora, indicando que já passei da hora de os cortar.

Eu me sinto tão fraco, tão frágil, tão... sensível.

Como se meu mundo estivesse despencando ao meu lado e eu não pudesse fazer nada para evitar isso, apenas ficar ali, observando tudo que foi construído desmoronar bem na minha frente.

_ você está bem? - ouço uma voz feminina em um tom preocupado ao meu lado.

Levanto a cabeça e vejo uma mulher de meia idade de cabelos escuros me encarar como se fosse o filho dela quem estivesse em meu lugar.

Meus olhos continuam a pesar e minha cabeça a latejar.

_ aham. - digo ainda sentindo o gosto ruim em minha boca.

_ seu nariz sangra a cada vez que você mente estar bem? - ela pergunta, seu cenho franzido de preocupação.

Droga, isso não pode ter começado outra vez, logo aqui, perto de alguém que eu nem conheço.

Passo a beira da minha regata preta por meu nariz, segurando-a ali numa tentativa de parar o sangue por alguns segundos e depois simplesmente paro de pressionar o local, sem me importar com isso.

_ às vezes... - tento enrolar, estou abraçado ao meu corpo, fazendo de tudo para não tremer de frio.

Ela suspira e me ajuda a levantar, me levando para algum lugar. Estou tão fraco que não consigo fazer nada além de acompanha-la até o lado de dentro da sua casa.

Ela me leva até a cozinha e me faz sentar em uma das cadeiras enquanto põe algo no fogo.

Está mais quente aqui dentro, mas isso não me impede de continuar me esforçando para não bater o queixo de frio. O estranho é que ele parece vir de dentro.

On Drugs (L.S.) #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora