XIII

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[N/I]: um recado aqui importante:

eu acabei mudando o personagem do Connor para o Liam e o do Peter para Zayn (lembrei até de bad heroes af) porque achei que seria mais fácil já que os dois outros pertencem a história original.

"Mas ai o Niall não aparece" será?

Hahaha

Desculpem mesmo por isso af odeio ter que fazer algo assim, mas aproveitei porque ainda tem poucos lidos né.

Enfim, aqui está a segunda parte.

Votem e comentem! Boa leitura!

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_ você está mesmo chorando? - ouço uma voz masculina a minhas costas e me viro para trás, vendo o Zayn parado atrás de mim com seu típico olhar de pena dirigido à mim e sua mochila nas costas.

_ por incrível que pareça, ainda não. - respondo, observando-o se sentar ao meu lado no banco da pequena praça. - eu devo ter algum tipo de bloqueio que me impede de chorar mesmo quando eu queira.

_ acho que isso não existe, se for assim minha irmã tem algum tipo de distúrbio que a faz chorar mesmo quando não quer. - Ele tenta fazer piada, observando meu rosto.

_ eu nunca vou entender o porquê de você ter ficado comigo ou de continuar aqui, tentando se esforçar por mim. - falo com sinceridade. - não sei nem o porquê de você está aqui.

_ é o meu caminho para casa. - ele responde a minha última pergunta, com um sorriso esperto.

_ você não costuma ir para casa andando. - rebato, sem saber o porque de eu estar sorrindo.

Acho que não sorrio genuinamente à séculos.

_ não costumava. - Zayn me corrige antes de voltar a me olhar, ainda brincando. - carro só atraí vadias e assaltantes.

_ bela frase. - rio fraco. - odeio admitir que você me faz sentir mais leve, sempre fez, na verdade. Diferente de... - paro de falar, sentindo seu olhar colado em mim.

_ ... de? - ele me incentiva a continuar.

_ De tudo e todos. - sacudo os ombros.

_ Acho que não é verdade, já que você tem andado bastante com o Styles. - Zayn responde, entortando a boca, pensativo. - As pessoas costumam comentar coisas assim.

_ Harry é apenas um garoto com quem fui obrigado a fazer um trabalho para o semestre. - volto a fitar a rua quase vazia a nossa frente.

_ E que acabou se tornando mais que isso? - sua mão se move até meu cabelo, pondo uma mecha que cobria meus olhos em seu devido lugar.

_ E que acabou se mostrando mais idiota que aparenta. - dou um sorriso forçado.

_ Ele pode ser babaca, mas não é um idiota. - Zayn diz, me surpreendendo. Ele nota meu olhar surpreso. - Só estou dizendo que ele sabe o que está fazendo. E mesmo que você esteja me escutando apenas por precisar de alguém agora, saiba que eu acho que vocês ficam bem juntos, mesmo eu não indo com a cara daquele imbecil.

_ Não gosto dele. - faço uma careta.

_ Não falei nesse sentido. - ele me lança um olhar esperto de lado.

_ E nunca vou entender isso, vocês costumavam ser amigos. - refiro-me a tensão entre eles, que parecia sempre querer terminar em briga.

_ Até ele sacanear minha irmã e dormir com ela. - Zayn me olha de modo reprovador e depois dá uma risada ao ver meus olhos arregalados, que soa pura e espontânea demais para o momento.

_ wow, dessa eu não sabia. - rio junto com ele por uns segundos até vê-lo parar de rir e deixar um silêncio estranho entre nós.

O clima parecia mais pesado agora.

_ tenho que ir agora. - Seu semblante volta a ficar sério e ele aperta a alça de sua mochila, olhando para a rua pouco movimentada em frente a praça. - Apenas continue a respirar e tudo irá se resolver. - Zayn repete a frase que eu falava a algum tempo atrás como se a tivesse decorado, uma frase que eu nem sequer me lembrava mais.

Ele se levanta, me dando um último olhar antes de caminhar pela calçada e virar na primeira curva, a caminho de sua casa.

Continuo pensando no que estávamos falando por um tempo, mordendo meu lábio inferior quando os acontecimentos do dia voltam à tona. Meu tênis branco permanece pisando no mesmo cigarro de maconha que acendi a quase 3 horas atrás, quando resolvi me sentar aqui para refletir sobre algumas coisas. Uma delas era sobre o dia que eu finalmente resolvi ir a um hospital e fazer exames e me arrependi completamente ao olhar os resultados.

Chuto o cigarro para longe, caminhando até meu carro e entrando nele em seguida, sem a mínima intenção de o dirigir quando o travo outra vez.

Incrível como um pedaço de papel pode mostrar o quão destruída sua vida está.

Está tudo fodido outra vez.

Tudo. Outra. Vez.

As lágrimas finalmente mancham o papel em minhas mãos trêmulas quando eu percebo o que está acontecendo comigo.

Os soluços são tão fortes e ao mesmo tempo tão baixos que chegam doer.

Estúpido.

Essa palavra ecoa em minha cabeça repetidamente, me fazendo querer bate-la fortemente contra o volante.

_ Por que eu fui tão burro? Por que nunca notei? - pergunto alto, para mim mesmo, amassando o papel e passando as mãos por meu rosto em seguida. - chega, pare de chorar, estúpido. - me repreendo, ainda sentindo as lágrimas embaçarem minha vista e meu nariz dar indícios de querer entupir.

Limpo as lágrimas um momento depois, respirando fundo algumas vezes antes de começar a dirigir até em casa, tentando a todo custo manter os pensamentos afastados, voltando meu olhar para o papel amassado em minhas pernas mesmo sem querer.

A mini cooper da minha mãe estaciona instantes antes de eu chegar a garagem e fazer o mesmo.

Assim que entro em casa e a olho, vejo que ela não parece mais a mulher destruída de antes, mesmo ainda sem aquela beleza e juventude toda de antes, ela continua parecendo forte, dessa vez mais que nunca.

Por que eu continuo a parecer o mais fraco?

Meu irmão está em frente a TV, assistindo algum desenho ainda com seu uniforme da escola e apenas de meias. Ele parece impenetrável, como se nada pudesse acabar com seu jovem coração. Como se algo ruim não pudesse o atingir.

_ você se parece com ele. - digo me jogando ao seu lado e falando baixo, para minha mãe não escutar.

_ eu sei, falam muito isso. - Nicholas não tira sua atenção do papa-léguas correndo do Coiote a sua frente, entendendo que eu estava falando de sua semelhança com o nosso pai.

Viro-me para o desenho, tentando focar nele.

_ eu sou o Coiote. - falo do nada, percebendo uma coisa e prendendo minha atenção a TV.

_ eu sou o papa-léguas, o mais bonito e esperto. - Nick acha que estou brincando e me lança um olhar sacana.

Mas eu sinto mesmo como se fosse o Coiote e o papa-léguas a vida, sempre tendo tempo de me fazer cair nas próprias armadilhas, sempre tirando com minha cara.

Sempre provando que minhas tentativas são um fracasso.

Me afundo no sofá, vendo minha mãe trazer um balde de pipocas e repreender meu irmão por ele ter se recusado a ir tomar banho antes dos desenhos começarem.

"Apenas continue a respirar e tudo irá se resolver".

Essa frase nunca soou tão irônica para mim quanto agora.

On Drugs (L.S.) #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora