Capítulo 7

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-Filha? Você está aí? Porque a porta está trancada?

-Estou indo mãe. -me levanto e vou em direção a porta e a abro.

-Filha? Está tudo bem? -ela pergunta preocupada.

-Claro mãe. Por que não estaria? -minto dando um sorriso fraco. -E o papai? Ele tem previsão de vir aqui em casa? -pergunto mudando de assunto.

-Ôh filha. Não tenho certeza, mas talvez amanhã. -ela fala me abraçando.

Ela não faz ideia como estou necessitando de um abraço agora. Alguém que me ouvisse, alguém que eu pudesse contar tudo. Mas não! Tenho que me manter forte, mesmo não estando.

Não posso contar. Uma vida pode estar correndo risco caso eu abra minha boca. Lágrimas surge nos meus olhos.

-O que aconteceu filha? Por que está chorando?

-Nada mãe. É-é só saudades do papai.

tenho que me manter! Não posso contar!

-Calma filha. Que tal eu preparar um cházinho de camomila? Agora vai lá e toma um banho.

-Tudo bem. -vou em direção ao banheiro e minha mãe desce para preparar o chá.

Me pus abaixo do chuveiro. Me sentei no chão e deixei a água molhando o meu rosto. Fechei os olhos. Queria esquecer tudo o que havia acontecido.

Lágrimas e mais lágrimas surgia no meu rosto. Tenho que pensar em algo para fugir dessa situação. Preciso esquecer de tudo e recomeçar a minha vida!

É isso! Não posso recomeçar minha vida estando num lugar que me faz lembrar do passado. "Não vou viver do passado. O que passou já passou. Se passado fosse bom era presente."

Talvez um lugar distante, uma nova casa, novos amigos, nova escola, nova vizinhança... Talvez o novo possa ser a solução.

Estou decidida! Vou falar assim que o papai chegar. Segundo minha mãe, provavelmente amanhã ele estará aqui.

Desligo o chuveiro. Realmente. O que um bom banho não possa resolver? Estou já com a cabeça mais leve. Me visto e vou em direção a cama.

Durmo sem mesmo esperar minha mãe trazer o chá. Tenho que estar descansada para amanhã. Tenho que saber usar as palavras certas.

Talvez meus pais não aceitem tão facilmente, mas sei que pensarão no assunto. Sempre fui uma boa filha para eles, e sei que eles levarão isso em conta.

E se eles não aceitarem? Bem, vou assim mesmo. Nunca pensei e nem considerei uma hipótese fugir de casa. Mas caso eles não aceitem, não tenho opção.

Não seria nada confortante morar longe de meus pais. Dependo deles. Não sou aquela garotinha mimada dos filmes de patricinhas, mas se não fosse minha mãe não saberia nem torrar um ovo.

Meus pais ganham muito bem. Todo mês eles depositam uma grande quantidade de dinheiro na minha conta. Eles dizem que é pra se caso acontecer algo e eu precisar.

Sou filha única. A casa em que eu e meus pais moram está no meu nome. Por mais rica que eu seja, não gosto que outras pessoas saibam.

Ninguém, exatamente ninguém além de meus parentes e o Roberto, sabe que sou rica. Aiiih não! Falei o nome dele! Esquece Rillary, esquece ele!

Tenho medo de encontrar alguém que eu goste muito e ele só esteja interessado no meu dinheiro. Por isso prefiro não comentar isso a ninguém.

As vezes as roupas que uso dá a entender que sou rica. Mas como já disse, gosto de me vestir bem. Não sou mimada, repugnante nem nada disso. Algumas pessoas pensam que só pelo fato da pessoa ser rica, ela é mimada, nojentinha, nariz empinado... Mas acredite não sou nada disso!




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