Um namoro à distância

Capítulo 6: Nem tudo é o que parece

Ao ouvir sua voz, virei a minha cara e o sorriso no meu rosto começou lentamente a desaparecer. Comecei a pensar que era talvez uma irmã da Sarah, ou alguém que ela conhecia que tinha vindo ter comigo, mas não, era mesmo ela.

"-Andrew... eu... eu posso explicar...
  -Explicar o quê? Que a minha melhor amiga, a pessoa que eu mais confiava no mundo e a pessoa que eu mais amava no mundo não é quem eu realmente achava que era?
  -Andrew...
  -O quê? Queres que eu reaja como? Estavas á espera do quê pra me contar? Já conhecemo-nos á mais de 1 ano. Pelos vistos, estavas á espera que nos encontrássemos pra eu descobrir por mim mesmo quem tu realmente és. És uma falsa...
  -Desculpa Andrew, eu sinto muito mesmo, mas eu... não sei como explicar. Eu meti aquelas fotos no perfil de facebook pras pessoas que conhecesse virtualmente, só por segurança mesmo. E nunca liguei a web, nem mostrei uma foto minha porque acho-me feia mesmo, além de que não queria que ficasses decepcionado como o estás agora. Desculpa, sério.
  -Pois é, mas diz-me uma coisa, agora. Não era melhor teres criado uma conta no facebook pras coisas virtuais e não meteres fotos em vez de meteres de outras pessoas? Além de ilegal, evitaria certos problemas como agora. Eu quero todas as verdades que me deves! Agora!
  -Ok, tu mereces isso. Primeiramente, não tenho 15 anos e sim 14, mesmo fazendo 15 daqui a 2 meses. Segundo, o Brandon não existe...
  -O quê? Até nisso tu mentiste-me?
  -Sim.
  -Mas e essas histórias de se terem chatiado e etc...?
  -Pois, no início, foi porque apercebi-me que estavas a começar a gostar de mim, então fingi ter um namorado pra que... sei lá... queria que tu tomasses a decisão de esquecer-me. Não acreditava em amor virtual e tu provaste-me o contrário, tu amavas-me mesmo!
  -E ainda duvidávas? E porquê tu fingias estar triste por causa do Brandon?
  -Isso é porque eu ás vezes ficava triste de estar-te a mentir assim. Sentia-me culpada e tinha que inventar alguma desculpa. E quando disseste da viagem praqui não preciso nem te explicar. É bastante óbvio... não queria dizer já que eu não era quem mostrava ser. Foi por isso que mandei indiretas do tipo: 《não venhas com muitas expetativas de encontrar aquilo que procuras. Podes magoar-te.》. Não sabia mesmo como contar-te. Eu só não queria perder a nossa amizade...
  -Bom, podes ter a certeza que o que acabaste por fazer, foi partir o meu coração. Não quero mais nada contigo, pois tu não o merecerias, depois de tudo o que fiz por ti. Mas podes considerar-te sortuda por ainda pensar sobre uma possível amizade entre tu e eu. Agora vou-me embora, e não penses em segurar-me. Eu amava-te como nunca amei ninguém, obrigado por estragares tudo.
  -Adeus Andrew... qualquer decisão que tomes irei aceitar, nem que decididas nunca mais falar comigo. Não seria mais do que justo.
  -Ok Sarah, ainda bem que concordas comigo. Até um dia, talvez...
  -Até..."

Estava de rastos, não acreditava que o amor da minha vida tinha-me feito isto mas enfim, só sei que chorei no hotel tudo aquilo que não tinha chorado em frente á Sarah. Entrei no "skype" pela internet do hotel e comecei a desabafar um pouco com a Sue. Pelo menos com ela, nós já tinhamos usado web. Podia confiar nela. Ás vezes, só ela me consegue fazer sentir melhor, como foi o caso nesse dia. A grande lição que aprendi é que nem tudo é o que parece...