Capítulo 21

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Mary

A lua de mel foi perfeita. Tudo correu muito bem, e nossa menina estava muito bem, mas algo estranho estava acontecendo na empresa, pois Julian recebia ligações constantemente, e nunca falava perto de mim, como se não quisesse me envolver no que estava acontecendo. Esticamos a lua de mel para mais alguns dias. Uma noite quando voltava das compras em Veneza, entrei e acho que ele não percebeu minha entrada no apartamento. Ele estava gritando ao telefone.

– Como vocês puderam ser tão irresponsáveis a esse ponto, deixando que parte da empresa fosse vendida para outra pessoa, sem minha autorização? O que eu falei Dr. Ganier? Você é meu advogado, e te falei para não autorizar nada. - Ele gritava, até que me viu na porta da sala. – Larry, minha esposa chegou, depois nos falamos.

– Mary. – Ele sorriu. – Finalmente chegou. - Disse desligando o telefone e guardando no bolso.

– Sim. O que foi isso que acabei de escutar, Julian? Venderam parte da empresa? Mas como isso aconteceu, se tudo é você quem assina? - Falei me aproximando dele.

– Mary, desculpe, mas estou irritado com isso. Por favor, não toque nesse assunto.

– Mas eu quero saber. Por que não me conta mais nada? É como se eu fosse uma espécie de espiã, que não posso mais saber nada de você.

– Mary, está interpretando mal as coisas.

– Não! Quem está interpretando mal aqui é você. Não confia mais em mim, Julian?

– Mary, não é bem... - O interrompi.

– Não é o que, Julian? Porque a nossa lua de mel foi ótima. E foi apenas isso. Há uma semana não dormimos juntos. Você não fala comigo, não me conta mais nada.

– Mary...

– Oh, sim, eu sei. Você está preocupado com a empresa, mas nem por isso deveria me esconder algo desse tipo. Estou voltando para Paris amanhã.

– Mary, mas temos ainda até segunda aqui.

– Julian, eu vou amanhã e pronto. Se não me quer por perto, farei o que você quer. - Amanhã ainda é quinta, mas acho que é melhor deixá-lo sozinho para que ele pense na melhor forma de resolver seus problemas.

Julian

Há mais de uma semana venho recebendo ligações de meus advogados, contando os problemas que a revista tem passado. Eles não sabem dizer como conseguiram vender boa parte da empresa.

Depois que Mary chegou, não consegui retirar mais nenhuma informação. Desliguei e dei atenção para ela.

– Mary, vamos conversar.

– Julian, por favor... - Discutir com Mary não é nada bom, ainda mais no estado em que ela está, mas eu estava nervoso e ela parecia não me entender. Tudo bem, estava há uma semana sem falar direito com Mary, e ela acabara de me dizer que volta para casa na quinta. O que ela está pensando? Em viajar sozinha daquele jeito com minha filha? Nem pensar.

– Mary, meu amor, perdoe-me por não ter te dado atenção. Não vou ficar aqui sozinho. Vou com você, pois preciso estar na empresa segunda para resolver coisas importantes.

– Ok, eu também preciso voltar ao trabalho.

– No estado em que está, Mary, de jeito nenhum.

– Falaremos sobre isso quando chegarmos lá, Julian. - Ela entrou no banheiro batendo a porta. E eu fui para meu laptop ver meus e-mails.

Mary

A lua de mel acabou e estávamos voltando para Paris. A vida normal voltaria, tirando a gravidez, e a loucura do Julian não querer me deixar fotografar mais. Brigamos por besteira, e agora estamos desembarcando no aeroporto de Paris, sem nem ao menos trocarmos uma única palavra. Julian também não me ajuda.

A VIRGEM - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora