Capítulo 6

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Desculpa e perdão são palavras muito fortes. Embora pareçam sinônimas, possuem teores diferentes. Entretanto, para você utilizá-las, são necessários três passos: reconhecer o erro, se arrepender do erro, e estar disposto a nunca mais cometê-lo novamente. O valor, não está somente nas palavras, mas nas atitudes, também.

...

Eu devo ter dirigido por algumas horas, mas não voltei muito tarde para casa. Deitei na minha cama, mas meus olhos insistiam em permanecerem abertos. Eu me sentia oca por dentro. Um boneco de lata em busca de um coração, mas diferente dele, eu não queria procurar pelo meu. Depois de um tempo, meus olhos se fecharam.

Eu estava dormindo profundamente, e de repente a campainha toca. Eu não escuto de imediato. Mas ela começa a ir mais rápido e mais rápido e com muito custo e sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, eu levantei. Cambaleei até porta e olhei para o espelho da entrada para dar uma ajeitada nos cabelos, dei uns tapinhas na cara e fui em direção ao olho mágico.

"Agora eu tenho pesadelos ao vivo. E eles entregam em casa".

A contra gosto, eu girei a chave, abri a porta e lá estava ele. Mesmo tendo olhado pelo olho mágico, ainda foi uma surpresa, eu olhei para ele como se não acreditasse naquilo, e naquele mesmo instante, meu coração começou a pulsar. Alex me olhou de cima e embaixo, quando então me lembrei que estava apenas de camisola. Ameacei fechar a porta, mas ele foi mais rápido, entrando e ocupando espaço. Alex deixava o ambiente pesado.

- Você não deveria receber as pessoas com essa roupa. - aconselhou indicando para a camisola.

- Eu acabei de acordar. - digo olhando para ele de cima e embaixo com o cenho franzido como se estivesse procurando alguma coisa. - E você está sóbrio, não corro risco. - observei.

Ele foi se sentando a mesa e não disse mais uma palavra. Eu estava em pé diante dele e ele me olhava com certo nervosismo.

- Eu não teria tanta confiança assim. - avisou ele com um olhar instigante.

Coloquei uma mão na cintura e a outra na testa, incrédula com o comentário dele.

- O que você faz aqui? Como entrou sem porteiro? - interroguei.

- Uma senhora estava saindo e eu aproveitei a porta aberta. – explicou.

- Preciso procurar outro prédio com uma segurança mais reforçada. – disse, encostando-me na bancada embaixo do espelho, de frente a ele, e cruzei os braços. - E então, o que faz aqui?

- Eu disse que viria, eu preciso de você, esqueceu? - lembrou-me. Eu não me mexo, só o encaro.

- Eu já disse que não vou. - Minha voz era firme.

Ele se levanta e parece nervoso:

- Eu não vim aqui à toa. Eu não vou embora. – gritou.

- Você não ia me demitir? Tá esperando o quê? – desafiei.

- Bem que eu queria, mas seu contrato com a minha mãe não me permite.

Eu levantei e me aproximei um pouco:

- Deveria saber também que não me permite fazer horas extras.

- Você poderia ver isso como uma espécie de favor. - sugeriu Alex.

- Favor? Se você soubesse falar direito com as pessoas, sim, eu poderia.

- Liza querida, poderia me fazer o favor de ir comigo visitar alguns clientes?
Coloquei uma mão na cintura e ergui uma sobrancelha:

No tempo certo - A distância LIVRO1Onde histórias criam vida. Descubra agora