No tempo certo - A distância LIVRO1

Capítulo 18 (Continuação)

- Lá vem você com essa ideia de querer apostar. - finjo estar brava cruzando os braços.

- Está com medo? - desafia.

- Manda. O que quer apostar?

- Se eu ganhar, você terá o prazer da minha companhia em sua cama - sorri maliciosamente.

-Se eu ganhar, além de tocar pra mim terá que fazer o café da manhã com tudo o que eu tenho direito. – lhe informo qual seria o meu prêmio e ele consente com cabeça.

Alex inicia a jogada retirando seu primeiro peão à frente do bispo. Eu inicio a jogada com o cavalo.

Uma hora de jogo e estávamos totalmente concentrados. Por um instante achei bizarro o que estávamos fazendo. Seríamos um belo casal nerd até que se provasse o contrário.

- Liza, devo admitir. Você é muito boa. - estava prestes a me vangloriar. - Mas... Eu ganhei.

- O que? - expresso logo que vejo meu rei sendo derrubado.

- Você roubou.

- Liza, aceita que vai dormir comigo.

- Quero revanche. – não queria aceitar os fatos.

- Outra hora. - diz tirando o tabuleiro entre nós.

Um trovão esbraveja fazendo a janela de meu quarto tremer e eu me assustar indo aos braços de Alex que me abraçou. Olho para ele um pouco envergonhada. Ele passa uma de suas mãos no meu rosto e se aproxima.

- Alex. – esquivo-me.

- Só um beijo Liza. É meu aniversário, não ganhei nenhum hoje. - chantageou. Eu deveria resistir, mas eu queria tanto quanto ele. Dei passagem para que ele selasse seu lábio aos meus.

- Toca pra mim? - peço logo que nos separamos.

- Liza você perdeu a aposta.

- Eu sei, mas além de você ir dormir comigo, eu te dei um beijo. Mereço um premio de consolação.

- Tudo bem. - consente se levantando pra buscar o instrumento.

Ele retorna e posiciona seu violão da maneira mais confortável possível.

- Alguma música em especial? - quis saber.

- Qualquer uma que vier do seu coração.

Seus dedos deslizam sobre as cordas emitindo as primeiras notas. A música eu conhecia muito bem. Era Give me Love do Ed Sheeran. Sua voz era suave e um tanto rouca. Era lindo vê-lo tocar e eu poderia contempla-lo por horas sem enjoar. Senti-me bem e dei um leve sorriso por aquela sensação, mesmo sabendo que fora uma indireta. Alex queria que eu desse amor a ele, que eu permitisse que seus lábios me tocassem sempre que ele desejasse, ele iria lutar para conseguir um lugar no meu coração. Mas o que ele não sabia, era que ele já ocupava espaço, porém eu não tinha como correspondê-lo sem amor para dar. Tudo que ele encontraria era um coração duro e frio.

Troquei de roupa e me deitei ao lado esquerdo virando-me ao lado oposto de Alex. Do contrário, ficaria constrangida em vê-lo dormir.

- Boa noite. - desejo me cobrindo.

- Boa noite. - ele diz vindo me abraçar, mas se levanta rapidamente. - Antes preciso resolver um problema.

- Problema? O que houve? - pergunto preocupada.

- Nada demais. Mas tenho que ir ou não respondo pelos meus atos. - explica sorrindo.

- Pervertido. - falo jogando um travesseiro nele.

Estava quase adormecendo quando ele retorna juntando o calor de seu corpo ao meu. Estava sem ânimo para me afastar ou contestar. Com o barulho da chuva, dormimos juntos da forma mais apaixonante possível.