Capítulo 18

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O jantar na casa de Alex foi tranquilo, exceto pelo prato servido - Lasanha. Poderia ter sido qualquer outra coisa, um caviar, uma lagosta, um estrogonofe para agradar o dono da casa, até um pernil assado seria uma boa opção, mas não. Tinha que ser lasanha. O jantar não era nada muito elegante, era apenas pra dar uma descontraída e interagir a galera. Mas ainda assim, opções de cardápios eram imensas.

Não contive meu incômodo. Disse a mim mesa várias vezes que tudo não passava de um sonho, alias o cheiro estava maravilhoso, e o sabor deveria estar igual, e como não comi o dia todo, com certeza eu estava faminta. Alex me serviu um pedaço que eu encarei com profundidade. Agradeci por não ser macarrão. Todos já estavam se deliciando e meu pedaço estava intacto.

- Não vai comer? - o loiro de olhos verdes interrompeu meus pensamentos. - Achei que estava com fome.

- Vou. Claro. Estou morrendo de fome. - tentei evitar ao máximo parecer sarcástica.

Peguei meu talher e sem ânimo nenhum cortei um pedaço levando receosamente até a boca. Ela estava divina. Eu era uma completa idiota por achar que nunca mais comeria lasanha por causa de um pesadelo idiota. Comi logo dois pedaços, só não comi mais pra causar boa impressão.

Durante o jantar o assunto foi exatamente sobre a empresa. Eles estavam desenvolvendo um novo projeto, uma nova opção de decoração, algo que usasse materiais recicláveis. Eu conhecia algumas decorações, inclusive móveis, e eram realmente incríveis, mas os trabalhos eram todos manuais, pois o acabamento saía melhor.

Em seguida, Arthur pediu para conversar comigo e eu consenti indo ate a sala de entrada.

- Liza, meu irmão te contou o que aconteceu?

- Contou com os olhos cheios de lágrimas. - respondi.

- Eu sei. Alex era muito pequeno quando tudo aconteceu. Eu já era maior tinha mais noção. Mas minha mãe mesmo, já perdoou meu pai, então não tinha o porquê Alex ficar todo esse tempo magoado. Se ele visse nossa irmã se derreteria todo.

- Vocês tem uma irmã por parte de pai? - quis confirmar.

- Sim. Ela tem quatro anos. Alex não quis conhecê-la a negando como irmã.

- Jura? Alex não me parece ser tão frio assim. - estranhei.

- Vai por mim. Alex pode te amar do fundo de seu coração. Mas se ele estiver magoado com alguém ele consegue ser mais frio que isso. - me contou Arthur. O irmão de Alex era seu oposto. Os cabelos eram mais lisos e pretos, os olhos eram verdes, mas os formatos diferentes. Provavelmente havia puxado ao pai, já que Alex era uma replica de sua mãe.

- Não imaginava que ele seria desse jeito.

- É. Mas com jeitinho, aos poucos você consegue amolecê-lo novamente. Leva um tempo, mas o coração dele é imenso. Ele gosta muito de você, aliás.

Apenas dou um sorriso tímido.

- Liza. Preciso que convença Alex a visitar nosso pai. Sua situação é estável e quando está delirando pede pra ver o filho. Por favor. - Arthur implorou.

- Eu tentei, ele prometeu pensar.

- Acredito que ele irá se você estiver por perto. Obrigada.

- Imagina. Mas agora, me faz um favor?

- Claro. - ele consentiu.

- Me diga o que Alex gostaria de ganhar de aniversário?

- Eu sei lá. Meu irmão não é muito fácil com presentes.

No tempo certo - A distância LIVRO1Onde histórias criam vida. Descubra agora