Tu Voz Me Despierta

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Anahi

Eu estava desesperada, sentada no banco da frente, afivelei meu cinto, agarrei com força a minha bolsa na mão e de olhos fechados rezava para que aquilo acabasse logo. Olhei para o lado e vi Manoel dirigir furiosamente o que me assustava ainda mais, se chegássemos vivos em casa eu levaria mais uma surra, talvez a pior de todas, meu olho direito ainda estava sensível e roxo pela última briga, quando ele tentou mais uma vez me forçar a fazer sexo com ele. Isso me dava nojo, mas desde que meu pai me vendeu pra esse homem é assim que sobrevivo.
Manoel: nunca mais Anahi, nunca mais tente fugir de novo! - gritou pra mim, os olhos vermelhos de raiva - Eu vou encontrá-la até mesmo no inferno se tentar novamente e aí você vai se arrepender até o último segundo da sua vida.
Me afundei no banco tentando conter as lágrimas, eu estava com medo, muito medo.
Any: eu vivo no inferno, não creio que possa piorar. - resmunguei pra mim.
Manoel: você não faz idéia do que posso fazer! - continuou a gritar olhando pra mim - Você é minha propriedade, tem que me obedecer e fazer tudo o que eu mandar.
Any: por favor, olhe pra frente. - sussurrei tentando desviar a atenção dele de mim e olhar pra pista.
Eu estava numa tentativa frustrada de fulga, mas ele me encontrou no terminal de embarque do aeroporto. Eu não tenho ninguém, minha mãe morreu há dois anos, meu pai me vendeu há um ano e Manoel afastou todos os meus amigos, sou completamente sozinha. Pode parecer estranho, mas apesar dos meus 24 anos eu não tive escolha, um belo dia cheguei em casa, minhas roupas em uma mala e Manoel a minha espera me arrastou para o seu carro e me trancou em sua casa. Não entendi a princípio, mas quando ele falou com meu pai que o acordo estava feito, ficou tudo claro, eu era a moeda de troca para salvar as empresas Portilla da falência. Manoel comprou um juiz que oficializou nosso casamento sem ouvir o meu sim. Hoje estou com 25, passei um ano no inferno sendo violentada e servindo de saco de pancadas sempre que ele ficava nervoso.