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Any seguia sentada no velho colchão, mal conseguia respirar com o cheiro do local de umidade e mofo. A porta se abriu mais uma vez, aquele dia parecia ter durado anos já.
Derick: sua comida vadia. - entregou uma caixinha com comida pronta pra ela.
Any pegou a refeição, agradecida por ela, pois estava com muita fome.
Derick riu: só não tenho certeza se o cozinheiro confundiu os temperos com veneno de rato. - saiu e fechou a porta.
A fome desapareceu em um piscar de olhos e a ansia tomou lugar. O unico que poderia fazer é beber água da torneira que ficava ao canto proximo ao pequeno banheiro e evitar qualquer comida oferecida por ele.
Afastou a caixinha e se deitou, fechando os olhos e rezando pra que tudo não passasse de um pesadelo.
No dia seguinte estava mais fraca e com algumas tonturas, a falta de comida começava a afetar seu organismo, pensava em Poncho o dia todo, esperando que ele a encontrasse e salvasse de tudo isso.
Derick não permitiu que ela voltasse a ligar pra eles, ela nunca mais teria a oportunidade de ver ou falar com Poncho, fora o que Derick dissera.
Um dia já tinha se passado e começava mais um naquele novo inferno.

Poncho estava atordoado, passou a noite em claro pensando no que fazer e a solução veio de sua mãe que lhe deu a ideia.
Logo pela manhã voltou a casa de Henrique e após quase derrubar a porta, foi atendido.
Poncho: quanto você quer maldito? - perguntou empurrando-o pra dentro.
Henrique riu: agora sim estamos falando a mesma língua.
Poncho: só diga onde ela está, com quem e o seu preço. Quanto menos você falar, menos eu me irrito e menor são as chances de te bater.
Henrique deu seu preço e Poncho preencheu o cheque sem pestanejar, os olhos gananciosos brilharam com os zeros que se seguiam no cheque. A palavra milhões estalava em sua mente.
Poncho: agora fala, onde tá a Any?
Henrique: se for quem eu penso que é, foi Derick que a levou. - ainda admirando o cheque - O lugar não faço ideia de onde podem estar, mas tanto Derick quanto Velasco possuem inumeros imoveis e fazendas em nome deles, pode estar em algum deles.
Poncho: por que ele fez isso?
Henrique gargalhou: Velasco era um filho da puta de um viado. Pagava de garanhão pra sociedade, mas não passava de uma bicha purpurinada e Derick era seu namoradinho.
Poncho: mas ele molestava e...e estuprava a Any. - as palavras sairam como féu de sua boca.
Henrique: isso quando ele estava bebado ou tinha brigado com Derick. Velasco era viciado por poder e precisava mostrar isso o tempo todo, não importa de que maneira.
Poncho: sorte dele que esteja morto, senão eu o mataria. - deu as costas saindo da casa.
Entrou no carro com um sorriso vitorioso, agora só precisava ligar no banco e cancelar o cheque como sua mãe dissera.
O pai de Any nunca mais receberia um centavo usando a filha. Não com Poncho por perto.

Tu Voz Me DespiertaOnde histórias criam vida. Descubra agora