POV's Amy
Zack é um idiota. Na verdade, senhor Zachary. Ele é filho dos patrões da minha mãe, os Murray. A mãe sempre me tratou meio mal, e todos sabem o motivo. Por que sou a filha da empregada. Minha mãe é a faz-tudo da grande mansão: cozinha, limpa, entre muitas outras coisas, e sempre morei com ela no quartinho da casa. Hoje, sábado, eu estava ajudando minha mãe, como sempre faço, limpando o chão do quarto de Zack.
-Limpe isso também, sujeirinha.-ele aparece, sujando o chão que acabei de limpar com seus sapatos sujos de lama. Eu poderia ser a filha da empregada, e estava cansada de ele sempre me humilhar, mas não o deixaria fazer isso comigo. Estava mais do que cansada.
-Escuta, senhor Zachary, por que não tira os sapatos antes de entrar no quarto? Não sabia que eu estava limpando o chão?
-Primeiro: serviçais não dão ordem para patrões. Segundo: eu sabia, por isso entrei.-ele diz, deitado na cama, mastigando uma maçã.
-Ah, vai se ferrar.-resmungo, muito mal-humorada.
-Como é que é? A empregadinha mandou eu me ferrar?
-Eu gaguejei por acaso?
-Mas você é muito atrevida mesmo, hein, sujeirinha.
-Não me chame desse jeito, boinha! E falo como quiser, você não é meu patrão!
-Vou te fazer uma pergunta e você vai responder com um sim ou um não. Quer fazer sua mãe perder o emprego por sua casa?
-Você não teria coragem. Minha mãe praticamente te criou!
-Quer pagar pra ver, sujeirinha? Acha que não tenho poder suficiente para mandar a mamãezinha pobretona ir embora? Sei que não tem lugar pra ficar, muito menos dinheiro.
-Seu grande filho...
-Vai. Vai em frente. Termina essa frase e eu mando vocês duas pra sarjeta agora mesmo.-ele diz com sarcasmo na voz. É melhor não duvidar. Limpo rapidamente o chão sujo e me retiro do quarto, frustrada. Como ele é arrogante, eu o odeio com todas as minhas forças. De repente, enquanto eu mordia o travesseiro de sorvete, afim de tentar esvair minha raiva (que não deu muito certo, por sinal), alguém bateu na porta. Na verdade, a pessoa nem bateu direito; entrou direto.
-Amelia. -era a velha.
-Sra. Murray. Em que posso ajudá-la?
-Não seja tola, menina. Nada de formalidades agora. Quero conversar com você.
-Claro, claro, sra. P-Pode falar.
-Posso me... Sentar? -ela fala com um tom de voz como se estivesse enojada. Ela me dá calafrios.
-Se achar um lugar... Quero dizer, sim senhora. -digo meio nervosa, pois é a minha patroa. Acho uma cadeira meio lascada, mas em bom estado. Ela se senta na cadeira e eu me sento no pufe todo furado e com vários pedaços de couro faltando. Estou morrendo de medo dela, vai saber se ela vai me mandar embora, ou coisa parecida.
-Bem, tenho visto você ajudando muito sua mãe, sendo que nem ganha seu próprio salário. A propósito, já atingiu a maioridade?
-Ainda não, senhora.
-Ótimo. Bom, como ia dizendo, você tem se esforçado bastante ao ajudar sua mãe. Como exemplar patroa, vou oferecer-lhe uma vaga na Newark High School, a escola de meu querido filho, Zachary.
-Caraca, sério? Ai, me desculpe... Muito obrigada, senhora. Mas já estudo numa escola pública, e estamos no meio do ano...
-Não se preocupe com isso. Amanhã mesmo você poderá frequentar a escola. Mas esteja ciente de que não irá receber tratamento especial por ser... Uma colega da família. As despesas já foram pagas. Boa sorte, Amelia.
-Espere... por que estou recebendo uma promoção, se quem trabalha aqui são meus pais?
-Gosto de você, garota Amelia. Vejo que se esforça aqui em minha residência e nos estudos também. Acho que merece uma educação melhor. Além do mais, salvou a vida de meu filho. Sou grata a você eternamente.-é, por incrível que pareça, salvei sim. Eu tinha 13 anos, e ele também. Ele estava num churrasco com a família e amigos de famílias ricas e chiques na piscina gigante da mansão. Mas o fato é que: minha mãe estava servindo os convidados, e eu estava a ajudá-la com essa tarefa. Daí, ele estava me humilhando como sempre, e com raiva acabei empurrando ele na piscina, mas eu não sabia que ele não sabia nadar. Como um impulso, vendo que ele não estava a voltar, eu pulei na piscina e o salvei. Mas ninguém sabe o que ele fez e o que eu fiz, que foi muito pior. É, foi meio cruel, mas não me arrependo. Foi uma das melhores sensações da minha vida. Okay, isso foi muito cruel. Mas Zack é tão idiota, tão louco e tão bonito. É, sim, eu já gostei antes dele, mas foi até uns 11, 12 anos. Hoje seus cabelos são totalmente arrumados, porém tem sempre alguns fios caídos rebeldes, e de um castanho bem escuro, que na verdade acho que é preto. Seus olhos são de um preto bem escuro, precisamente foscos, sem brilho algum. Raramente brilham. Ou seja, isso só acontece quando alguma coisa realmente boa acontece em sua vida.
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A filha da empregada- EM REVISÃO
Teen FictionAmelia Connors, ou simplesmente Amy, é a filha da empregada da família mais rica do condado de Delaware, os Murray. Como uma promoção, a família lhe dera uma grande chance de estudar na escola mais respeitada do condado, a Newark High School, onde s...