Capítulo X

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Maria

Passei os dedos de leve em meu ventre, e Lilliana ja respondeu com um chute em minhas costelas, eu gemi de dor e cai na cama, meu celular apitou e eu chequei, era mais um e-mail de evento, Giullia estava passando por alguns problemas com as gravidez então preferi aceitar apenas os que requisitavam menos dela. Chequei a agenda dela mais uma vez e fechei o computador. Me encolhi no sofá e beijei a minha barriga, minha filha chutou e depois parou, provavelmente foi tirar um cochilo.

Me deitei também e adormeci.

—•—

Ouvi a campainha tocando e eu acordei assustada, me levantei meio desajeitada e corri para a porta, era um carteiro, ele entregou outra caixa para mim, eu assinei e fechei a porta. Quem será que estava me mandando essas encomendas?

Abri a pequena caixa e observei o uma caixa de veludo vermelho, levantei a tampa e observei o colar com um pingente singelo, era uma menininha feita de ouro com uma pedra preciosa no meio. E de novo não havia nenhum cartão ou algo do tipo.

Coloquei o colar e me observei no espelho, a hora estava chegando, eu iria conhecer a minha filha em breve.

—•—

Eu havia ido comprar o quarto de Lilliana com Giullia e sua mãe, elas tem sido minhas amigas mais íntimas, eu nunca tive muitas amizades, e ter elas na minha vida fez ela parecer um pouco mais colorida. O quarto de Lilliana seria todo colorido, faltava apenas comprar as fraldas e a banheira para ela. Demos uma pausa e nos sentamos para comer alguma coisa. Eu admito que andava um pouco chateada ultimamente, pensando sobre a minha filha, ela viveria sem um pai, mas eu daria amor suficiente para ela.

Ouvi uma voz conhecida e me assustei, Charlotte me olhava com raiva, ela pigarreou e Giullia olhou para trás.

-Charlotte...-Ela rosnou.

-Não vim conversar com você, na verdade vim falar com esse projeto de assistente de TI!-Me assustei e me levantei.

-Não venha me importunar Charlote!

-Você tem algo que é meu! E eu não vou descansar até tê-lo de volta.-De quem ela falava?

-Do que você esta falando?!

-Do amor dele sua estúpida!-Arregalei os olhos.

-Ele não me ama! Aonde você está com a cabeça Charlotte?!

-Vá embora Charlote!-Giullia disse se levantando irritada.

-Ele vive chamando seu nome enquanto dorme, e nem sabe mais transar direito.-Otimo, ela fala isso na frente da minha chefe.

Giullia pegou as sacolas e sua mãe se levantou também.

-Vamos embora.-Eu assenti, mas tentei afastar aquela informação da minha cabeça.

-Não quero ver seu rosto novamente Charlote, seu irmão ja fez o mal suficiente com a minha vida, não vou deixar você fazer o mesmo com ela.-Giullia disse e eu fiquei intrigada.

Saímos do shopping e Giullia deixou sua mãe em casa, e seguimos para a sua. Abri a porta e me joguei no sofá, Giullia se sentou ao meu lado e segurou a minha mão.

-Eu mais do que ninguém, sei como é difícil guardar algo doloroso só para você, pode contar Maria, eu não vou te julgar.-Ela disse.

-Eu...é que ainda dói...-Eu juntei forças e comecei a contar.-Eu estava com dívidas desde que a minha mãe morreu, então procurei por emprego, mas não conseguia ser contratada, um dia eu fui fazer uma entrevista e Lucca estava lá, e ele me contratou, na época achei que eram só preocupações normais, eu tenho 22 anos, era meu primeiro relacionamento, e quando vi ja estava gravida e desempregada.-Uma lagrima solitária escorreu pelo meu rosto e Giullia me abraçou.

Ouvimos um barulho estranho na porta e ja ficamos em alerta. Giullia se levantou e eu fui até a cozinha, peguei uma faca e fiquei atras do sofá.

Giullia olhou para mim, e apertou em suas mãos a frigideira. E então acertou a pessoa que se aproximou, dei um grito. E corri para ver quem era. Segurei a risada ao reconhecer Lorenzo, o namorado de Giullia.

-Cazzo! Eu o acertei com tudo!

-Quando ele acordar vai ficar muito bravo!-Eu exclamei.

-Pode me ajudar a colocá-lo no sofá?

Assenti e a ajudei, com duas mulheres grávidas o trabalho fica muito mais lento e delicado, quando finalmente colocamos ele no sofá. Me despedi de Giullia e fui para casa.

Fiz uma janta simples, e fiquei vendo TV enquanto acariciava minha barriga, era um hábito que eu ja havia ficado viciada, Lilliana ficava calma quando eu conversava com ela.

—•—
•»Algumas semanas depois«•

Acordei com uma dor aguda, e com a cama encharcada, eu estava suando tanto. Me levantei e cheguei à conclusão que minha bolsa tinha estourado. As contrações estavam bem espaçadas, liguei para Giullia, e ela disse que ja estava vindo para ca.

Peguei a bolsa rosada de Lilliana e fiquei sentada no sofá esperando a Giullia, ouvi uma buzina e me levantei, tranquei a casa e fui para o carro de Giulliana.

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