Capítulo VII

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Maria

Acordei com dor de cabeça, resmunguei e me amaldiçoei por ter bebido tanto, não me lembrava muito da noite passada, só flashs e foi então que senti uma respiração na minha nuca, fiquei paralisada, não podia ser verdade. Me virei lentamente e dei de cara com Lucca dormindo, me sentei rapidamente na cama e coloquei a mão na cabeça.

O que eu tinha feito?

Ele era meu chefe, eu não deveria ter me envolvido com ele, e o pior nós dois estávamos bêbados, fechei os olhos e me xinguei mentalmente.

-Ainda está aqui?-Tomei um susto com sua voz rouca, me virei e o encarei.

-O quê?-Perguntei assustada.

-Você ainda não entendeu? Você ja foi útil, agora pode ir embora.-Arregalei os olhos a ponto de doer.

-Olha, eu sei que o que fizemos foi errado, mas não precisa me tratar desse jeito!-Ele sorriu.

-Você é mais tapada do que eu pensava, por que acha que eu te contratei?-Engoli o meu choro, e então explodi.

-Você acha que pode me tratar assim?! Acha que eu vou me jogar aos seus pés pedindo por mais?! Eu não sou suas putas, nós transamos sim, mas é só porque eu estava bêbada! Se eu estivesse sóbria eu nunca iria para a cama com você, na verdade eu quero distância de pessoas como você, que nunca serão amadas.-Eu disse amargamente, enquanto me vestia, pude ter o vislumbre de seu rosto boquiaberto, e fui rapidamente até meu quarto, eu estava ofegante, me apoiei na porta e senti as lagrimas escorrendo pelo meu rosto, não era de tristeza, eram lágrimas de raiva. Como eu pude ser tão burra?! As gentilezas, as preocupações! Tudo era uma mentira! Comecei a socar a parede, burra! Burra!

Me recompus e fui tomar um banho, eu não poderia pedir a minha demissão, meu currículo ficaria manchado com certeza, não sou capaz de aguentar nem 3 meses em uma empresa? Me vesti casualmente, e fui dar uma volta na cidade, eu precisava de ar puro, enquanto estava andando pelo hall esbarrei em alguém.

-Ah, desculpe.-Eu disse rapidamente.

-Maria, não é?-Arregalei os olhos ao reconhecer Charlotte.

-Sim.

-Fique longe dele, Lucca pertence só a mim.

-Não se preocupe com isto.-Eu disse irritada.

-E este chupão no seu pescoço é o que?!-Arregalei os olhos, e levei a mão ao pescoço instintivamente, merda.

-Não é nada, agora com licença.

Desisti de sair e voltei para os elevadores, voltei para o meu quarto, era muita humilhação para um dia só.

Tomei um comprimido para dor de cabeça e fui me deitar, eu precisava me acalmar, afinal tínhamos uma reunião mais tarde.

—•—
•☆Duas semanas depois☆•

Essas duas semanas tem sido um martírio para mim, mas eu ainda precisava do meu emprego, então agi como se nada tivesse acontecido entre mim e Lucca. Não iria dar moral para ele, me humilhando ou pior, então voltei a trata-lo friamente. Talvez minha mãe não tenha preparado para desilusões amorosas, eu achei que ele realmente me amava.

Lucca pareceu querer conversar comigo, mas eu o ignorei, qualquer assunto ou laços entre nós ha haviam morrido. Agora estávamos no avião voltando para Florença. Estava com saudade da minha cidade.

Tentei ler o livro que eu havia trazido comigo, mas eu estava com muito sono.

—•—
Lucca

Se alguém dissesse para mim que eu ficaria arrependido depois de trata-lá mal, eu juro que riria da pessoa. Mas agora me pergunto, ela realmente merecia ouvir o que eu disse? Tentei uma reaproximação nos dias que restavam mas ela me evitou.

Assim que embarcamos pensei que teria uma oportunidade de falar com Maria, mas ela acabou adormecendo e eu praguejei mentalmente, queria chegar logo em casa, eu estava com saudades de Matteo, só eu sei como ele se sente sozinho quando viajo.

A observei dormindo, ela parecia tão serena, notei que ela tremia levemente, peguei um cobertor que haviam nos entregado e a cobri, voltei a observar as nuvens e tentei tira-la da minha mente.

—•—
Maria

Peguei a minha mala na esteira e sai andando apressada, eu queria evita-lo, estava quase saindo do aeroporto, quando Lucca me parou. Respirei fundo e me virei.

-O que deseja Sr. Apozzi?

-Merda! Maria você sabe que não precisa me tratar assim!

-E como eu deveria trata-lo?!-Gritei perdendo meu controle.-Como um amigo? Como um amante?! Você é meu chefe acima de tudo! Agora me deixe em paz, estou cansada da viagem.

Peguei um taxi e fui para casa, joguei a mala no chão do meu quarto e me joguei na minha cama, senti meu corpo relaxando e me entreguei ao sono novamente.

—•—
Lucca

Esfreguei o rosto frustado, mas eu precisava afasta-lá da minha mente, estacionei o carro em frente da escola, e fui em direção ao portão de entrada, já havia algumas crianças saindo, e então vi Matteo caminhando cabisbaixo, eu sabia que ele sentia minha falta, mas eu não pude encurtar a viagem.

Ele passou por mim sem me notar, cutuquei seu ombrinho e ele se virou, quando me viu abriu um sorriso enorme e se jogou no meu colo. Como eu senti falta do meu filho, baguncei seu cabelo loiro e sorri para ele que estava com um sorriso enorme.

-Estava com saudades do papai, Matteo?

-Sim!-Ele disse rindo enquanto eu o pegava no colo.

Fomos para casa, aproveitei e o levei para cozinha para me ajudar a preparar o almoço, fizemos muita bagunça, eu sei do que ele precisava, depois de comermos, nós dois nos deitamos no tapete da sala e ficamos jogando video-game a tarde inteira.

—•—
Maria

Eu estava dormindo, era mais ou menos 4 horas da manhã, quando meu estômago se rebelou contra mim, e eu corri para o banheiro para vomitar, me sentei no chão do banheiro e praguejei baixinho. Fui até a cozinha e tomei um remédio para enjoo, porém não funcionou muito, pois quando me deitei novamente tive que correr para o banheiro de novo.

Consegui dormir um pouco mais, porém não conseguia levantar da cama para ir a outro lugar a não ser o banheiro, liguei para a empresa e avisei que eu não poderia ir.

Infelizmente passei o resto do dia passando mal ou vomitando.

—•—
~•2 Dias depois•~
Lucca

Maria estava faltando desde a volta da viagem, eu estava irado com aquilo. Faltava só um pouco para eu demiti-lá, e isto foi a gota da água. Desde quando coração quebrado é doença?!

Fui até sua casa e toquei a campainha, eu esperei, esperei e nada. Comecei a bater na porta, e então ela abriu.

Fiquei um pouco abalado com sua imagem, ela estava pálida, com grandes olheiras em baixo dos olhos, e parecia ter emagrecido nesses três dias.

-Eu disse que não iria na empresa hoje.-Sua voz estava rouca e fraca.

-Eu vim ver o que estava acontecendo.-Ela abriu um sorriso sarcástico.

-Você achou que eu estava faltando por sua causa? Patético, você sabia que o mundo não gira em torno de você.-Ela estava se exaltando.

-Maria, você está doente, precisa ir ao hospital.

-Não me diga o que fazer!-Ela berrou e vacilou o passo, quase caindo no chão.

A segurei, notei que ela estava lutando para respirar ou algo do tipo, então se afastou e correu até o banheiro, ela saiu de lá um tempo depois e parecia estar irritada.

-Você pode me levar ao hospital, por favor.-Fiquei surpreso com seu pedido mas assenti rapidamente.

A guiei até o carro, e a levei rapidamente. Eles a levaram para dentro rapidamente, me sentei na sala de espera, e senti um frio na barriga esquisito.

Ela era minha funcionária era normal eu me preocupar, não é?

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