Maria
Minhas mãos ainda tremiam levemente, eu não sabia o que fazer, tinha sido culpa minha, os quatro são apenas crianças e eu os deixei brincar, ainda mais perto daquele maldito rio. Como eu pude ser tão distraída?!
Eu estava tão perdida em meus pensamentos que eu não notei quando um médico se aproximou de nós.
-Podem me acompanhar?-Assentimos e nos levantamos.
O médico nos guiou para uma espécie de consultório, nos sentamos e ele começou a falar.
-Parece que o paciente sofreu uma crise alérgica, ele comeu alguma coisa de diferente hoje?
-Ele tomou o café que ele sempre come, e...tomou os seus remédios.
-Quais eram esses remédios?-Lucca disse e o médico ficou em silêncio por alguns segundos.-Então significa que criou uma resistência aos remédios, ele sofreu alguma mudança muito brusca ultimamente?
-S-Sim.-Eu consegui dizer.
-Isso é normal pra uma criança na idade dele, mas o certo é cortar esses remédios, se ele voltar a ingeri-lo pode ter uma crise pior, por sorte você o trouxeram rápido, se tivessem demorado mais um pouco talvez seu estado estaria bem pior.
-Podemos vê-lo?
-Sim, uma enfermeira vai levar vocês.
Saímos do consultório e uma mulher nos guiou para a área infantil, quando o vi naquela cama de hospital tão abatido senti meu estômago se contrair. E eu só conseguia pensar em uma coisa, a culpa era minha.
Se eu tivesse ficado vigiando eles, Matteo ainda poderia estar bem.
-Maria, seja lá no que está pensando, pare.-Ouvi Lucca e fechei os punhos nervosa.
-Eu deixei eles sozinhos Lucca! Mas que merda! Eu não consigo cuidar nem de mim mesma imagine de uma criança! Eu sou desnaturada, não sei como Lilli ainda não...não...
-Cala a boca!-Ele gritou.-Você não é assim, Maria! Tudo bem, foi um erro ter deixado eles sozinhos, mas quem iria saber que eles iam cair no rio, os dois estão bem, e só isso importa.
-Não graças a mim.-Ele esfregou o rosto.
-Chega! Se você quiser pensar assim, que seja.
-Eu preciso ir para da Giullia, ver como Lilli está.-Ele assentiu e eu sai do quarto.
Antes de sair, eu fui ao banheiro e joguei um pouco de água gelada no rosto para limpar qualquer vestígios de lagrimas. Chamei um taxi e fui para casa de Giullia, quando cheguei ela veio me receber.
-Aurora está bem?
-Sim, só ficou um pouco assustada, e Matteo?
-Ele criou uma alergia aos remédios.-Ela assentiu e fomos para dentro.
Lilli estava dormindo com os gêmeos no quarto deles, a deixei lá descansando e descemos.
-Quer chá?
-Você tem vinho?-Ela gargalhou.
-Que pergunta! É a mesma coisa que perguntar se macaco quer banana.-Sorri me descontraindo um pouco.
Ela abriu uma garrafa de vinhos e serviu em duas taças.
-Nós deveríamos ter ficado lá fora.
-Maria, eles nunca tinham chegado perto do rio, e eu sempre falei para ficarem longe, a culpa não foi sua.-Mesmo que ela tentasse eu não conseguia tirar essa preocupação de mim.
-Mas e se...
-Maria, eu não trabalho com 'e se', aconteceu, pronto acabou, Aurora está bem, e o estado Matteo não tem nada a ver com aquilo.-Bufei e tomei todo o líquido da taça frustrada.
-Mama?-Nos viramos e Aurora se aproximou de nós, Giullia pegou ela no colo e ficou fazendo carinho em seus cabelos ruivos.
-Tia Ma, eu posso ver o Matt?
-Por que, minha flor?
-Ele me salvou, eu queria agradecer ele.-Assenti.
-Tudo bem, quando Lilli acordar nós vamos.-Ela assentiu e ficou brincando com o botão da camisa de Giullia.-E Lorenzo?
-Viajando...Cristina está com alguns problemas em Paris.
-Ela veio na confeitaria a alguns meses atrás.
Continuamos conversando amenidades até Lilli e Ezio acordarem.
—•—
Lilli entrou correndo no quarto e abraçou Matteo.
-Filha! O que eu disse sobre correr?-Ela me ignorou e ficou beijando o irmão.
-Eu achei que você ia morrer!-Ela exclamou para o irmão.
-Agora eu estou bem, Lilli, não se preocupe.
Aurora entrou timidamente no quarto e Matt a notou na hora.
-O-Oi.-Ela disse baixinho, e se aproximou da cama, notei que Lucca observava eles em silêncio.-Obrigada por me salvar, v-você é meu herói.
Ela deu um beijo na bochecha dele, e vi o Matteo corar violentamente, segurei o riso e notei que Lucca fazia o mesmo.
—•—
Lucca carregou Matteo até o seu quarto, mesmo com ele dizendo que não precisava, ele se deitou em sua cama e notei como era enorme o quarto dele.
-Quer tomar alguma coisa?
-Um suco seria bom.
-Tudo bem, eu vou buscar, espere um pouco.
Sai do quarto e fechei a porta, Lilli tinha dormido no carro e eu a carreguei para a sua cama também, desci as escadas e vi Lucca jogando os remédios de Matteo na privada do lavabo e dando a descarga.
Fui até a cozinha e abri a geladeira, deixei a garrafa do suco em cima do balcão e Lucca apareceu na minha frente e me abraçou, eu deveria empurra-lo mas desisti, eu precisava daquele abraço, eu precisava dele.
-Maria, eu...-O encarei e percebi que nossas bocas estavam muito próximas, quando estávamos quase nos beijando, ouvimos um grito.
-O que fizeram com o meu filho?!
—••—
Parece que nosso casal maravilha vai ter que aguentar outro empecilho, não percam no próximo capítulo!
Kkkkk
Pessoal eu agradeço por todo o apoio que vocês estão me dando. E é muito importante que vocês comentem, por que assim eu sei se estou seguindo o caminho certo.
Então não esqueçam do comentário e da estrelinha 💙
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Jogos do Passado - Série Jogos Da Vida
RomanceLucca Apozzi era o típico homem galinha, porém um erro do passado o fez guardar um segredo, um segredo que ele protegia com as próprias mãos, ele havia se fechado para todos. Mas ao longo do tempo ele voltou a ser um homem que tudo o que ele queria...