Capítulo XII

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Maria

Levei o saco de açúcar para dentro e observei Lilliana sentada no banquinho com suas perninhas gorduchas balançando.

-Mamãe, eu estou com sono.-Ela apoiou a cabecinha no balcão de mármore e eu me aproximei dela.

-Se você esperar mais um pouquinho, eu juro que levo aquelas bombas de chocolate pra você.-Lilliana sorriu e desceu do banquinho.

-Falta quanto?

-O bolo está quase pronto.

-Eu não gosto de esperar.

-Mas tem que aprender a ter paciência, essa é uma das virtudes da vida.-Ela me olhou como se não entendesse nada, me ajoelhei e fiquei da sua altura.-Na nossa vida precisamos aprender a amar, a ter paciência, e aprender a ser feliz, você ainda é muito nova minha borboletinha, mas quando crescer você vai entender.

Beijei sua cabecinha e o timer do fogão apitou, tirei as travessas do forno, e desenformei os bolos, os deixei na geladeira e fechei a loja. Segurei Lilli no colo, coloquei ela na cadeirinha do carro e dirigi até em casa. As vezes me lembro de quando Giullia morava conosco, foram só por alguns meses. Lorenzo reapareceu e algumas coisas aconteceram, o que importa é que agora eles estão bem, e invés de um vieram dois bebês.

Coloquei Lilli em sua caminha e a cobri com sua coberta colorida, ela abraçou Rufius, seu ursinho de pelúcia e suspirou. Fui até o meu quarto e tomei uma ducha antes de dormir. Quando me deitei fiquei um pouco no celular, e algumas notícias sobre Lucca apareceram na tela, como sempre ele estava acompanhado por alguma mulher, parece que ele nos esqueceu completamente, suspirei cansada e me cobri, a noite seria longa.

—•—
Lucca

Eu não conseguia esquece-las, tomei medidas drásticas e contratei um detetive particular, no último relatório que recebi parece que Maria estava morando em Paris, eu só queria te-lá em meus braços, e poder ver o rosto de Lilliana todos os dias.

Ouvi uma tosse baixinha e olhei para a porta, sorri para Matteo e ele correu para mim, o abracei bem forte e baguncei suas mechas loiras. Meu meninão ja estava com oito anos, e mais esperto que qualquer um com a sua idade.

-Pai, eu não quero mais jogar futebol.

-Por que, Matteo?-Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e murmurou.

-Eles não gostam de mim, por causa do meu olho.-As vezes eu tinha vontade de socar esses moleques.

-Está bem, você ja tentou falar com o técnico?

-Já, mas ele só riu e disse que era uma brincadeira.-Cerrei os punhos, mas que merda!

-Vou te tirar do futebol, mas então...você quer fazer o que?

-Eu quero fazer muai thay.-Fiquei surpreso.

-Ok...-Eu beijei sua testa.-Agora vai dormir, que amanhã vc tem escola.

Ele assentiu e saiu, abri a minha gaveta e suspirei, peguei a foto de Maria e Lilliana, eu tive que me ajoelhar para que Giullia me desse. Comprei duas passagens para Paris, na próxima semana iriamos procura-las.

—•—

Acordei com um susto, Matteo estava jogando água em mim com sua arminha de brinquedo. Olhei em volta e percebi que havia dormido no escritório, ele estava rindo, mas então ele parou, e olhou para a minha mão.

-Quem são elas?-Olhei para a foto, Maria estava sorrindo enquanto olhava Lilliana que estava com o rosto sujo de sorvete.

-Esta é a sua irmã.-Eu disse mostrando para ele.

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