Capítulo XIX

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Maria

   Chequei mais uma vez se tudo estava arrumado na pequena mochila cor-de-rosa de Lilliana e por fim fechei o zíper e entreguei para ela.

-Matteo! Vamos logo!

-Espera!-Ouvi ele gritando e peguei a minha bolsa.

Ouvi passos apressado e logo Matteo apareceu ao lado de Lilli todo arrumado.

-Muito bem, vamos agora para a casa da tia Giullia, eu quero que os dois se comportem, não pode bater em ninguém, não pode jogar comida em ninguém, e não pode morder ninguém. Fui clara, Lilli?

-Sim, mamãe, eu prometo nunca mais morder o Ezio, mas ele tinha batido em mim, e eu não ia deixar ele fazer aquilo, ainda mais em mim, por isso eu mordi ele.-Lilli sempre foi faladeira, quando ela começava a tagarelar era quase impossível fazer-la parar.

-Ok, ok, vamos logo.

Ajudei a Lilli subir no carro e ela ja fechou seu cinto, Matt também colocou seu cinto sozinho, o caminho foi até que rápido, logo chegamos na casa de Giullia e Lilli saiu correndo do carro. Ela ficou batendo na porta e logo ela foi aberta, vi ela pular animada em cima de Aurora e abraça-la com força, ri da cena e abracei Giullia.

-Esse é Matteo, ele é filho de Lucca.

-É um prazer conhecê-la Senhora.

-Ah, mas que educado! Prazer Matteo, pode me chamar de tia Giullia.-Ela disse sorridente, ele assentiu e foi atrás da irmã.

Eu e Giullia nos sentamos na sala e ficamos conversando.

—•—
Lilliana

   Eu fiquei muito feliz quando soube que tinha um papai, e um irmão também! Nós brincamos de muitas coisas quando ele chegou em casa. E então ele foi embora, mas depois nós viemos para a Italia, minha mamãe disse que ela nasceu e morou por muito tempo aqui.

  Agora nós viemos visitar a tia Giu, eu adoro vir aqui, porque eu posso brincar com as bonecas da Aurora, ela tem bonecas muito bonitas, mas eu odeio o Ezio, ele é um chato que só sabe ficar enchendo a gente. Meu irmãozão veio comigo hoje, ele vai brincar com a gente.

-Mama! A gente pode ir brincar lá fora?-Aurora perguntou para a tia Giu.

-Pode sim, só não se afastem demais.-Ela assentiu e mamãe disse para Matteo.

-Você é o mais velho, tome conta deles.

-Pode deixar.

   Nós saímos e comecei a correr na grama, eu adoro a casa da tia Giu, porque tem um quintal enorme!

-Hey! Que tal brincarmos de pique-esconde?-Ezio perguntou se aproximando de nós.

-Vamos! Eu conto!-Eu digo.

Fui até uma arvore e fechei os olhos, eu só sabia contar até vinte, então comecei.

—•—
Aurora

Lilli estava contando, então comecei a correr para o mais longe possível, o meu esconderijo favorito era perto do rio, eu corri até la e me escondi atrás de uma pedra.

Fiquei quieta, e não ouvi nada, então decidi esperar.

—•—
Eu fiquei esperando por tanto tempo, e então ouvi eles me chamando, eu estava cansada daquela brincadeira, então me levantei, e comecei a correr, mas eu tropecei em uma pedra e dei alguns passos para trás, e escorreguei, caindo no rio gelado. Comecei a gritar tentando não afundar, eu não sabia nadar

—•—
Matteo

Lilli havia me achado há alguns minutos, e agora eu, ela e Ezio estávamos procurando por Aurora. Mas por algum motivo não conseguíamos encontrá-la.

-Aurora!-Ouvi Lilli gritar.

Começamos a gritar seu nome mas ninguém respondia, me aproximei do rio e olhei nas arvores, mas não escutei nada. Até escutar um grito.

-Socorro!-Me virei e comecei a correr em direção da voz, encontrando Aurora tentando se segurar em um tronco, enquanto a correnteza a levava.

Ela havia caído no rio, Lilli gritou ao meu lado e correu em direção da casa, e eu fiz a única coisa que achava certa.

Pulei no rio.

Eu comecei a nadar em sua direção e então ela sumiu sob a água, e eu mergulhei, ela se debatia afundando cada vez mais. Consegui alcançar a sua mão e a puxei para a superfície, a correnteza estava muito forte, comecei a nadar até a margem, e Aurora havia se agarrado em mim. Mas eu comecei a sentir uma dor na perna me agarrei na primeira coisa que vi, um galho.

-Matteo!-Ouvi Aurora gritando.

-Calma! Vai ficar tudo bem!-A puxei para perto de mim, e ela segurou o galho.

-Meu Deus!-Ouvi um grito e percebi que Maria e Giullia tentavam pegar alguma coisa para nos puxar.

A dor na perna parou e eu voltei a nadar, finalmente cheguei na margem e Giullia pegou Aurora no colo, e Maria correu para me ajudar.

-Ezio! Vá pegar toalhas!

Maria me abraçava, sem se importar com a sua camiseta, que ficava cada vez mais molhada. Mas eu estava me sentindo seguro, seu abraço era quente, e então eu comecei a me sentir cansado, e minha cabeça começou a doer. Alguém colocou a toalha em meus ombros e eu vi o sangue pingando.

-Maria...-Ela olhou para mim e arregalou os olhos.

-Seu nariz está sangrando! Vem, vamos para casa, rápido!

Eu me levantei e caminhei lentamente, apenas seguindo ela, e então eu fiquei com muita vontade de dormir, e tudo ficou escuro.

—•—
Maria

Quando Lilli apareceu dizendo que Aurora havia caído no rio, nós entramos em pânico, e começamos a correr. Quando chegamos lá, encontrei Matteo segurando ela, enquanto se apoiava em um galho, mas a correnteza estava muito forte, eu tentei alcança-los mas ainda estavam muito longe. E então ele conseguiu nadar até a margem, e eu o abracei o mais forte que eu pude.

Eu nunca tinha sentido tanto medo na minha vida, eu não queria solta-lo, mas ele me chamou e eu percebi que seu nariz estava sangrando, mas que merda estava acontecendo?!

Eu segurei sua mão e comecei a guia-lo para casa, mas de repente ele caiu desacordado na grama e eu surtei.

-Matteo! Matteo! Fala comigo!

Eu saquei meu celular e disquei o numero de Lucca.

-Alô.

-Lucca! O Matteo! Ele desmaiou.-Solucei.-Ele quase se afogou no rio e o nariz dele começou a sangrar, eu não sei o que fazer.-O outro lado da linha ficou mudo por alguns segundos, e então Lucca disse.

-Você está na casa da Giullia?

-Sim.

-Ok, ja estou indo, mantenha a calma.

-E-Eu não sei se consigo.

-Tente por ele, Maria.

-O-Ok.

Toquei em seu rosto infantil, ele estava muito quente, Giullia secava Aurora, que chorava inconsolavelmente em seu colo.

  Não demorou nem 5 minutos, e Lucca apareceu, ele pegou o pequeno no colo e começou a correr, eu não ia deixar ele sozinho, não agora. Lilli ficaria aqui, ela ja tinha visto bastante coisa em um dia só.

  Me sentei no banco de trás do carro, e Lucca o colocou com a cabeça apoiada em meu colo, seu nariz sangrava, mas não tanto. Quando finalmente chegamos no hospital, alguns enfermeiros levaram Matteo para dentro, Lucca ficou parado em pé encarando a porta por onde haviam o levado.

  Eu comecei a chorar novamente, eu não sabia o que tinha acontecido, ele estava bem antes de brincar, ele parecia bem. Me sentei no chão e cobri o rosto, era culpa minha, tudo culpa minha. Não deveria ter deixado eles sozinhos, comecei a chorar ainda mais, se alguma coisa acontecesse com ele eu nunca me perdoaria. Eu não conseguia nem cuidar de uma criança, Lilli nunca havia me dado esse tipo de trabalho, então eu não sabia o que fazer. Meu corpo ainda tremia.

Senti alguém me abraçando, Lucca tentava me acalmar, mas a culpa era minha, toda minha.

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