Capitulo 04

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Christian estava elegante com uma calça preta e uma camisa de mangas cumpridas em tom cinza e tênis da mesma cor. Eles foram a um bar com música ao vivo. A noite estava mesmo deliciosa, tudo parecia em sintonia, menos eles dois.

- Então, acho que eu ainda não tive chance, mas gostaria de dizer que você está incrivelmente linda! - Sorriu.

- Obrigada, você também está incrível. Não sabia que apreciava moda. - Bebeu um pouco de vinho.

- Trabalho com exposição, tive que aprender a me vestir um pouco melhor. Evoluí de uns anos para cá, você não acha? - Gargalhou - Uns dois anos atrás você nem se sentaria nessa mesa comigo. - Eles riram.

- Não é bem assim, você era esquisito e eu era casada. Todos evoluímos.

- É verdade! O que pretende a partir de agora?

- De verdade, meu foco é conseguir um emprego, pensei que seria mais fácil. O que há de errado com essa cidade? - Riu.

- O mercado de trabalho mesmo hoje em dia sendo mais amplo, ainda é bem difícil. Mas, você é linda e vai encontrar algo.

- Espero que sim. - Sorriu e bebeu mais um gole - E você, continua sendo um namorador?

- Sou aberto as pessoas, sempre! - Gargalhou - Você sabe, esse é meu jeito, não consigo me ver em um compromisso ou algo assim, mas de uns tempos para cá, sabe que estou pensando em ter filhos?! - Any franziu o cenho.

- Sem casar ou se envolver sério com alguém?

- Anahi! Este é o século XXI, tudo pode acontecer. - Riu.

- Quanta modernidade! - Sorriu ainda confusa.

A noite terminou da mesma forma que começou, agradável. Anahi e Christian conversaram sobre diferentes assuntos. Não havia atração, desejo e muito menos qualquer faísca de paixão, apenas o início de uma grande amizade. Isto para ela valia mais do que tudo. Não estava pronta para se relacionar amorosamente com mais ninguém, mas para novas amizades estava aberta. Christian apareceu no momento certo, depois de um dia frustrante, ele fez a sua noite ser especial e divertida. Era bom conversar com outra pessoa, que não fosse Dulce ou Christopher. Se sentiu bem e até 'feliz'. Sentiu que poderia ser feliz outra vez ou pelo menos ter de novo um sorriso sincero em seus lábios.

Chegou em casa e Dulce já estava dormindo. Mesmo curiosa e ansiosa por saber como foi o encontro, não queria colocar tanta pressão na irmã. Anahi era como uma borboleta, assim que estivesse pronta sairia do casulo e voaria. Acreditava nisso, sabia que ela só precisava retomar a confiança em si mesma, para que suas asas batessem na mesma intensidade que um dia já batera.

Ao acordar no dia seguinte, se esforçou o máximo para não perguntar sobre como ocorreu o encontro, deu certo. Any parece ter entendido que sua irmã não queria parecer invasiva outra vez, contou tudo que aconteceu no jantar. Dul não disfarçou o desânimo ao saber que nem um beijo foi trocado.

- Eu avisei para que não criasse expectativa. Somos muito diferentes e você sabe disso, é notório. Pelo menos agora ganhei um amigo!

- Eu sei, mas... Tudo bem, você feliz, me faz feliz! Preciso ir trabalhar agora, nos vemos mais tarde. - Ela assentiu e Dulce saiu apressada.

"Mais um dia entediante sem nada para fazer em casa", pensou Anahi. Nenhuma entrevista marcada. Nenhum compromisso... Absolutamente nada. Fez uma pequena faxina na casa, gostava de fazer vez ou outra. Depois decidiu se aventurar na cozinha, buscou algumas receitas na Internet e tentou fazê-las. O bolo acabou selando e o macarrão só precisou de um pouco mais de sal. Ainda insatisfeita, procurou por seu bloco de desenhos em meio a bagunça que estava suas coisas. Decidiu desenhar novos croquis, não queria perder a habilidade e os novos ares haviam despertado sua criatividade.

Um pouco antes do fim da tarde, Dulce ligou avisando que ficaria um pouco mais de tempo no serviço, significava mais horas sozinha. Pensou que seria bom caminhar então um pouco pelo bairro. Vestiu um macacão curto, preto, com uma camisa rosa bebê com mangas curtas por dentro. Prendeu os cabelos em rabo de cavalo, caindo como ondas por suas costas. De maquiagem só um batom cor melancia, para lhe dar um pouco mais de vida.

Caminhou por cerca de doze minutos até parar num parque, era lindo! O verde predominava em quase todo o ambiente, também havia uma explosão de cores diversas e vivas, misturadas eram uma obra de arte. Haviam pessoas espalhadas em diferentes pontos, algumas sentadas em bancos conversando ou lendo livros, outras faziam piqueniques... Derrick adoraria tudo isso, tinha tudo que ele gostava: natureza e vida!

Parou em frente um lago, abraçou a si mesma, querendo passar segurança ou algo assim. Fechou os olhos e inspirou o ar, queria sugar um pouco de alegria para si também. Sorriu com o som das folhas que balançavam com um vento calmo e manso.

Abriu seus olhos assustada com um flash, alguém acabara de tirar uma foto sua...

- O que está fazendo? - O encarou séria.

- Desculpe-me, não quis incomodar... - Sorriu de lado - É que você estava tão linda e espontânea, achei que merecia uma foto. Ficou ótima por sinal, quer ver?

- Não pode sair por aí tirando fotos das pessoas, não sem a permissão delas. - Suspirou - Apaga isso por favor!

- Não posso, isso é arte! - Any franziu o cenho e levou as mãos a cintura, tentando intimidá-lo - Você é bonita demais para me assustar. - Sorriu.

- E posso ser muito perigosa também! Apaga isso agora, ou não serei mais educada com você.

- Você pode ficar com a foto, mas não a jogue fora. - Ele lhe entregou a foto impressa e anotou algo atrás. - Preciso ir, sabe onde me encontrar... Qual seu nome mesmo?

- Não interessa. Quer sair daqui ou vou precisar chamar algum guarda? - Ele estendeu as mãos para o alto e deu alguns passos para trás.

- Não precisa, estou indo. Aliás, adorei seu nome, 'Não interessa'. - Um sorriso debochado se abriu em seu rosto e em seguida ele se retirou.

Anahi estava vermelha de raiva, 'idiota', sussurrou para si mesma. Encarou-o até que sumisse da sua visão, ao olhar para sua mão percebeu que ainda segurava a foto, olhou. Não queria admitir mas estava mesmo perfeita, quis amassar, mas não o fez. Percebeu que tinha algo escrito atrás, ele teve a cara de pau em deixar anotado o número telefônico e o nome dele, Alfonso. Revirou os olhos.

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