Capítulo 4

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Ao acordar no dia seguinte, ele sentia o corpo mais leve, e a dor fazia sua cabeça latejar, como se tambores rugissem em sua mente. Ele levantou, tonteando e apalpando a parede, enquanto sentia um forte enjoo, como se tivesse tomado o pior porre de sua vida.

— Você vai se acostumar. — disse o Mestre. — Minha primeira vez também foi um pesadelo.

— Eu... — o rapaz sentia seu coração batendo em um ritmo que julgou ser impossível. — Eu posso me ver?

O Mestre sorriu por baixo do capuz. Levantou-se e o entregou um pequeno espelho.

Ao se olhar, o rapaz sentiu as mãos tremendo, sua cabeça parecia que ia explodir, e o vômito veio sem ser convidado quando o espelho caiu. Stephen morreu, pensou. Agora sou Edmund, o filho de lavradores.

— Temos trabalho a fazer. — o Mestre disse, catando os cacos que o rapaz deixou cair. — Mas primeiro precisamos escolher um nome para você.

— Edmund. O garoto... digo... eu me chamo Edmund, não?

— Não podemos usar esse nome. — disse o Mestre. — Talvez seu nome possa ser Wicko. O que acha?

— Wicko... — refletiu. — É um bom nome.

— Então, Wicko, vamos ao que interessa. — o Mestre acendeu um cachimbo com a erva vermelha. — Você precisa me provar que merece o dom que lhe ofereci. Eu tenho três nomes de pessoas que você precisa matar. Se você realizar essa missão, poderá passar para o próximo estágio.

— Próximo estágio?

O Mestre revirou os olhos.

— Você acha que é só isso? — questionou. — Acha que aprendendo o que aprendeu já está apto para ser chamado de kravani. — sorriu. — Você ainda é um rapaz verde. Essa missão irá lhe amadurecer.

— Tudo bem. E quem eu devo matar?

— Harold Spenzer. — disse o mestre.

Wicko arregalou os olhos.

— O barão Harold?

— Esse mesmo. — o Mestre estudou o rosto de Wicko. — Ele é um homem, afinal, como qualquer outro. E nada pode lhe acontecer, rapaz. Lembre-se que a morte é sua amiga agora.

— Certo. — Wicko assentiu. — Que seja.

O Bardo na TavernaOnde histórias criam vida. Descubra agora