O khaishi não parecia convencido.
— Espera aí. — ele rosnou. — Não entendo o motivo disso tudo.
— E o que você não entende? — perguntou Lewrence de Pontavelha.
— Bem, é claro que não acredito que toda essa história de mudanças de corpos seja verdadeira, mas há algo que me intriga mesmo assim. Por que esse tal mestre desejaria a morte dessas pessoas?
O bardo sorriu.
— Ele não deseja a morte de ninguém — disse. — Os kravanis não agem por motivos pessoais. Há uma grande causa por trás de seus atos.
— Que causa?
— Temo que não saiba lhe dizer. — o bardo comentou. — Sou apenas um aprendiz nesse assunto. Sei apenas que o Mestre tinha uma missão ainda maior para seu pupilo. Você descobrirá ao decorrer da história.
O khaishi rosnou.
— Eu tenho um compromisso com uma pessoa. — disse. — Essa sua história está maior do que imaginava. Não posso me atrasar.
— Ah — Lewrence gesticulou. — Essa pessoa certamente pode esperar um pouco. A não ser que seja algum rei. Nesse caso, é melhor se apressar.
— Não. — disse o khaishi em um tom sarcástico. — Não é um rei. Meu compromisso é com o Hean Dariell Waldman.
Os olhos do bardo se arregalaram.
— Deuses! — gritou Lewrence. — Você tem um compromisso com o Hean? Estou tentando uma vaga para mostrar meus talentos a ele, mas não é fácil entrar no Castelo Santo. E você, um mercenário, tem acesso ao salão do homem mais importante do mundo!
O homem de chapéu preto lhe encarou.
— Você realmente não sabe quem sou, cantor? — o khaishi perguntou.
— Temo que não. — respondeu Lewrence.
— Eu sou Petrus Vallore, um filho das sombras, treinado pelos melhores assassinos do mundo. — ele chegou mais perto do bardo, sussurrando em seu ouvido. — Talvez você já tenha ouvido falar no Cavaleiro das Tumbas.
Lewrence arqueou as sobrancelhas, surpreso.
— Você é o Cavaleiro das Tumbas?
O homem de chapéu preto assentiu.
— E que tipo de assunto envolve você e o Hean? — Lewrence perguntou.
— Segurança. — disse o khaishi. — Há uma vaga para guarda pessoal de Dariell, e eu pretendo preenchê-la.
— Não acho que alguém com sua fama conseguiria tal feito. — o bardo comentou. — Mesmo em Pontavelha seu nome era sempre temperado com chacinas, estupros e regicídios. Não acho que o Hean adotaria um regicida como seu guarda pessoal.
O outro sorriu.
— Possuo talentos, rapaz. — ele disse. — E não tenho intenção alguma de tirar a vida de Dariell. Preciso do dinheiro e desejo me aposentar desse trabalho cansativo.
— Tudo bem — disse Lewrence. — Mas eu estou tentando dizer que você não conseguiria chegar nem sequer perto de Nosso Soberano. A Guarda Santa é impenetrável.
— Para quem não possui talentos, sim. — disse Petrus. — Esta noite estarei discutindo meus assuntos com o Hean. Portanto, trate de apressar essa sua história. Estou começando a gostar de você. Quem sabe sua vida seja poupada.
O bardo sorriu, assentiu e continuou.
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O Bardo na Taverna
FantasyUma taverna, um bardo e um assassino com sede de sangue. Esse é o cenário inicial desse conto cheio de reviravoltas e personagens carismáticos. Sente, peça uma cerveja e conheça a história de Lewrence de Pontavelha, um cantor que precisa fazer de tu...